terça-feira, março 31, 2009

Sobre a casualidade

A Marilyn disse e a Nicole também:
Diamonds are a girl's best friend.
E você acha que eu vou ficar querendo pulseirinha de camelô?

Sem medo

O que eu pensei quando disse aquilo?
Pouco importa, era mero recurso retórico pra flêrte. Entenda que não me importo com causas, mas efeitos.
Xadrez maquiavélico sem nada de conto de fadas.
Foi Vênus que resolveu me acompanhar um dia inteiro e me fazer dizer muito mais do que o que eu digo.
Foi passsar o dia sem desodorante e sentir cheiros naturais. Foi a lembrança das raízes dos pelos(agora sem acento) eriçados tão bonitos que me vinha vontade automática de carícia.
Tenho que parar de ficar ouvindo Rita Lee pra saber bem o que digo e esquecer que as minhas pernas gostam muito mesmo de tremer.
Vou ver se esqueço esses pudores e grito como legítima personagem de Nelson Rodrigues.
Na bandeja outra vez.

sexta-feira, março 27, 2009

Jornalismo e tal

"Pra que tantas aspas, meu deus?", pergunta o meu coração.
Porém a boca não pergunta nada.

segunda-feira, março 23, 2009

Confissão

Esses dias eu ouvi dizerem que pra escrever a gente não pode ter o editor nos ombros, nem o copidesque, nem nada. Entretanto, o leitor continua em cada tecla e cada mexeção de pulso.
Escrevo com a minha avó nos ombros sempre. Provavelmente por que eu sei que ela sempre lê. Quanto mais doce, mais avó no texto. E quando é ácido, é ela quem suaviza.
Então começam a brigar minha avó e minha falta de pudor pra sentimentalismos- que é o que permite a escrita-, mas a minha avó muitas vezes cede. Ela entende que se essas coisas não se soltam e viram palavras elas congelam, mesmo inventadas. Minha avó sabe que quando engulo fico com azia e dor de cabeça e ela nunca nunca me quer doente - me dá água de coco e leite com banana e biscoito que tudo curam.
E mesmo quando eu finjo que não, eu sei que sim. Ela está ali e isso faz parte de mim.

sexta-feira, março 20, 2009

Mariana XXVIII - Segunda temporada

Foi aí que Mariana precisou
de afago preciso.
Surgiu na frente dela,
perdida e sem placa
- mas com love for sale -,
aquele Italiano de outra hora.
Nem fugiu nem nada.
Cabeça de ombro e velho amigo
confusa e cansada.
Queria nada.
Nem sabia.
Entretanto, um aviso de manhã e um colo de noite.
Um cheiro e pronto.
Italiano na mesa com Mariana.
Perdida entre mais pernas.
Sem ombros.

quinta-feira, março 12, 2009

Suruba

Se eu te mordesse a cabeça à Saturno
arrancasse os pedaços
E ainda guardasse Minerva na telha...
Baco na perna todo dia.

segunda-feira, março 09, 2009

Psicosomatismo

Nada de nada.
Foram pares de olhos como um porre.
Palavrões não falados e verdades não ditas.
Foi a bola na garganta que não sai e esquenta e não sai.
Pares de olhos e mais mudez.
Paixão presa na garganta.
mudez mudez.

Acordei gripada e a garganta dói.

terça-feira, março 03, 2009

fim de caso

Agora que está tudo muito bem engolido
eu posso até voltar a dançar
assim, sem compromisso.