Tinha ficado tanta coisa atravessada
Tanta coisa não dita
Que Mariana quase confessou ao cachorro
que doía cada vez que um Lucas
Era carne
E queria ser posse
em trocas de saliva com ela.
O cachorro soube apenas
que corpo esponjoso e mucosa
eram coisas sérias
demais
para que Mariana os misturasse
sem envolvimento.
E ele sorriu
para depois sumir.
E Mariana abriu sua temporada de caça ao Cachorro
Pensando que talvez houvesse solução
e esperança
Quando abanassem o rabo e se farejassem
Mas ela não sabia
Que o cachorro faria questão de ser tão etéreo quanto ela
E fugia como mulher.
Os dois se encontravam
E ele se enroscava em outras moças
Então aquele ciúme que andava perdido
voltou a embriagá-la
E Mariana teve raiva
do cachorro
E de si.
Então tomou mais um suco de laranja
com o cara de quem ela não gosta.
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quarta-feira, abril 21, 2010
quarta-feira, abril 14, 2010
Mariana XXXVIII - Segunda temporada
Quero parar de falar de Mariana,
Mas os meus pulsos frágeis
sequer dóem quando é sobre ela que escrevo
Sendo personagem, Mariana não devia
deixar tanta angústia
na cabeça de sua autora
Disse que saiu farejando o cachorro,
flertando com o cara de quem ela não gosta,
e querendo não se envolver.
Para completar,
recebeu uma carta do bicho papão.
“Você ainda guarda mágoa de mim?”
E respondeu:
“Não. Só não te quero perto.”
E ele:
“Se não quer perto, é porque há mágoa”
E ela escreveu outra carta, que entregou apenas para mim:
“Bicho Papão,
Quando eu te matei não foi por mal, nem foi físico.
É que eu não agüentei vê-lo beijando a minha irmã, a minha prima e aquela outra Camila.
Depois também teve a cena de você com aquela atriz fazendo tanta verdade no sexo (que você quis que eu cresse) cênico...
Não sei entender teatro.
É que eu engoli todos os sapos sem nunca ter comido nem perna de rã.
E eu te falei que estava com ânsia de vômito, mas você não saía da minha frente! Falou que sem mim ia encher a cara de maconha.
Tanto discurso!
Detesto palavras bonitas, Bicho Papão. Foi um tiro. Só pra nunca mais as minhas mãos tremerem.”
Mas os meus pulsos frágeis
sequer dóem quando é sobre ela que escrevo
Sendo personagem, Mariana não devia
deixar tanta angústia
na cabeça de sua autora
Disse que saiu farejando o cachorro,
flertando com o cara de quem ela não gosta,
e querendo não se envolver.
Para completar,
recebeu uma carta do bicho papão.
“Você ainda guarda mágoa de mim?”
E respondeu:
“Não. Só não te quero perto.”
E ele:
“Se não quer perto, é porque há mágoa”
E ela escreveu outra carta, que entregou apenas para mim:
“Bicho Papão,
Quando eu te matei não foi por mal, nem foi físico.
É que eu não agüentei vê-lo beijando a minha irmã, a minha prima e aquela outra Camila.
Depois também teve a cena de você com aquela atriz fazendo tanta verdade no sexo (que você quis que eu cresse) cênico...
Não sei entender teatro.
É que eu engoli todos os sapos sem nunca ter comido nem perna de rã.
E eu te falei que estava com ânsia de vômito, mas você não saía da minha frente! Falou que sem mim ia encher a cara de maconha.
Tanto discurso!
Detesto palavras bonitas, Bicho Papão. Foi um tiro. Só pra nunca mais as minhas mãos tremerem.”
quarta-feira, abril 07, 2010
Mariana XVII - Segunda temporada
A verdade é que o cachorro
não esperava nada.
E nem queria entender.
Mariana o tinha ferido sem saber
quando ainda usava a placa de "love for sale".
Ele disse que já a tinha visto
antes de placas.
Quando ela ainda estava ligada apenas ao homem que não adjetivava.
Quando ainda era óbvio.
Quando ela nem sabia que ele existia
Ele já via.
E essa ternura posta na mesa
foi um soco em Mariana
E lhe secou o pulmão.
Sem respirar, ela pensou no cachorro
como muito mais que um bicho.
Ficou tão sentida
Que quis que o italiano aparecesse
abriria até mão do não
que tinha feito só para ele.
Depois chorou.
não esperava nada.
E nem queria entender.
Mariana o tinha ferido sem saber
quando ainda usava a placa de "love for sale".
Ele disse que já a tinha visto
antes de placas.
Quando ela ainda estava ligada apenas ao homem que não adjetivava.
Quando ainda era óbvio.
Quando ela nem sabia que ele existia
Ele já via.
E essa ternura posta na mesa
foi um soco em Mariana
E lhe secou o pulmão.
Sem respirar, ela pensou no cachorro
como muito mais que um bicho.
Ficou tão sentida
Que quis que o italiano aparecesse
abriria até mão do não
que tinha feito só para ele.
Depois chorou.
quarta-feira, março 31, 2010
Mariana XXXVI - segunda temporada
Mariana não podia mais olhar na cara do ombro
sem um tanto de raiva
um tanto de medo
e sem se perguntar por que não tinham funcionado.
Flertava com o cara de quem ela não gosta
E tentava entender a história toda
Como se houvesse princípio e fim
Como se não fosse tudo cabeça de Mariana numa bandeja de prata
E sangue.
Nem o flerte era natural.
Tinha raiva do italiano
E de si
Queria não entender tudo
chutar o balde
gritar
Tinha emoção lhe enchendo a boca
E tanto peso por tantos homens
que quis ser só
mesmo que ninguém tivesse ligado
depois da placa que ela deixou pelas ruas
oferecendo recompensa
para quem encontrasse seu não.
E, refletindo,
topou com o cachorro,
mas não abanou o rabo.
Pediu que ele entendesse que ela já não podia
Querer bem a ninguém.
Mesmo bichos de estimação.
sem um tanto de raiva
um tanto de medo
e sem se perguntar por que não tinham funcionado.
Flertava com o cara de quem ela não gosta
E tentava entender a história toda
Como se houvesse princípio e fim
Como se não fosse tudo cabeça de Mariana numa bandeja de prata
E sangue.
Nem o flerte era natural.
Tinha raiva do italiano
E de si
Queria não entender tudo
chutar o balde
gritar
Tinha emoção lhe enchendo a boca
E tanto peso por tantos homens
que quis ser só
mesmo que ninguém tivesse ligado
depois da placa que ela deixou pelas ruas
oferecendo recompensa
para quem encontrasse seu não.
E, refletindo,
topou com o cachorro,
mas não abanou o rabo.
Pediu que ele entendesse que ela já não podia
Querer bem a ninguém.
Mesmo bichos de estimação.
quinta-feira, março 25, 2010
Mariana XXXV - Segunda temporada
O meu telefone tocou.
- Aline, houve um terceiro Lucas.
E eu sabia o que significava isso:
Mariana começava a fugir do Italiano.
- Não sei por que me meto com esses homens
que tem nome próprio e letra maiúscula.
Jamais houve Lucas que significasse, Aline.
Esse mesmo parecia tão singelo
que eu saí correndo desembestada para não subir na moto que se tornaria cavalo branco.
Nenhum Lucas pode ser príncipe.
- E o Italiano?
- Sumiu de novo, na segunda vez. E eu só estava preparada para entender sumiço depois da terceira.
Então Mariana desligou seu telefone para que nenhum Lucas ligasse.
E foi procurar seu não de estimação
que continuava sumido.
Quando ela viu o Italiano pela terceira vez
E quis crer que seria para sempre.
- Aline, houve um terceiro Lucas.
E eu sabia o que significava isso:
Mariana começava a fugir do Italiano.
- Não sei por que me meto com esses homens
que tem nome próprio e letra maiúscula.
Jamais houve Lucas que significasse, Aline.
Esse mesmo parecia tão singelo
que eu saí correndo desembestada para não subir na moto que se tornaria cavalo branco.
Nenhum Lucas pode ser príncipe.
- E o Italiano?
- Sumiu de novo, na segunda vez. E eu só estava preparada para entender sumiço depois da terceira.
Então Mariana desligou seu telefone para que nenhum Lucas ligasse.
E foi procurar seu não de estimação
que continuava sumido.
Quando ela viu o Italiano pela terceira vez
E quis crer que seria para sempre.
sexta-feira, março 19, 2010
Mariana XXXIV - segunda temporada
Quando Mariana começou a me contar, nem quis ouvir.
Mas ela estava tão radiante
Que nem pude botá-la no chão.
Minha amiga disse que os dois pensavam parecido
e que ela estava perdida,
mas que não se apaixonaria.
Ele já tinha explicado as regras do jogo.
Três encontros seguidos próximos no máximo
depois deviam ser ao menos três semanas sem se verem.
Assim, protegiam-se das armadilhas de um eventual envolvimento.
Me assustei com um acordo tão frio,
mas Mariana parecia satisfeita em crer
que podia não mais se envolver.
Sabia, até, que o italiano não valia nada
E por isso estaria em seus braços
sem nem querer saber onde se enfiou o não.
Mas ela estava tão radiante
Que nem pude botá-la no chão.
Minha amiga disse que os dois pensavam parecido
e que ela estava perdida,
mas que não se apaixonaria.
Ele já tinha explicado as regras do jogo.
Três encontros seguidos próximos no máximo
depois deviam ser ao menos três semanas sem se verem.
Assim, protegiam-se das armadilhas de um eventual envolvimento.
Me assustei com um acordo tão frio,
mas Mariana parecia satisfeita em crer
que podia não mais se envolver.
Sabia, até, que o italiano não valia nada
E por isso estaria em seus braços
sem nem querer saber onde se enfiou o não.
quinta-feira, março 11, 2010
Mariana XXXIII - segunda temporada
Foi pouco depois que o italiano resolveu voltar à cena.
Quis logo Mariana de baixo para cima.
Acontece que o Não estava firme com ela
e Mariana resolveu utilizar-se da arte de esnobar.
Disse logo:
- Não combinamos.
E pensou nas pernas recentes do velho amigo.
Mas o Italiano era inteligentíssimo
e não deixaria Mariana escapar.
Ficou doce, próximo.
Fingiu até olhá-la de cima para baixo.
Então o Não foi ao banheiro
E Mariana sentiu o cheiro.
Caiu.
Quis logo Mariana de baixo para cima.
Acontece que o Não estava firme com ela
e Mariana resolveu utilizar-se da arte de esnobar.
Disse logo:
- Não combinamos.
E pensou nas pernas recentes do velho amigo.
Mas o Italiano era inteligentíssimo
e não deixaria Mariana escapar.
Ficou doce, próximo.
Fingiu até olhá-la de cima para baixo.
Então o Não foi ao banheiro
E Mariana sentiu o cheiro.
Caiu.
terça-feira, março 02, 2010
Mariana XXXII - Segunda temporada
Então o não deixou Mariana solta
quando ela resolveu ir ao dentista
Foi o tempo certo de fugir
para as pernas do velho amigo.
Vaziíssima, Mariana representava
como num palco
tentando ser discreta.
Eram dois corações desgastados
em seus próprios braços
um amontoado de gestos ensaiados,
pernas misturadas,
dança,
Nenhuma mísera lasca de esperança.
- Não vai ter paixão, velho amigo. - ela disse.
- Conheço bem as peças do meu xadrêz. Seremos frios. - ele bradou durante um cafuné.
E Mariana se traiu.
- Se isso é um jogo, combinemos de não sacrificar a dama.
Mas Mariana largou a representação de lado e fez-se dura.
Despediram-se como se nunca mais fossem ver-se.
E ela voltou a dar o braço ao não depois de ter o dente obturado.
quando ela resolveu ir ao dentista
Foi o tempo certo de fugir
para as pernas do velho amigo.
Vaziíssima, Mariana representava
como num palco
tentando ser discreta.
Eram dois corações desgastados
em seus próprios braços
um amontoado de gestos ensaiados,
pernas misturadas,
dança,
Nenhuma mísera lasca de esperança.
- Não vai ter paixão, velho amigo. - ela disse.
- Conheço bem as peças do meu xadrêz. Seremos frios. - ele bradou durante um cafuné.
E Mariana se traiu.
- Se isso é um jogo, combinemos de não sacrificar a dama.
Mas Mariana largou a representação de lado e fez-se dura.
Despediram-se como se nunca mais fossem ver-se.
E ela voltou a dar o braço ao não depois de ter o dente obturado.
sábado, fevereiro 27, 2010
Mariana XXXI - Segunda temporada
Ele disse
Te amo, Mariana.
Ela perdeu a voz.
Não acreditou e não acreditaria.
Tinha que esperar pra ver
se o ombro
não queria só mantê-la fiel enquanto se acertava em outros cantos
Passou um mês e Mariana estava ainda pensando em paixão.
O ombro sumiu com as frases feitas no bolso
e ela ficou com pessimismos
e flertes avulsos
Te amo, Mariana.
Ela perdeu a voz.
Não acreditou e não acreditaria.
Tinha que esperar pra ver
se o ombro
não queria só mantê-la fiel enquanto se acertava em outros cantos
Passou um mês e Mariana estava ainda pensando em paixão.
O ombro sumiu com as frases feitas no bolso
e ela ficou com pessimismos
e flertes avulsos
domingo, fevereiro 21, 2010
Mariana XXX - segunda temporada
A menina atemporal
arrumou tempo para trabalhar o despudor.
Sem medo, Mariana encontrou por aí aquele cara de quem ela não gostava
(o mesmo que deu início à sua novela)
Então ela, que não mais se desespera,
flertou sem qualquer culpa
com o sarcasmo de quem ela ainda diz não gostar.
O grande problema foi que
já na boca da fera
ela disse não.
Queria o que?
só no início da novela ele era
a boca do leão.
Mariana e seu não andaram então
dignos e vazios
por mais uma transparente escuridão
- sem fuga de ombro.
arrumou tempo para trabalhar o despudor.
Sem medo, Mariana encontrou por aí aquele cara de quem ela não gostava
(o mesmo que deu início à sua novela)
Então ela, que não mais se desespera,
flertou sem qualquer culpa
com o sarcasmo de quem ela ainda diz não gostar.
O grande problema foi que
já na boca da fera
ela disse não.
Queria o que?
só no início da novela ele era
a boca do leão.
Mariana e seu não andaram então
dignos e vazios
por mais uma transparente escuridão
- sem fuga de ombro.
quinta-feira, abril 02, 2009
Mariana XXIX - Segunda temporada
Ela me disse assim, sem gravidade,
Foi só um flerte, Aline.
Todavia, eu sei que Mariana estava doendo muito por dentro.
O italiano sumiu e Mariana não tinha apoio.
Mariana sem galho fica chata.
O ombro então seria só conversa,
Mas Mariana não passa de
um amontoado ambulante de hormônios.
- Aline, Um flerte à toa não faz mal!
Ela dizia sem se ouvir e desmoronava.
Não queria ver o que estava na cara
- em baixo do nariz: o ombro -
Ela disse se preocupar com o italiano.
Eu fingi acreditar enquanto eu via
Mariana se embolando cada vez mais
num mesmo novelo
sem sonho, sem óbvio, sem futuro.
Eu tive que calar por que ouvindo
eu-besta não sabia o que fazer por ela
ou o que dizer.
Deixei, mas não sem culpa,
a minha amiga num navio sem vela
à deriva
Foi só um flerte, Aline.
Todavia, eu sei que Mariana estava doendo muito por dentro.
O italiano sumiu e Mariana não tinha apoio.
Mariana sem galho fica chata.
O ombro então seria só conversa,
Mas Mariana não passa de
um amontoado ambulante de hormônios.
- Aline, Um flerte à toa não faz mal!
Ela dizia sem se ouvir e desmoronava.
Não queria ver o que estava na cara
- em baixo do nariz: o ombro -
Ela disse se preocupar com o italiano.
Eu fingi acreditar enquanto eu via
Mariana se embolando cada vez mais
num mesmo novelo
sem sonho, sem óbvio, sem futuro.
Eu tive que calar por que ouvindo
eu-besta não sabia o que fazer por ela
ou o que dizer.
Deixei, mas não sem culpa,
a minha amiga num navio sem vela
à deriva
sexta-feira, março 20, 2009
Mariana XXVIII - Segunda temporada
Foi aí que Mariana precisou
de afago preciso.
Surgiu na frente dela,
perdida e sem placa
- mas com love for sale -,
aquele Italiano de outra hora.
Nem fugiu nem nada.
Cabeça de ombro e velho amigo
confusa e cansada.
Queria nada.
Nem sabia.
Entretanto, um aviso de manhã e um colo de noite.
Um cheiro e pronto.
Italiano na mesa com Mariana.
Perdida entre mais pernas.
Sem ombros.
de afago preciso.
Surgiu na frente dela,
perdida e sem placa
- mas com love for sale -,
aquele Italiano de outra hora.
Nem fugiu nem nada.
Cabeça de ombro e velho amigo
confusa e cansada.
Queria nada.
Nem sabia.
Entretanto, um aviso de manhã e um colo de noite.
Um cheiro e pronto.
Italiano na mesa com Mariana.
Perdida entre mais pernas.
Sem ombros.
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
Mariana XXVII - segunda temporada
Mariana confundiu
as pernas com o velho amigo
e se confundiu
com palavras mais
que versos(que não tocam)
Mariana esqueceu do mundo
e queria assim um sonho virtual
pra ela quase óbvio
tudo no velho amigo
que era delírio - e nada.
Mariana devia verter-se
em mãos apenas
Mas as trocas de palavras
fizeram dela peixe
na rede
do velho amigo
que, sabendo,
arredou para o lado.
Mariana queria mais que pernas.
Aconteceu: Mariana escorregou com força
mesmo estando peixe na rede.
Então houve choro
e pra choro: ombro.
as pernas com o velho amigo
e se confundiu
com palavras mais
que versos(que não tocam)
Mariana esqueceu do mundo
e queria assim um sonho virtual
pra ela quase óbvio
tudo no velho amigo
que era delírio - e nada.
Mariana devia verter-se
em mãos apenas
Mas as trocas de palavras
fizeram dela peixe
na rede
do velho amigo
que, sabendo,
arredou para o lado.
Mariana queria mais que pernas.
Aconteceu: Mariana escorregou com força
mesmo estando peixe na rede.
Então houve choro
e pra choro: ombro.
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
Mariana XXVI - Segunda temporada
Acelerou os seus motores
Pisou fundo e foi pra longe
Nem queria ombro algum.
Queria nada que não fosse vento
E fuga.
Mariana nem sorria nada por dentro.
Ficava longe e aquilo por si só parecia bastar.
Então, foi um gole de cerveja com um velho amigo
Sem nenhuma ponta de dedo.
Era pra ser só uma fuga
Mas ele chegou com sorrisos
E ela usava uma bela saia.
Mariana se enroscou entre as belas pernas
Do velho amigo
Mariana beijou corpo inteiro
E se fez vento
Entre feridas abertas dela e dele
Entre tudos e nadas
Compromisso de nem sim nem não.
Estava ali quase afogada em suor
Querendo apenas sentir as suas ancas flácidas
Pressionadas por mãos fortes
De amigo estranho
De sempre.
Pisou fundo e foi pra longe
Nem queria ombro algum.
Queria nada que não fosse vento
E fuga.
Mariana nem sorria nada por dentro.
Ficava longe e aquilo por si só parecia bastar.
Então, foi um gole de cerveja com um velho amigo
Sem nenhuma ponta de dedo.
Era pra ser só uma fuga
Mas ele chegou com sorrisos
E ela usava uma bela saia.
Mariana se enroscou entre as belas pernas
Do velho amigo
Mariana beijou corpo inteiro
E se fez vento
Entre feridas abertas dela e dele
Entre tudos e nadas
Compromisso de nem sim nem não.
Estava ali quase afogada em suor
Querendo apenas sentir as suas ancas flácidas
Pressionadas por mãos fortes
De amigo estranho
De sempre.
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
Mariana XXV - Segunda temporada
Mariana parou de me ligar.
Fiquei me sentindo órfã sem as suas histórias,
Mas não procurei.
Depois de uns dias, ela apareceu na minha frente numa lanchonete e disse que muitas coisas tinham acumulado. A mais assustadora delas era a postura do ombro.
Mariana contou que para ele não havia nenhuma tempestade.
O ombro disse a ela que tudo era muito bonito entre os dois.
Que com ela tudo estava tranqüilo.
Então ela me demonstrou toda a vontade que tinha de morder travesseiros pra não gritar alto demais.
E de socar pessoas.
Por que pra ela nada era tranqüilo.
Mariana estava bem alojadinha na boca de um leão.
Dessa vez eu nem achava engraçada a cara de desespero dela.
Fiquei me sentindo órfã sem as suas histórias,
Mas não procurei.
Depois de uns dias, ela apareceu na minha frente numa lanchonete e disse que muitas coisas tinham acumulado. A mais assustadora delas era a postura do ombro.
Mariana contou que para ele não havia nenhuma tempestade.
O ombro disse a ela que tudo era muito bonito entre os dois.
Que com ela tudo estava tranqüilo.
Então ela me demonstrou toda a vontade que tinha de morder travesseiros pra não gritar alto demais.
E de socar pessoas.
Por que pra ela nada era tranqüilo.
Mariana estava bem alojadinha na boca de um leão.
Dessa vez eu nem achava engraçada a cara de desespero dela.
domingo, janeiro 18, 2009
Mariana XXIV - Segunda temporada
Mariana se envolveu
Em alguns novelos
Em coisas tortas.
Mariana se perdeu.
Sentia dores constantes no peito
De achar que não devia
Gostar de quem gostava
(o rato da história que ela não quis me contar no outro dia - e ainda brigou quando viu que eu chamei de rato.
Mariana disse que se for pra eu inventar um nome, que o chame ombro)
Tentou dizer não
Fugiu como fazia sempre
Mas Mariana sem medo e pudor acaba se embolando – ainda que seja racional.
Mariana embolada no novelo desse ombro
Ficava constantemente
Rodando num tornado.
Em alguns novelos
Em coisas tortas.
Mariana se perdeu.
Sentia dores constantes no peito
De achar que não devia
Gostar de quem gostava
(o rato da história que ela não quis me contar no outro dia - e ainda brigou quando viu que eu chamei de rato.
Mariana disse que se for pra eu inventar um nome, que o chame ombro)
Tentou dizer não
Fugiu como fazia sempre
Mas Mariana sem medo e pudor acaba se embolando – ainda que seja racional.
Mariana embolada no novelo desse ombro
Ficava constantemente
Rodando num tornado.
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Mariana XXIII - segunda temporada
Mariana – a louca – pendurou um cartaz.
LOVE FOR SALE
Letras garrafais e eu desesperada
Preocupadíssima com Mariana fiquei.
Então ela disse pra eu cuidar dos meus casos
E foi arrumar casos pra si.
Sarna atrás de sarna que a bichinha gosta de se coçar.
- Um flirt, Aline, um flirt à toa não faz mal!
Mariana sapeca me deixa desesperada.
Enquanto ela é despudorada pulando de galho em galho
Eu nada.
Mariana pendurou um cartaz e nem precisou indicar o local.
Cachorros, bois, galos e ratos apareceram pra se casar
Com a dona Marianatinha
Que pôs fita no cabelo
e dinheiro na caixinha.
O boi ela logo não quis. Mugia.
Pro cachorro ela bem que abanou o rabo
Passou noites acordada e depois percebeu que ele ladrava
E mordia.
Então Marianatinha se encontrou as escondidas com o galo.
Depois não ficou com nenhum dos dois.
Voltou a pular de galho em galho.
LOVE FOR SALE
E o rato fica em outra história
[que Mariana não quis me contar.
LOVE FOR SALE
Letras garrafais e eu desesperada
Preocupadíssima com Mariana fiquei.
Então ela disse pra eu cuidar dos meus casos
E foi arrumar casos pra si.
Sarna atrás de sarna que a bichinha gosta de se coçar.
- Um flirt, Aline, um flirt à toa não faz mal!
Mariana sapeca me deixa desesperada.
Enquanto ela é despudorada pulando de galho em galho
Eu nada.
Mariana pendurou um cartaz e nem precisou indicar o local.
Cachorros, bois, galos e ratos apareceram pra se casar
Com a dona Marianatinha
Que pôs fita no cabelo
e dinheiro na caixinha.
O boi ela logo não quis. Mugia.
Pro cachorro ela bem que abanou o rabo
Passou noites acordada e depois percebeu que ele ladrava
E mordia.
Então Marianatinha se encontrou as escondidas com o galo.
Depois não ficou com nenhum dos dois.
Voltou a pular de galho em galho.
LOVE FOR SALE
E o rato fica em outra história
[que Mariana não quis me contar.
terça-feira, dezembro 02, 2008
Mariana XXII Segunda temporada.
Mariana perdeu o medo.
Sei que você, leitor, deve estar pensando que a personagem descaracterizou-se, mas não.
Mariana me ligou por esses dias e contou que muito se deve ao homem que já não está mais com ela e que ela ainda não adjetiva.
Mariana também não vê mais óbvio nem sonho nem flor nem nada.
Disse que semana que vem vai à Bahia.
Se encontrar o sonho não sei.
O sonho agora tem dona e nada de Mariana nela.
Mariana disse que está vacinada,
Mas eu mesma não acredito.
Depois, pra me enrolar, ela contou de certo italiano que conheceu há meses atrás
Paixão avassaladora de uma noite só.
Disse que ele custou a sair da sua cabeça.
Eu nem quis saber.
O que importa é que Mariana já não tem medo nem de boca-de-leão
E eu não sei o que pode acontecer daqui pra frente
Continua sendo ninfeta, continua sendo atemporal.
Torçam, queridos, que Mariana agora ganhe um pouco de pudor!
Sei que você, leitor, deve estar pensando que a personagem descaracterizou-se, mas não.
Mariana me ligou por esses dias e contou que muito se deve ao homem que já não está mais com ela e que ela ainda não adjetiva.
Mariana também não vê mais óbvio nem sonho nem flor nem nada.
Disse que semana que vem vai à Bahia.
Se encontrar o sonho não sei.
O sonho agora tem dona e nada de Mariana nela.
Mariana disse que está vacinada,
Mas eu mesma não acredito.
Depois, pra me enrolar, ela contou de certo italiano que conheceu há meses atrás
Paixão avassaladora de uma noite só.
Disse que ele custou a sair da sua cabeça.
Eu nem quis saber.
O que importa é que Mariana já não tem medo nem de boca-de-leão
E eu não sei o que pode acontecer daqui pra frente
Continua sendo ninfeta, continua sendo atemporal.
Torçam, queridos, que Mariana agora ganhe um pouco de pudor!
segunda-feira, janeiro 28, 2008
Mariana XXI
Mariana me ligou meio retardada esses dias
Aí eu quis que ela me contasse tudo tim tim por tim tim.
O problema é que ela vomitava acontecimento atrás de acontecimento e eu me senti meio perdida naquela narrativa meio poema que ela disse ter virado comédia romântica americana.
Disse que a confusão teve fim.
Disse que daquela noite de ciúmes ela foi pra Bahia e as coisas foram se ajeitando confortavelmente. Ainda aqui, ela pôs um fim no caso óbvio.
Os dois riram e reconheceram que o lance tinha sido óbvio, mas turbilhão demais que Mariana já não merecia. Então faltavam o sonho e a flor.
Ela disse “que bom”, quando o cara que ela não consegue adjetivar disse que já não havia outra moça.
Ele disse “que bom” quando ela disse que o óbvio já não existia.
Ele disse que ainda tinha que falar “que bom” mais duas vezes - por que Mariana fora honesta desde o princípio e achava que era assim que devia ser.
Ela riu.
Mariana me confessou que gosta muito das risadas e dessa sensação nova de tranqüilidade e carinho que lhe faz bem para a pele.
Mas ainda havia sonho e flor.
Com a flor ela não falaria. As pétalas ficariam ali, cheiravam bem e não incomodavam. Não havia de ser paixão. A flor era só flor.
Aí ela foi pra Bahia e encontrou o sonho.
Ele tinha medo de Mariana querê-lo pra sempre.
Foi aí que ela riu e explicou que seria a última vez.
E foi bonito como tinha que ser. Teve cara de novela e filme, com trilha sonora perfeita e tudo o mais. Mesmo Mariana sabendo que de forma alguma daria seu coração, faria aquilo real, nem esqueceria. Foi Smooth. Por que ela não queria que o sonho lhe desse um amor de cinema em que não lhe faltasse carinho, plano nem assunto ao longo do dia. Nenhum dos dois queria largar nada um pelo outro.
E Mariana me disse que chorou no fim da noite, por que doeu mesmo por fim ao sonho.
Foi então avisar ao cara que ela não adjetiva. E dizer que era ele que ela queria para si.
Aí ele disse dois “que bom”.
Aí o cara que Mariana não adjetiva foi para a Bahia e os dois se encontraram, se abraçaram, riram juntos e foi tranqüilo e agitado como deve ser.
Por que ela me disse que é ele que ela quer pra si.
Ela me disse que ele tem olhos lindos e sinceros, como ela bem gosta de ver.
E eles cuidam um do outro.
E no fim,
It's still the same old story
A fight for love and glory
Acho que Mariana sossegou num galho só.
Aí eu quis que ela me contasse tudo tim tim por tim tim.
O problema é que ela vomitava acontecimento atrás de acontecimento e eu me senti meio perdida naquela narrativa meio poema que ela disse ter virado comédia romântica americana.
Disse que a confusão teve fim.
Disse que daquela noite de ciúmes ela foi pra Bahia e as coisas foram se ajeitando confortavelmente. Ainda aqui, ela pôs um fim no caso óbvio.
Os dois riram e reconheceram que o lance tinha sido óbvio, mas turbilhão demais que Mariana já não merecia. Então faltavam o sonho e a flor.
Ela disse “que bom”, quando o cara que ela não consegue adjetivar disse que já não havia outra moça.
Ele disse “que bom” quando ela disse que o óbvio já não existia.
Ele disse que ainda tinha que falar “que bom” mais duas vezes - por que Mariana fora honesta desde o princípio e achava que era assim que devia ser.
Ela riu.
Mariana me confessou que gosta muito das risadas e dessa sensação nova de tranqüilidade e carinho que lhe faz bem para a pele.
Mas ainda havia sonho e flor.
Com a flor ela não falaria. As pétalas ficariam ali, cheiravam bem e não incomodavam. Não havia de ser paixão. A flor era só flor.
Aí ela foi pra Bahia e encontrou o sonho.
Ele tinha medo de Mariana querê-lo pra sempre.
Foi aí que ela riu e explicou que seria a última vez.
E foi bonito como tinha que ser. Teve cara de novela e filme, com trilha sonora perfeita e tudo o mais. Mesmo Mariana sabendo que de forma alguma daria seu coração, faria aquilo real, nem esqueceria. Foi Smooth. Por que ela não queria que o sonho lhe desse um amor de cinema em que não lhe faltasse carinho, plano nem assunto ao longo do dia. Nenhum dos dois queria largar nada um pelo outro.
E Mariana me disse que chorou no fim da noite, por que doeu mesmo por fim ao sonho.
Foi então avisar ao cara que ela não adjetiva. E dizer que era ele que ela queria para si.
Aí ele disse dois “que bom”.
Aí o cara que Mariana não adjetiva foi para a Bahia e os dois se encontraram, se abraçaram, riram juntos e foi tranqüilo e agitado como deve ser.
Por que ela me disse que é ele que ela quer pra si.
Ela me disse que ele tem olhos lindos e sinceros, como ela bem gosta de ver.
E eles cuidam um do outro.
E no fim,
It's still the same old story
A fight for love and glory
Acho que Mariana sossegou num galho só.
quarta-feira, janeiro 09, 2008
Mariana XX
Foi ciúme de novo.
Mariana tentava se convencer de que não tinha motivos,
No fim das contas ela era a parte mais confusa da situação (como sempre fora em todas as situações).
O fato é que Mariana tinha ciúmes apesar da flor e do sonho e do óbvio
Nem adjetivar seus ciúmes ela podia, por que tinha
Me contou que tentou se afogar em pipocas, mas não pôde.
Disse-me que lembrou-se dos Lucas, dos dois Lucas que tem nome por que são números. Lembrava deles por que nenhum deles parecia boca de leão.
Mariana perdeu o medo de escuro, mas continua sendo Mariana e não sabendo bem como agir.
Mariana não se conserta.
(travei o texto, que agora tem um buraco por que detesto que me interrompam enquanto escrevo. Não abram a porta do quarto, não parem a música e não falem comigo enquanto escrevo. Só se seu falar for escrever. E mesmo assim, só dou atenção quando quero e por que preciso)
Mariana sente ciúmes do cara que ela não adjetiva.
E se sente idiota.
Mariana tentava se convencer de que não tinha motivos,
No fim das contas ela era a parte mais confusa da situação (como sempre fora em todas as situações).
O fato é que Mariana tinha ciúmes apesar da flor e do sonho e do óbvio
Nem adjetivar seus ciúmes ela podia, por que tinha
Me contou que tentou se afogar em pipocas, mas não pôde.
Disse-me que lembrou-se dos Lucas, dos dois Lucas que tem nome por que são números. Lembrava deles por que nenhum deles parecia boca de leão.
Mariana perdeu o medo de escuro, mas continua sendo Mariana e não sabendo bem como agir.
Mariana não se conserta.
(travei o texto, que agora tem um buraco por que detesto que me interrompam enquanto escrevo. Não abram a porta do quarto, não parem a música e não falem comigo enquanto escrevo. Só se seu falar for escrever. E mesmo assim, só dou atenção quando quero e por que preciso)
Mariana sente ciúmes do cara que ela não adjetiva.
E se sente idiota.
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