Ele não pode saber que sou poeta.
Se sabe, eu não viro musa.
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
Ela
Os cabelos já não eram anelados por conta da escova definitiva. E as paixões já não eram as mesmas por conta da racionalização constante de qualquer sentimento. Decompunha paixões em suspiros e desejos idiotas. E decompunha ódio em êxtase e idiotice.
Pra ela qualquer sentimento e qualquer arrepio eram absurdamente idiotas e desnecessários. A vida devia ser levada a pulso firme e olhos duros. As relações interpessoais eram mera necessidade capitalista. E ela gostava do mundo virtual por conta dos contatos distantes e frios. Ela não gostava mais de gente.
Se mantinha linda com postura perfeita pra ser inacessível. E chorava todas as noites pra agüentar o tranco de ser uma máscara.
Pra ela qualquer sentimento e qualquer arrepio eram absurdamente idiotas e desnecessários. A vida devia ser levada a pulso firme e olhos duros. As relações interpessoais eram mera necessidade capitalista. E ela gostava do mundo virtual por conta dos contatos distantes e frios. Ela não gostava mais de gente.
Se mantinha linda com postura perfeita pra ser inacessível. E chorava todas as noites pra agüentar o tranco de ser uma máscara.
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Mariana X
E antes que o mundo real voltasse a existir
Mariana precisou me contar dos dias que passou no seu refúgio lá na Bahia.
Ela disse que dançou até não aguentar de dor nos ossos.
E disse que aquele cara a quem ela olhava de longe a tirou do sério no jogo do sério.
Disse que os beijos todos eram esfomeados e ininterruptos.
Disse que ainda sentia falta.
Disse que não queria o mundo real.
Mariana sorria e não se sentia confusa.
De galho em galho, aquele era especial e efêmero.
Um galho de carnaval.
Lolita da cidade foi pr'aqueles cantos.
Mariana não fez nada, mas na despedida foi uma hora sem parar.
e ela não queria se despedir.
Mariana agora sente falta e sorri.
Problema vai ser voltar pro mundo real.
*Nota- Exitem dois textos não publicados que falam sobre Mariana. A situação óbvia se esclarece, mas não é hora de publicar.
Mariana precisou me contar dos dias que passou no seu refúgio lá na Bahia.
Ela disse que dançou até não aguentar de dor nos ossos.
E disse que aquele cara a quem ela olhava de longe a tirou do sério no jogo do sério.
Disse que os beijos todos eram esfomeados e ininterruptos.
Disse que ainda sentia falta.
Disse que não queria o mundo real.
Mariana sorria e não se sentia confusa.
De galho em galho, aquele era especial e efêmero.
Um galho de carnaval.
Lolita da cidade foi pr'aqueles cantos.
Mariana não fez nada, mas na despedida foi uma hora sem parar.
e ela não queria se despedir.
Mariana agora sente falta e sorri.
Problema vai ser voltar pro mundo real.
*Nota- Exitem dois textos não publicados que falam sobre Mariana. A situação óbvia se esclarece, mas não é hora de publicar.
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Eu disse que sou consumista.
Eu disse que sou foliã.
Eu disse que sou fria.
Eu disse que não sinto nada.
E disse que tá tudo bem.
Vai empedrar,
vai passar.
Ou não.
A palavra é uma roupa que a gente veste.
Por hoje ando nua.
Os olhos pretos dizem tudo e nada.
E me solto do chão que me falta sob os pés.
Eu disse que sou consumista.
tenho logo que comprar sapatos, ouchão.
Eu disse que sou foliã.
Eu disse que sou fria.
Eu disse que não sinto nada.
E disse que tá tudo bem.
Vai empedrar,
vai passar.
Ou não.
A palavra é uma roupa que a gente veste.
Por hoje ando nua.
Os olhos pretos dizem tudo e nada.
E me solto do chão que me falta sob os pés.
Eu disse que sou consumista.
tenho logo que comprar sapatos, ouchão.
terça-feira, fevereiro 13, 2007
Mariana IX
Eu realmente preferia não ter que falar dela hoje.
Eu tinha prometido a mim que a deixaria de lado.
Mas a Mariana adora insistir.
Já disse que não sou boa em falar de raiva, mas ela está com raiva e sou eu quem tenho que falar da raiva dela.
A Mariana hoje viu o cara de quem ela não gosta.
Ele pediu uma caneta emprestada e depois a fez tremer na hora de devolver.
E a caneta, agora, está com o óbvio.
Obviamente Mariana não sabia o que aconteceria depois, ao emprestar a porcaria da caneta.
Ele bem disse que não era assim, tão óbvio.
Ela devia ter levado mais à sério e mantido um pé atrás.
A Mariana anda se sentindo uma idiota,
mas o problema é dela, não meu.
Ela pode ser fria,
mas é problema dela.
Ela pode gritar,
mas é problema dela.
Por mim, que ela sambe.
Por mim, ela devia é ir ver o mar.
Mariana é bonita, quem não vê?
Se pegasse um bronze talvez deixase de ser idiota e esquecesse de todas essas coisas óbvias.
Eu tinha prometido a mim que a deixaria de lado.
Mas a Mariana adora insistir.
Já disse que não sou boa em falar de raiva, mas ela está com raiva e sou eu quem tenho que falar da raiva dela.
A Mariana hoje viu o cara de quem ela não gosta.
Ele pediu uma caneta emprestada e depois a fez tremer na hora de devolver.
E a caneta, agora, está com o óbvio.
Obviamente Mariana não sabia o que aconteceria depois, ao emprestar a porcaria da caneta.
Ele bem disse que não era assim, tão óbvio.
Ela devia ter levado mais à sério e mantido um pé atrás.
A Mariana anda se sentindo uma idiota,
mas o problema é dela, não meu.
Ela pode ser fria,
mas é problema dela.
Ela pode gritar,
mas é problema dela.
Por mim, que ela sambe.
Por mim, ela devia é ir ver o mar.
Mariana é bonita, quem não vê?
Se pegasse um bronze talvez deixase de ser idiota e esquecesse de todas essas coisas óbvias.
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
Sobre escrever, ou algo do tipo.
Todo mundo sabe que a minha escrita é meu alicerce. Tá na minha cara que a minha vida não seria a metade do que é e eu não seria a metade do que sou sem a escrita. Na verdade, Eu não seria sem escrita. Sei que são três e quarenta e cinco da madrugada e a única justificativa mais ou menos plausível que eu encontrei pra ter acordado foi a escrita.
A escrita é minha porta de entrada e minha porta de saída. E eu não tenho porque esconder escrito algum. Não tenho que esconder nada de ninguém. As personagens já são domínio público. Eu devo um final à todas. Mesmo querendo que elas não tenham fim. E elas continuam jorrando de mim feito pus e pocando feito espinhas. Gosto de todas, é bem verdade, mesmo daquelas que eu crio só pra matar- e assim, sobreviver ao meu próprio mau humor.
Está tarde quase cedo e eu queria ouvir uma história. Contar uma história pra mim mesma não seria o ideal.
Eu sempre fui a Eva Luna e a Sherazade- mesmo nunca tendo lido “As mil e uma noites”. Eu queria uma história pura e natural, feito suor. E provavelmente minhas metáforas não são assim, tão agradáveis.
O que quero dizer é que a escrita faz parte do corpo. A escrita faz parte do corpo feito pus e cravo e suor. A escrita é vômito e secreção, sim. Se fica dentro tempo demais ela faz mal. A escrita tem que ser posta pra fora, se não ela fede, inflama, empedra.
São quase quatro horas da manhã e eu tenho que trabalhar logo que o sol nascer. Estamos em horário de verão e ele custa. O sol não é metáfora minha.
Eu preciso muito de uma rima, já que não posso mais dormir.
A escrita é minha porta de entrada e minha porta de saída. E eu não tenho porque esconder escrito algum. Não tenho que esconder nada de ninguém. As personagens já são domínio público. Eu devo um final à todas. Mesmo querendo que elas não tenham fim. E elas continuam jorrando de mim feito pus e pocando feito espinhas. Gosto de todas, é bem verdade, mesmo daquelas que eu crio só pra matar- e assim, sobreviver ao meu próprio mau humor.
Está tarde quase cedo e eu queria ouvir uma história. Contar uma história pra mim mesma não seria o ideal.
Eu sempre fui a Eva Luna e a Sherazade- mesmo nunca tendo lido “As mil e uma noites”. Eu queria uma história pura e natural, feito suor. E provavelmente minhas metáforas não são assim, tão agradáveis.
O que quero dizer é que a escrita faz parte do corpo. A escrita faz parte do corpo feito pus e cravo e suor. A escrita é vômito e secreção, sim. Se fica dentro tempo demais ela faz mal. A escrita tem que ser posta pra fora, se não ela fede, inflama, empedra.
São quase quatro horas da manhã e eu tenho que trabalhar logo que o sol nascer. Estamos em horário de verão e ele custa. O sol não é metáfora minha.
Eu preciso muito de uma rima, já que não posso mais dormir.
sábado, fevereiro 10, 2007
Mariana VIII
Mariana hoje, se lembrou do Bicho Papão.
O Bicho Papão é um babaca com quem Mariana esteve, mas que nunca esteve de verdade com ela.
Por esses dias ela também esbarrou com o álibi, aquele que não a deixava mentir sobre nada, mas que era álibi por que provava que por um tempo ela teve paixão fixa.
O Bicho Papão tem barba grande e anda assustando Mariana.
Ela não quer esbarrar com ele, flertar com ele, beijá-lo ou simplesmente perceber que ele ainda existe.
Mariana rompeu com o Bicho Papão há tempos atrás.
Ela disse a ele que ele a fazia sentir nojo e ter vontade de vomitar.
Não mentiu.
O Bicho Papão não é uma boa.
Não vale à pena.
Não cabe nem como rima de um poema.
Mas eu posso falar, que ele é problema só da Mariana.
E ela não quer esse problema.
Mariana anda entretida com pontadas óbvias de nada que parece alguma coisa.
Mariana riu-se do álibi.
Ela já teve paixão, álibi e Bicho Papão.
E do óbvio ela foge, faz parte do show.
O óbvio só traz confusão.
Saudades até do Bicho Papão.
Mariana foge é da contramão.
o óbvio não, tem que ser mão, e eu apóio.
Não adianta nada, Mariana não me ouve.
O Bicho Papão é um babaca com quem Mariana esteve, mas que nunca esteve de verdade com ela.
Por esses dias ela também esbarrou com o álibi, aquele que não a deixava mentir sobre nada, mas que era álibi por que provava que por um tempo ela teve paixão fixa.
O Bicho Papão tem barba grande e anda assustando Mariana.
Ela não quer esbarrar com ele, flertar com ele, beijá-lo ou simplesmente perceber que ele ainda existe.
Mariana rompeu com o Bicho Papão há tempos atrás.
Ela disse a ele que ele a fazia sentir nojo e ter vontade de vomitar.
Não mentiu.
O Bicho Papão não é uma boa.
Não vale à pena.
Não cabe nem como rima de um poema.
Mas eu posso falar, que ele é problema só da Mariana.
E ela não quer esse problema.
Mariana anda entretida com pontadas óbvias de nada que parece alguma coisa.
Mariana riu-se do álibi.
Ela já teve paixão, álibi e Bicho Papão.
E do óbvio ela foge, faz parte do show.
O óbvio só traz confusão.
Saudades até do Bicho Papão.
Mariana foge é da contramão.
o óbvio não, tem que ser mão, e eu apóio.
Não adianta nada, Mariana não me ouve.
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
Azia
Eu não sei.
Sinto essa azia de vontade de vomitar alguma coisa em letras que eu não sei de onde vem. Eu me amontôo é que o verso se perde e eu também me perco. São muitos os assuntos que eu quero tratar nesse único texto.
**
A menina do elevador tinha medo da chuva. Ela e sua bolsa rosa tinham que subir e buscar o guarda-chuva. Se não fizesse isso simplesmente não ia sair. A mãe que esperasse tomando na própria testa os pingos grossos.
**
Comprei mais um livro de poemas. O segundo da semana. Eu não sei ao certo por que essa compulsão. Eu não sou intelectual. Assisto novelas e gosto de conversar com pessoas aparentemente burras. Eu bebo.
**
Hoje de manhã eu fui abrir a porta de vidro e ela caiu. Segunda vez que isso acontece. Eu devo ter o corpo fechado. Aos dez anos a porta do box quebrou em cima de mim. Hoje foi a porta de vidro. Não me cortei. Nem um arranhão. Varri o chão e ficou por isso mesmo.
Acho que não vou morrer de vidro em pele.
**
As minhas personagens todas eu levo pra cama. Agora mesmo Mariana dança sem cara do meu lado. Eu não sei se as sou, se elas me são ou se eu as vejo. Preciso falar daquela nordestina se não sufoco.
**
Eu queria um poema de sete faces pra ser importante, que gauche eu já sou. Ser esquerda não é assim tão ruim. Ando de mãos dadas com a poesia toda. Irene preta no céu nem liga pra mim. Acho que não dou Bandeira. Talvez Ana C.
O problema é minha tpm, não dá frutos tão interessantes quanto a de todas aquelas poetas importantes.
Eu queria ser doce feito Florbela.
Eu tenho cheiro de flor, comprei na loja.
**
Iracema é maravilhosa, cuida da minha casa como se fosse dela. A casa é mais dela do que minha. Talvez esse meu lugar não seja tão meu quanto é dela. Acho que Iracema ama esse chão. Iracema não entende de bactérias. Eu também não. Eu fervo a bucha, ela guarda todas. E eu jogo fora por que tenho nojo. A bucha custa um real.
**
Agora eu trabalho. Antes eu era só a filhinha do papai. Acho que não faz meu estilo ser filhinha de papai.
**
Passar maquiagem é mais complicado do que parece, a simetria dos olhos é importantíssima ao charme.
**
Ele me perguntou o porquê dos olhos escuros. Eu respondi que era pra estar bonita e ele pensou que eu estava triste. Ser bela e triste parece poético. Eu não sou bela. Quero Florbela.
**
Vou ter mais um irmão, é o sétimo agora. Os outros 6 são todos lindos e simpáticos. Eu adoro todos os meus irmãos. A gente briga, quase se mata. Já dei na cara da minha irmã algumas vezes. Ela me disse que a culpa de tudo dar errado é toda minha. Eu sei que a culpa não é dela. Não posso ser assim, tão cruel.
Meu irmão mais novo aprendeu a falar meu nome.
**
Eu não ando procurando muito sentido nas coisas. Me disseram que eu reclamo e não busco soluções.
Solução me lembra química e eu sempre disse que não gosto de biomédicas.
Estequiometria parece divertido, é mais matemática que o resto. A tabela me dá a massa.
**
Ele me olha como quem ensaia os passos. Ele ainda não sabe andar sem mão de mãe.
Ele sorri e é lindo.
**
Me ligou bêbado.
Me senti um lixo.
**
Não quero ser resto. Isso me parece sonho. Mais um daqueles textos iguais. Eu devo ter alguma espécie de molde.
**
A Cinderela tinha um pé grande e a fada madrinha arrumou um sapato que disfarçava. O problema é que todas as garotas do reino podiam por o pé ali. Cinderela era um monstro rústico. Tão agressiva e piranha que levou aquele príncipe.
**
Eu sou burra feito uma porta.
**
Não quero ter filhos, não sei.
**
Meu pai está demorando no banho. Minha mãe espera pra conversar com ele agora. A minha azia poética não está passando. Acho que de mim não sai mais poesia. Ou sai. Não sei. Gosto da repetição dos fonemas todos. Podia pedir que me dessem versos prontos de vozes veladas veludosas vozes, mas não sei fazer igual.
**
A azia não vai passar e eu não vou tomar bicarbonato. Ana C. do meu lado diz que é Jazz do coração.
Tenho que parar de ler texto de mulherzinha. Elas me tocam muito. Eu sou todas elas. Tenho medo de escrever como todo mundo. Tenho um medo danado de ser igual.
Parir poemas não é como parir crianças.
Tenho medo dos poemas do carnaval, eles nascem antes de novembro.
Sinto essa azia de vontade de vomitar alguma coisa em letras que eu não sei de onde vem. Eu me amontôo é que o verso se perde e eu também me perco. São muitos os assuntos que eu quero tratar nesse único texto.
**
A menina do elevador tinha medo da chuva. Ela e sua bolsa rosa tinham que subir e buscar o guarda-chuva. Se não fizesse isso simplesmente não ia sair. A mãe que esperasse tomando na própria testa os pingos grossos.
**
Comprei mais um livro de poemas. O segundo da semana. Eu não sei ao certo por que essa compulsão. Eu não sou intelectual. Assisto novelas e gosto de conversar com pessoas aparentemente burras. Eu bebo.
**
Hoje de manhã eu fui abrir a porta de vidro e ela caiu. Segunda vez que isso acontece. Eu devo ter o corpo fechado. Aos dez anos a porta do box quebrou em cima de mim. Hoje foi a porta de vidro. Não me cortei. Nem um arranhão. Varri o chão e ficou por isso mesmo.
Acho que não vou morrer de vidro em pele.
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As minhas personagens todas eu levo pra cama. Agora mesmo Mariana dança sem cara do meu lado. Eu não sei se as sou, se elas me são ou se eu as vejo. Preciso falar daquela nordestina se não sufoco.
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Eu queria um poema de sete faces pra ser importante, que gauche eu já sou. Ser esquerda não é assim tão ruim. Ando de mãos dadas com a poesia toda. Irene preta no céu nem liga pra mim. Acho que não dou Bandeira. Talvez Ana C.
O problema é minha tpm, não dá frutos tão interessantes quanto a de todas aquelas poetas importantes.
Eu queria ser doce feito Florbela.
Eu tenho cheiro de flor, comprei na loja.
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Iracema é maravilhosa, cuida da minha casa como se fosse dela. A casa é mais dela do que minha. Talvez esse meu lugar não seja tão meu quanto é dela. Acho que Iracema ama esse chão. Iracema não entende de bactérias. Eu também não. Eu fervo a bucha, ela guarda todas. E eu jogo fora por que tenho nojo. A bucha custa um real.
**
Agora eu trabalho. Antes eu era só a filhinha do papai. Acho que não faz meu estilo ser filhinha de papai.
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Passar maquiagem é mais complicado do que parece, a simetria dos olhos é importantíssima ao charme.
**
Ele me perguntou o porquê dos olhos escuros. Eu respondi que era pra estar bonita e ele pensou que eu estava triste. Ser bela e triste parece poético. Eu não sou bela. Quero Florbela.
**
Vou ter mais um irmão, é o sétimo agora. Os outros 6 são todos lindos e simpáticos. Eu adoro todos os meus irmãos. A gente briga, quase se mata. Já dei na cara da minha irmã algumas vezes. Ela me disse que a culpa de tudo dar errado é toda minha. Eu sei que a culpa não é dela. Não posso ser assim, tão cruel.
Meu irmão mais novo aprendeu a falar meu nome.
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Eu não ando procurando muito sentido nas coisas. Me disseram que eu reclamo e não busco soluções.
Solução me lembra química e eu sempre disse que não gosto de biomédicas.
Estequiometria parece divertido, é mais matemática que o resto. A tabela me dá a massa.
**
Ele me olha como quem ensaia os passos. Ele ainda não sabe andar sem mão de mãe.
Ele sorri e é lindo.
**
Me ligou bêbado.
Me senti um lixo.
**
Não quero ser resto. Isso me parece sonho. Mais um daqueles textos iguais. Eu devo ter alguma espécie de molde.
**
A Cinderela tinha um pé grande e a fada madrinha arrumou um sapato que disfarçava. O problema é que todas as garotas do reino podiam por o pé ali. Cinderela era um monstro rústico. Tão agressiva e piranha que levou aquele príncipe.
**
Eu sou burra feito uma porta.
**
Não quero ter filhos, não sei.
**
Meu pai está demorando no banho. Minha mãe espera pra conversar com ele agora. A minha azia poética não está passando. Acho que de mim não sai mais poesia. Ou sai. Não sei. Gosto da repetição dos fonemas todos. Podia pedir que me dessem versos prontos de vozes veladas veludosas vozes, mas não sei fazer igual.
**
A azia não vai passar e eu não vou tomar bicarbonato. Ana C. do meu lado diz que é Jazz do coração.
Tenho que parar de ler texto de mulherzinha. Elas me tocam muito. Eu sou todas elas. Tenho medo de escrever como todo mundo. Tenho um medo danado de ser igual.
Parir poemas não é como parir crianças.
Tenho medo dos poemas do carnaval, eles nascem antes de novembro.
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
Mariana VII
É que de uma hora para a outra o charme deixou de ser importante. Tinha coisas que Mariana guardava apenas para ela.
Por mais que tudo fosse óbvio.
O óbvio insistia que ela falasse. Ele pedia que ela dissesse algo, que não fosse assim tão Mariana e explodisse.
E ela não queria boca-de-leão.
O que parecia óbvio não era.
Era ela quem não sabia ler.
Mariana não gostava de saber que não sabia ler.
Nem flirt!
Nem flirt!
De Nelson Rodrigues à Shakespeare, Mariana sabia que havia mais coisas entre o céu e a terra que podia sonhar a filosofia dela.
Atemporal não significa sabe-tudo.
E Mariana queria, por um instante, ter paz.
Suas narrativas e poemas de vida sentimental tinham que estacar.
E ela seria Mariana sem rima, por alguns instantes
Mariana não morreria, não.
Mariana é imortal e controla o tempo.
Lolita sem idade!
Mariana não quer ir embora daqui.
Mariana sentia-se perdida e isso não era ruim.
Eu não tinha o que falar, Nelson Rodrigues, Presença de Anita, Nabokov...
Eu sou péssima conselheira e Mariana entra numas de avestruz.
Mariana-vazia não se sente triste.
Só vazia.
Sem tempo.
Por mais que tudo fosse óbvio.
O óbvio insistia que ela falasse. Ele pedia que ela dissesse algo, que não fosse assim tão Mariana e explodisse.
E ela não queria boca-de-leão.
O que parecia óbvio não era.
Era ela quem não sabia ler.
Mariana não gostava de saber que não sabia ler.
Nem flirt!
Nem flirt!
De Nelson Rodrigues à Shakespeare, Mariana sabia que havia mais coisas entre o céu e a terra que podia sonhar a filosofia dela.
Atemporal não significa sabe-tudo.
E Mariana queria, por um instante, ter paz.
Suas narrativas e poemas de vida sentimental tinham que estacar.
E ela seria Mariana sem rima, por alguns instantes
Mariana não morreria, não.
Mariana é imortal e controla o tempo.
Lolita sem idade!
Mariana não quer ir embora daqui.
Mariana sentia-se perdida e isso não era ruim.
Eu não tinha o que falar, Nelson Rodrigues, Presença de Anita, Nabokov...
Eu sou péssima conselheira e Mariana entra numas de avestruz.
Mariana-vazia não se sente triste.
Só vazia.
Sem tempo.
terça-feira, janeiro 30, 2007
Manhã de Verão
E amanheceu sem céu azul. O cinza claro, quase branco, dava um toque de outono àquele verão. E eu me sentia perdida no meio do mundo. Era como se o mundo girasse e tudo passasse e eu estivesse à parte. E eu não mexia em nada. Não mexia com ninguém. A minha cadeira balançava pouco e eu não sambava, que eu nunca soube dançar.
Eu parei.
Olhei pros lados e tudo me parecia cinza e terra. Era como se o meu quarto fosse substituído por uma daquelas árvores alaranjadas de filmes. Os tons eram todos doces e fechados e eu tinha cara de filme antigo. Tinha cara de drama ou romance. E mesmo que eu estivesse num mundo à parte e já num tronco ao invés de cadeira, eu continuava sozinha.
E eles apareceram pra mim, todos eles. Os pequenos e os grandes e as pequenas e as grandes. Eram todos médios, na verdade. E eu tinha uma pena na mão. E eu tinha papel e apoio. E eu escrevia a cena que eles dançavam pra mim. E tudo tinha uma música instrumental que as folhas e o vento - e violinos invisíveis – tocavam pra enfeitar. E eu não queria que eles me vissem. Na minha frente, eu os norteava e eles não interagiam comigo.
Estavam todos ali, todos desde a minha primeira história que eu nem sei quando surgiu. Todas as meninas, as velhas, os fantasmas, as fadas, os cafajestes e os bons-moços. E eu tinha uma bela gama de mocinhas românticas. E todas tinham traços meus. E eu tentava mudar, o cabelo não era meu, e a voz não era minha. E no fim, as mocinhas eram todas espelhos por que meus joelhos eram os delas. Elas tinham as minhas marcas. Elas sorriam com os meus dentes. E umas sorriam pra que eu não chorasse. E elas se aproximavam de mim. Elas olhavam pra mim e eu queria sumir do meu mundo à parte. Os outros dançavam sozinhos já. Eu já os tinha escrito e eles tinham vida própria. Mas elas – inúmeras – não se incomodavam em me ver acuada. E não falavam comigo. Eu não as podia guiar. Aqueles braços eram todos meus. Uma delas sentou e escreveu um poema. E eu sabia que aquele poema também era meu. Eu não podia sequer levantar. Quis a minha cadeira e o fim da ilusão. Elas sorriam. Eu tentava jogar nos meus papéis palavras livres. E quando alguma se soltava, surgiam outras. E todas tinham o meu brilho nos olhos. E todas eram diferentes e iguais. E umas voltavam depois. Umas tinham várias caras.
Eu, entorpecida delas, não agüentava mais nada. Rasguei o papel e elas, sem cerimônia, entraram em mim pra que eu não saísse mais da ilusão.
Eu parei.
Olhei pros lados e tudo me parecia cinza e terra. Era como se o meu quarto fosse substituído por uma daquelas árvores alaranjadas de filmes. Os tons eram todos doces e fechados e eu tinha cara de filme antigo. Tinha cara de drama ou romance. E mesmo que eu estivesse num mundo à parte e já num tronco ao invés de cadeira, eu continuava sozinha.
E eles apareceram pra mim, todos eles. Os pequenos e os grandes e as pequenas e as grandes. Eram todos médios, na verdade. E eu tinha uma pena na mão. E eu tinha papel e apoio. E eu escrevia a cena que eles dançavam pra mim. E tudo tinha uma música instrumental que as folhas e o vento - e violinos invisíveis – tocavam pra enfeitar. E eu não queria que eles me vissem. Na minha frente, eu os norteava e eles não interagiam comigo.
Estavam todos ali, todos desde a minha primeira história que eu nem sei quando surgiu. Todas as meninas, as velhas, os fantasmas, as fadas, os cafajestes e os bons-moços. E eu tinha uma bela gama de mocinhas românticas. E todas tinham traços meus. E eu tentava mudar, o cabelo não era meu, e a voz não era minha. E no fim, as mocinhas eram todas espelhos por que meus joelhos eram os delas. Elas tinham as minhas marcas. Elas sorriam com os meus dentes. E umas sorriam pra que eu não chorasse. E elas se aproximavam de mim. Elas olhavam pra mim e eu queria sumir do meu mundo à parte. Os outros dançavam sozinhos já. Eu já os tinha escrito e eles tinham vida própria. Mas elas – inúmeras – não se incomodavam em me ver acuada. E não falavam comigo. Eu não as podia guiar. Aqueles braços eram todos meus. Uma delas sentou e escreveu um poema. E eu sabia que aquele poema também era meu. Eu não podia sequer levantar. Quis a minha cadeira e o fim da ilusão. Elas sorriam. Eu tentava jogar nos meus papéis palavras livres. E quando alguma se soltava, surgiam outras. E todas tinham o meu brilho nos olhos. E todas eram diferentes e iguais. E umas voltavam depois. Umas tinham várias caras.
Eu, entorpecida delas, não agüentava mais nada. Rasguei o papel e elas, sem cerimônia, entraram em mim pra que eu não saísse mais da ilusão.
segunda-feira, janeiro 29, 2007
terça-feira, janeiro 23, 2007
Mariana VI
Mariana é uma pessoa das mais estranhas que já conheci.
A última dela é uma dessas últimas confusas e bestas que nos levam do céu ao inferno em um segundo.
Mariana é feita de céus e infernos.
E Mariana tem um instinto primata que a faz pular de galho em galho.
A última dela é coisa do óbvio.
Depois dela ter parado de bater na própria cara
e começado a achar o cara que ela não gosta um chato, piegas e desnecessariamente irônico
(apesar de bonito, ela fez questão de frisar)
Mariana resolveu mostrar gotas de sentimento,
O óbvio, no entanto, não dava indícios de que percebia.
Mariana não queria enxergar o óbvio!
Bom, o caso é que enxergou.
Enxergou e mordeu o óbvio.
Mariana e o óbvio, ela disse, entraram numa de flirt
E eu lembrei de Nelson Rodrigues quando, parafraseando-o eu disse:
- Você quer dizer pra mim que foi um flirt. Quer-me convencer?
- Foi.
E meu momento Lúcia/ o dela Alaíde parou nesse trecho de Vestido de Noiva.
E o óbvio talvez não saiba das intenções de Mariana,
Mas ela se engana quando diz sacana que não ama.
Mariana acha que é flirt.
Ela tem que entender que às vezes os macacos gostam dos galhos.
Mariana escolheu, por hora, um galho óbvio.
Ah! A confusão: Mariana morre de ciúmes, tem achado que as pessoas enxergam o óbvio como ela.
E nessas, ela vai dum céu de um flirt, um flirt à-toa!(palavras Rodrigueanas dela)
A um inferno de ciúmes melados.
A última dela é uma dessas últimas confusas e bestas que nos levam do céu ao inferno em um segundo.
Mariana é feita de céus e infernos.
E Mariana tem um instinto primata que a faz pular de galho em galho.
A última dela é coisa do óbvio.
Depois dela ter parado de bater na própria cara
e começado a achar o cara que ela não gosta um chato, piegas e desnecessariamente irônico
(apesar de bonito, ela fez questão de frisar)
Mariana resolveu mostrar gotas de sentimento,
O óbvio, no entanto, não dava indícios de que percebia.
Mariana não queria enxergar o óbvio!
Bom, o caso é que enxergou.
Enxergou e mordeu o óbvio.
Mariana e o óbvio, ela disse, entraram numa de flirt
E eu lembrei de Nelson Rodrigues quando, parafraseando-o eu disse:
- Você quer dizer pra mim que foi um flirt. Quer-me convencer?
- Foi.
E meu momento Lúcia/ o dela Alaíde parou nesse trecho de Vestido de Noiva.
E o óbvio talvez não saiba das intenções de Mariana,
Mas ela se engana quando diz sacana que não ama.
Mariana acha que é flirt.
Ela tem que entender que às vezes os macacos gostam dos galhos.
Mariana escolheu, por hora, um galho óbvio.
Ah! A confusão: Mariana morre de ciúmes, tem achado que as pessoas enxergam o óbvio como ela.
E nessas, ela vai dum céu de um flirt, um flirt à-toa!(palavras Rodrigueanas dela)
A um inferno de ciúmes melados.
domingo, janeiro 21, 2007
Queda de braço.
Eu estava bonita dum jeito descostumeiro. Não parecia que era eu naquele corpo que era meu. Vermelho e salto alto não fazem meu estilo, costumo ser rosa pink e havaianas. Eu sou menina! Naquele dia eu queria ser mulher e que ele visse que eu era mulher, mas não sabia o que queria. Eu sei que a brincadeira tomou um rumo estranho. Eu me perdi. Aliás, eu estava segura como não sou. Bem, eu sou menina! A impressão que eu tive, de tudo, é que eu cresci. Eu não mexia no cabelo, eu não coçava o braço, eu não comia as unhas. Eu simplesmente ria e olhava pra ele. E ele me comia com os olhos sem saber se podia comer. E ele dizia que estava sem graça. E ele dizia que não sabia. E ele demonstrava que não era o bicho papão. E a cada instante eu me fazia mais forte. Quando parecia que eu ia ganhar, eu percebi que não era batalha.
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Mariana V
Mariana me ligou por esses dias
Ligou lá da Bahia.
Ela tem costume de ir pra lá todo verão.
Ela me disse que lá esquece qualquer poeira de cidade.
Que lá conhece gente que eu nem imagino existir.
Ela disse que esquece o tempo, o óbvio e aquele cara de quem ela não gosta.
E fica sendo Mariana flutuante,com vida nova.
Mariana com vida à parte, longe de qualquer leão.
Na Bahia Mariana concentra pra depois escorrer.
Ela disse que não aguentava.
Precisave me contar algo que nunca ninguém soube.
Nesse pedaço de mundo à parte,
A Mariana, longe de tudo, olha de longe um outro cara.
O mesmo cara desde menina.
Ele passa por ela com seu olhar reto,sua postura perfeita e os músculos rijos.
Mariana lambe com os olhos a pele de bronze.
Mariana se faz vento e escorre entre ele, entre as pernas dele.
Mariana venta.
E ele faz do corpo dela um temporal.
E ela ferve.
E ele passa.
E ela só olha, que a Lolita se perdeu em poeira de cidade.
Ligou lá da Bahia.
Ela tem costume de ir pra lá todo verão.
Ela me disse que lá esquece qualquer poeira de cidade.
Que lá conhece gente que eu nem imagino existir.
Ela disse que esquece o tempo, o óbvio e aquele cara de quem ela não gosta.
E fica sendo Mariana flutuante,com vida nova.
Mariana com vida à parte, longe de qualquer leão.
Na Bahia Mariana concentra pra depois escorrer.
Ela disse que não aguentava.
Precisave me contar algo que nunca ninguém soube.
Nesse pedaço de mundo à parte,
A Mariana, longe de tudo, olha de longe um outro cara.
O mesmo cara desde menina.
Ele passa por ela com seu olhar reto,sua postura perfeita e os músculos rijos.
Mariana lambe com os olhos a pele de bronze.
Mariana se faz vento e escorre entre ele, entre as pernas dele.
Mariana venta.
E ele faz do corpo dela um temporal.
E ela ferve.
E ele passa.
E ela só olha, que a Lolita se perdeu em poeira de cidade.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Novela
Ele era bonito, tinha o charme daqueles vilões de novela. Tinha aquele sorriso cínico e eu desmanchava. Claro que não descia do salto. Aquele charme todo era pouco. O charme era todo meu. Ele tinha que abanar o rabo e eu tinha que ser rainha.
Aí eu fazia jogo. Fingia que não ligava. Fingia que o charme não existia. Fumava um cigarro e lia um bom livro na sombreira da árvore pela qual ele certamente passaria.
E ele passava.
Ele dava aquele olhar de relance e eu sabia que ele não prestava.
Mas eu gostava. E não cabia mais em mim aquele flerte. Só que era flerte e daquilo só passaria quando ele não fosse o vilão da novela, ou eu deixasse de ser a mocinha.
Aí eu fazia jogo. Fingia que não ligava. Fingia que o charme não existia. Fumava um cigarro e lia um bom livro na sombreira da árvore pela qual ele certamente passaria.
E ele passava.
Ele dava aquele olhar de relance e eu sabia que ele não prestava.
Mas eu gostava. E não cabia mais em mim aquele flerte. Só que era flerte e daquilo só passaria quando ele não fosse o vilão da novela, ou eu deixasse de ser a mocinha.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Trecho do espetáculo "Tarde"

Diana E tanta coisa que eu queria ter dito, mas não disse...
Maria Eu sempre dizia. Dizia tudo. Nem que fosse pra dizer baixinho sem nem a pessoa ouvir. Dizer eu sempre dizia.
Diana Mas, Maria, se o outro não ouve você diz pra que?
Maria Pra desanuviar, ué? Pra dizer. Coisa demais que a gente não diz vira corcunda.
Diana Ah! Mas tem coisa que a gente não pode dizer.
Maria Tem que dizer. Se não diz, escreve uma carta. Não pode é ficar corcunda.
Diana É meio egoísta.
Maria Eu lá vou carregar o mundo nas costas? Isso sim seria egoísmo!
Tarde_ 3º lugar no Juri popular do V Festival de Esquetes do Espírito Santo.
terça-feira, dezembro 19, 2006
Mariana IV
Lembra da Mariana?
Hoje ela deu um tapa na própria cara.
O cúmulo da falta de pudor, eu diria.
Vê?
Naquelas tentativas de não se queimar ela se bate!
A Mariana não bate mesmo muito bem.
Deixou de ser questão de charme.
A Mariana anda admirando aquele óbvio,
E por não poder, se bate.
É pra se conter.
Mas ela não se contenta.
Dessa vez ela nem está jogando.
Mariana sabe que não tem tempo
O óbvio não é atemporal.
Hoje ela deu um tapa na própria cara.
O cúmulo da falta de pudor, eu diria.
Vê?
Naquelas tentativas de não se queimar ela se bate!
A Mariana não bate mesmo muito bem.
Deixou de ser questão de charme.
A Mariana anda admirando aquele óbvio,
E por não poder, se bate.
É pra se conter.
Mas ela não se contenta.
Dessa vez ela nem está jogando.
Mariana sabe que não tem tempo
O óbvio não é atemporal.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
O caso do duende
Antes de qualquer coisa, eu não acredito em duendes, fadas, gnomos ou qualquer coisa pequena e verde com formas humanas e poderes supostamente mágicos. Ocorre que eu tinha que passar uma idéia num cartaz. A colega sugeriu falar do pote de ouro no fim do arco-íris. Segui. A idéia “O pote existe. Corra!” me pareceu bem convincente. Usar um mito como metáfora para trabalho, capacidade, força ou algo parecido era uma boa idéia.
Há que se quebrar a história, mas é por uma boa causa. Pra que você entenda como tudo aconteceu logo comigo, você deve ter a ciência de que Murphy, aquele desgraçado autor de uma lei horrorosa, me odeia.
Continuando: o cartaz foi feito. Tinha um arco-íris e um duende feliz de gorro verde sentado nele. Uma gracinha. Mágico. Tudo seria perfeito, se ele não tivesse que ser entregue a um professor aterrorizante com cara de maluco. Saí de casa com 50 minutos de antecedência e fui ao posto de gasolina esperar a amiga que me buscaria. Ela não apareceu. Faltando 15 minutos para a aula, entrei num ônibus que provavelmente chegaria ao meu destino em meia hora, e fui. Por sorte tinha um lugar. Pensei que o cartaz estava seguro. Eu ia sentada!
Aí vem o clímax da história. Tandandandan, rufaram os tambores imaginários de um além cruel. O vento aumentou proporcionalmente à velocidade do ônibus. E, por alguma lei física muito bizarra: meu cartaz lindo com um duende sentado num arco-íris voou na ponte.
Seria cômico, se não fosse trágico. O importante nessa palhaçada toda não é a cara do professor, mas a minha angústia e dúvida em dizer ou não a verdade. Creio que tive minha nota. Fique feliz por essa pobre mortal. Enfim, essas histórias malucas podem perfeitamente acontecer. Aconteceu comigo. Sorria!
Há que se quebrar a história, mas é por uma boa causa. Pra que você entenda como tudo aconteceu logo comigo, você deve ter a ciência de que Murphy, aquele desgraçado autor de uma lei horrorosa, me odeia.
Continuando: o cartaz foi feito. Tinha um arco-íris e um duende feliz de gorro verde sentado nele. Uma gracinha. Mágico. Tudo seria perfeito, se ele não tivesse que ser entregue a um professor aterrorizante com cara de maluco. Saí de casa com 50 minutos de antecedência e fui ao posto de gasolina esperar a amiga que me buscaria. Ela não apareceu. Faltando 15 minutos para a aula, entrei num ônibus que provavelmente chegaria ao meu destino em meia hora, e fui. Por sorte tinha um lugar. Pensei que o cartaz estava seguro. Eu ia sentada!
Aí vem o clímax da história. Tandandandan, rufaram os tambores imaginários de um além cruel. O vento aumentou proporcionalmente à velocidade do ônibus. E, por alguma lei física muito bizarra: meu cartaz lindo com um duende sentado num arco-íris voou na ponte.
Seria cômico, se não fosse trágico. O importante nessa palhaçada toda não é a cara do professor, mas a minha angústia e dúvida em dizer ou não a verdade. Creio que tive minha nota. Fique feliz por essa pobre mortal. Enfim, essas histórias malucas podem perfeitamente acontecer. Aconteceu comigo. Sorria!
sábado, dezembro 16, 2006
O fim dos atos-falhos
Com sorte alguma pedra entraria no sapato e ela sentiria tanta dor que estancaria.
Ela precisava de um motivo para não seguir em frente. Aquele filho-da-puta não entendia que ela simplesmente não podia mais? Respirou o mais fundo que pode antes dos tapas na cara temperados com lágrimas dela. As faces dele se coloriram dum vermelho lógico e ela pode recuar. Foi para a sua casa e ele que ficasse só.
Ela precisava de um motivo para não seguir em frente. Aquele filho-da-puta não entendia que ela simplesmente não podia mais? Respirou o mais fundo que pode antes dos tapas na cara temperados com lágrimas dela. As faces dele se coloriram dum vermelho lógico e ela pode recuar. Foi para a sua casa e ele que ficasse só.
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