segunda-feira, setembro 29, 2008

Ficou exausta. Não queria mais nenhuma daquelas coisas, apenas café.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Vento

Se o texto é curto como é que faz?
Passa?
Se o texto passa como fica o pé?
Se não tem pé como é que corta?
Pode cortar pé ou dói? Ou dois? Ou dez?
E se não é nada como é que faz?
Se ele não entende como é que fica? Como é que vai?
Tudo bem?
Tanto faz.
Que corte. Que fique. Que corra. Corra. Corra.

terça-feira, setembro 16, 2008

Solução

O problema todo é que os poemas resumem as coisas que a gente não fala.
São os silêncios que ficam ali.
São eles que vazam. E eu fico.
Sempre ficam poemas presos na garganta, formando nódulos, fazendo fumaça, em forma de lágrima, poemas dançando e dor de cabeça.
Sempre forço a narrativa pra fingir que não sou eu. Não sou lírica.
O problema todo é que os poemas são feitos no molde do corpo, feito suor.
O problema é o suor secar e o cheiro que fica.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Poema-narrativa-minuto-pós-moderna

O Orkut, muito sábio, disse: siga o coração.
Ela seguiu
e se estrepou

segunda-feira, setembro 08, 2008

Trama

Olharam-se corriqueiramente. Ninguém diria que havia ligação alguma. Apostariam que os dois nem se conheciam direito ou eram indiferentes um ao outro.
Mas a verdade é que os dois se sabiam em cada pedaço de alma e pele. Confidenciavam um ao outro coisas que ninguém jamais poderia saber. E volta e meia se amavam sem contar pra ninguém e sem qualquer paixão. Se viam nus e depois se olhavam corriqueiramente e ninguém diria que havia qualquer ligação.