sábado, outubro 30, 2010

quântica

Olha, passei da fase de fingir. Não vou dizer que faço questão da presença quando é irrisória. Não vou passar mão na cabeça nem fingir que a paixão de semana passada é pra sempre.
Paixão é vento, gente. Venta. Vai embora e pronto. Vale à pena, claro.
Tudo muito bonito essa semana toda. Meu deus meu ego é um problema sério. Nem é coisa de gente isso de querer ser centro de universo.
Porque se fossem vários universos faria sentido ser centro local.
Mas quem? Quem? Quem tem tanta gravidade?

sexta-feira, outubro 29, 2010

alfa - macho

É a Gal, eu acho. Gritando que você precisa ver que bonito.
Quando eu vejo coisas bonitas eu fico querendo te mostrar - que você mesmo é muito bonito. Só queria te pedir que não me invadisse. De uma vez por todas - agressiva mesmo - qualquer coisa que eu sinta é problema apenas meu.
Não posso mais brincar de ser confessional que te incomoda.
Você é muito pesado.
mas tão leve que se eu soubesse fazia mesmo uma tatuagem. tem nada não. a única coisa que já quis tatuar foi você.
e pronto. Tinha que ter alguma coisa latina ou grega dizendo você em todas as letras.
Mas é que a lírica é tanta meu deus que não dá.
Um desses designers teria que recriar os tipos todos e um alfabeto novo.
Quando eu ficar rica contrato um linguista, coisa assim. Um cara desses bem inteligentes que te pegue a pele e faça letra.
Alguém aí que te congele.
mas aí a imagem fica tão doída.
Em mim você tão quente. Tão quente!

segunda-feira, outubro 25, 2010

co-ra-ção de eterno flêrte.

Avulsa e desatenta. Fugindo do mundo. desafinada, menino, precisa ver. A voz está falhando e meu corpo agora parece que tem cheiro. Pouca coisa mudou depois da última vez.
Tenho sentido vontade de escrever carta de papel por causa da Nayara, mas desaprendi sem teclado e acredito que tinta é coisa muito forte. Que terror, meu deus, caneta!
Não sei mais. Desaprendi o acúmulo das coisas e das pessoas na gente. Acho que nunca soube assim tanto acúmulo de uma só pessoa e tenho medo.
Sabe, ternura?
Semana passada e mês passado a ternura incomodou.
Aquele outro dia a ternura em forma de peso de corpo doeu nos ossos mais do que o colchão que me atrapalha a dormir.
Precisa ver, menino, preciso ver-te.

quinta-feira, outubro 21, 2010

É bonito, você.
Ela disse que estou apaixonada.
Não quero.
Não vou. Não quero.
Leram tudo, sim.
Se rima te quero pra mim.
Então chega, chega. depois vira mentira.

sexta-feira, outubro 15, 2010

entre os peitos

Entre meus peitos seria encaixe perfeito você. Então os dedos fariam o trabalho do carinho lógico. Da ternura irracional. Depois o resto do corpo todo em minhas mãos como reconhecimento, como fruta, como pão. Amasso as costas, mordo as orelhas, apalpo cada canto e seguro firme nas mãos pra não cair de cara. Pra não ficar sem nada. Seguro as mãos pra dizer que a posse nem existe quando existe. Que na verdade mãos e pele e tanto cheiro é tudo acordo.
Você não faz idéia de quanto eu chovi. Ah você não sabe que eu ainda estou chovendo. Chovendo. Encharcando o mundo todo e eu mesma de você e de umidade física. Sentimentalíssima. Essa alegria nova, verde, doce. Esse seu gosto azedo de manhã. Essa sua cara de sono bonita. Essa cabeça desacordada e perto. Esses braços que não soltam nunca.
E pele. Pele. Pele.
Depois é tanto braço, mão, boca, arranco e eu exposta, entregue, vestida, nua, pesada, leve, marcada. Marcada. Marcada. Marcada. E os ritmos. E a sua cara.
E chuva.
Foi pra isso que eu te farejei no mato até achar.

terça-feira, outubro 12, 2010

é preciso manter a calma

Não vai adiantar tentar moldar minha vida na sua. Nem se eu passar manteiga na forma e me untar bem. Há cantos certos de se grudar, independente de quem maneje a fórmula. Há letras certas de se errar.
E não posso aguentar sins e nãos de outrem. A busca é doce. Esse negócio de molde e de mãos eu não sei quando aguento, se aguento. Esses hormônios eu não sei se ajudam ou se deveriam não existir.
Essa mãe natureza às vezes é muito cruel.
Minha nossa senhora da TPM, rogai por nós.

domingo, outubro 10, 2010

Sujos

Tá vendo?
Meio encontro nem de perto e eu completamente besta. Foi por isso que eu disse que não dá pra gente junto, nem pra gente amigo, nem pra gente nada. Podia também dizer que é TPM e que eu não sinto nada, que eu não sou menina, que eu não gosto nem um pouco desse seu tom prepotente na voz.
Mas é que cada eu te amo mexe com todos os pêlos e com a cabeça inteira. Eu fico rodando. de besta, eu fico caindo. Depois eu penso que não é nada e que não devia e que ficou claro pra nós dois que não dá certo.
Joana sempre exige demais de Jasão.
Então melhor uma mais nova, mais fresca, mais burra e menos sentimental. Melhor alguém que só se importe com telefonemas e clichês e nunca olhos. Melhor alguém, pra você, que não saiba ler.