Estou vivendo.
quinta-feira, janeiro 06, 2011
quarta-feira, dezembro 29, 2010
Só danço samba.
- Move your hips with your feets - dizia eu às gringas todas com aquele inglês porco que é conhecido dos que já me viram ébria. Dizia sóbria, inclusive.
- Dance is like sex, you see your men with his hands on your hips, and move it.
Porque se não fosse assim, era muito difícil visualizar rebolado. Aprendi num filme - nem lembro qual.
As únicas palavras que eu precisava dizer em inglês eu não dizia. Se era pra ensinar a sambar, eu devia saber falar barata em inglês.
Pisa na barata, joga ela para o lado.
Eu só ia até o step.
Impressionadíssimas ficaram com a gente que mexia a bunda assim com tanta facilidade.
Diz Nayara que está no sangue, eu mesma acho que é coisa que a tevê ensina pras crianças. Dessas coisas boas.
E eu só danço com ele, digo que é sem compromisso e tudo.
Hips and feets.
bad, bad, baaad feets!
domingo, dezembro 26, 2010
Salada de riso com azeite
Eu quis uma música bonita de natal. E doçura.
Como é que é mesmo aquela história de luz baixa que eu disse outras vezes?
As coisas precisam ser vistas na luz certa. Se claro, se escuro, se penumbra, a gente escolhe.
Transparente escuridão, disse a Ana C.
Banho quente, digo eu. pu ri fi ca ção
Então música bonita de natal, atrevimento e luzes enchendo a cidade. Crônicas por minuto. Poemas que eu não aprendi a escrever.
Paz.
No ano novo, eu vou aprender a relaxar.
Do you believe?
Como é que é mesmo aquela história de luz baixa que eu disse outras vezes?
As coisas precisam ser vistas na luz certa. Se claro, se escuro, se penumbra, a gente escolhe.
Transparente escuridão, disse a Ana C.
Banho quente, digo eu. pu ri fi ca ção
Então música bonita de natal, atrevimento e luzes enchendo a cidade. Crônicas por minuto. Poemas que eu não aprendi a escrever.
Paz.
No ano novo, eu vou aprender a relaxar.
Do you believe?
segunda-feira, dezembro 20, 2010
Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa postal.
Se eu gritasse alto que te amo no meio da rua, no meio da lama, no meio de todas as pessoas que a gente conhece, que cara você não teria. Está tudo posto, está tudo claro. Eu que não disse nada. Eu que não fiz nenhuma loucura além daquelas com as quais você certamente já se acostumou.
Então me beija mais um pouco, mais uma noite.
A gente muda de cara quando amanhece, você sabe.
Fica. Deixa a cara da gente amanhecer e o tempo cuidar de fazer tudo.
Daí te liguei pensando em dizer tudo logo e nunca foi tão bonito ouvir som de caixa postal.
sábado, dezembro 18, 2010
our song
Johann me bate que é uma beleza. São mãos muito calejadas, as dele. Cabo de enxada, cano de ônibus, martelo pra pregar nossos quadros na parede. Johann me bate no intervalo entre uma ou outra música de Bach.
Depois viaja.
Depois viaja.
Aí eu fico apanhando de saudade.
Quando a mão bate, estala e fica, eu gosto. Meu calor dissolvendo nos restos de calo e a pele avermelhando. Depois ele puxa e segura os braços que dói um monte. Bach tocando dessa vez. Depois é rock.
Johann gosta mesmo de metal enquanto me morde as coxas. Johann me abate. As mãos se moldando direitinho nos meus contornos. Johann me sabe desde antes de inventar fotografia.
Agora quieto, longe, me faz carinho na cabeça. Johann não deve estar bem. Morro de medo de ele me deixando. E quando ele se cala, aí é que eu me ralo.
terça-feira, dezembro 14, 2010
Pra não dar dor de cabeça
Eu menti. Precisei de nada. Foi uma pergunta. Foi um sim que era não e pronto. Menti. E depois ninguém torrou o saco. Ninguém quis confirmar.
Mentir foi libertador.
Ele não quis crer, parece. Perguntou de novo algumas vezes, quis detalhes. Mas mentira pré-programada é quase verdade.
Então não menti. Disse mesmo o que sentia e aquele sim que era não era sim de peito.
- Tem alguém?
- Sim.
- Onde?
- Outra cidade. Você não conhece.
Descrevi os detalhes. Disse profissão e tudo. As faces de alguém eu vi. E pronto. parou. parou a maré.
Meu deus, como quis letras minúsculas e nenhum começo de frase. Inventei inclusive várias rimas. Você não sabe.
É muito boa essa sensação de não ter encantamento. Lidar com o humano, bonito, verdadeiro. Essa coisa que brota na cabeça da gente.
sexta-feira, dezembro 10, 2010
amor, o nome.
Meu amor, meu amor, meu amor – ele dizia e ela se doía toda.
Resolveu questionar - de incomodada que estava com essa amorzice toda.
- Cê me chama disso por quê?
- De que?
- Esse troço aí.
- Amor?
- Isso. Isso.
- Você não gosta?
- Acho esquisito.
- Quer que eu chame de que?
- Cê sabe... Cê pensa no peso das palavras?
Ele professor de português.
- Trabalho com isso, meu bem.
Ela ficou de formiga na cabeça, pensando que ninguém amava ninguém assim de estalo, mas se ele dizia, devia talvez ser mesmo amor.
Depois ele disse um tchau muito convicto. Avisou que era fim e que estava muito bravo com ela.
O amor continuava vocativo.
- Me responde uma última coisa. Por que cê fica me chamando de amor?
- Eu e você. A relação é amorosa.
- Então me deixa ficar.
Mas ela doeu a noite inteira.
Resolveu questionar - de incomodada que estava com essa amorzice toda.
- Cê me chama disso por quê?
- De que?
- Esse troço aí.
- Amor?
- Isso. Isso.
- Você não gosta?
- Acho esquisito.
- Quer que eu chame de que?
- Cê sabe... Cê pensa no peso das palavras?
Ele professor de português.
- Trabalho com isso, meu bem.
Ela ficou de formiga na cabeça, pensando que ninguém amava ninguém assim de estalo, mas se ele dizia, devia talvez ser mesmo amor.
Depois ele disse um tchau muito convicto. Avisou que era fim e que estava muito bravo com ela.
O amor continuava vocativo.
- Me responde uma última coisa. Por que cê fica me chamando de amor?
- Eu e você. A relação é amorosa.
- Então me deixa ficar.
Mas ela doeu a noite inteira.
domingo, dezembro 05, 2010
anonimato e outros poemas
Uma ou outra piada, claro. Disse querer o que é óbvio que eu quero com palavras não minhas. Planas, diretas, óbvias. Boca, delícia, gozo, verdade, vontade, desistir, esperar, tentar, contar, plantar. Disse tudo tudo tudo. Todo o impensável. Até o que nem é feminino foi dito.
Que mal tem, desejo?
É claro que ri sozinha no escuro pensando em reações a côrtes anônimas. Cortes? Laceraria você o meu querer com espátula de bolo?
Você faca só quando desejo. Faca nunca não. O não em si é ácido, áspero, grande – impossível de recorrer.
Estou sem forças. Com saudades.
Estou dispersa. Desperta.
Que mal tem, desejo?
Que mal tem, desejo?
É claro que ri sozinha no escuro pensando em reações a côrtes anônimas. Cortes? Laceraria você o meu querer com espátula de bolo?
Você faca só quando desejo. Faca nunca não. O não em si é ácido, áspero, grande – impossível de recorrer.
Estou sem forças. Com saudades.
Estou dispersa. Desperta.
Que mal tem, desejo?
sábado, dezembro 04, 2010
fim de noite
- E você?
- Como assim?
- Você mesmo.
- Não sei.
- Acho engraçado.
- O que?
- Como é que você está?
- Cansado. Muita coisa. Um chicote atrás do outro.
- Mas e você?
- Eu o que?
- Está bem?
- ...
- ...
- O que você quer saber?
- De você, mesmo. Nada demais. Gosto de você e quero saber as coisas.
- A mídia?
- Que se dane a mídia. Eu quero saber se você está bem.
- Eu estou cansado.
- Ninguém nunca te pergunta sobre você...
- É.
E um monte de olhos comendo o mundo todo.
terça-feira, novembro 23, 2010
Aquele cara (que tinha me consumido com seus olhinhos infantis)
Eu tinha esquecido como fazia pra ter medo de olhar nos olhos e encostar quando ele chegou. Também não sabia mais velocidades. Sabia nadica de flirt.
Ia e pronto.
Ele me chamava de Michelle. Uns olhos de bicho papão e eu inclinada pra baixo. Nomes mil em mim, ele cafajeste. Michelle ele queria, Michelle eu era mesmo de outros nomes, outra vida.
Queria que eu tivesse certeza sim que nada daquilo era meu direito e que tudo é sim, que o sim alegra a vida. E eu Sim. Tanto sim eu dizia que o sorriso crescia.
É que ele entendia só sim . E eu tão mole ficava perto que não sabia que existia outra palavra.
Então ele dizia as coisas que sabia que eu ia entender:
- i love you! i love you! i love you...
sexta-feira, novembro 19, 2010
se existisse
Ninguém diz o que existe por trás daquela moça. Ela mesma diz demais - o tempo inteiro. Não se diz, nunca, nunca, nunca. Fica em casa ouvindo Fiona Apple e falando com um ou outro nas velhas plataformas novíssimas, digitais.
Sabe de quase tudo, acompanha todos os reality shows. Ri um riso sincero demais. Gargalhadas estridentes, altas, graves. Garagalhadas em notas mil.
Sabe os preços do supermercado, mas não compra nada.
Tem caspas que formariam constelações no cabelo. Cabelo pra fazer mil tranças. Nunca teve coragem de rastafari. Tem doçura, a moça. Doçura que ninguém diz.
Só não tem cara. Ninguém sabe o que ela esconde embaixo do vestido. A moça, fulana, não tem moral de história.
quinta-feira, novembro 11, 2010
imã
Pode ser chato o que for, a voz continua bonita. Arranha que você nem sabe o tanto. Se não existisse o resto, juro que acreditava em final feliz.
segunda-feira, novembro 08, 2010
Se não conta
Faz assim não. Não bota uma coisa na isca e depois pega de volta. Eu aqui anzol mordido, obcecada, louca!
Sabe, quieta. Confabulando ainda comigo, tentando caçar aquele rato. Saber aquelas coisas. Tentando achar os piolhos nas cabeças com pensamento. Meu deus, chega a ser cruel me trazer curiosidade de bandeja!
Diz que não, só. Diz que não conta. Diz que não vem. Diz que era mentira antes. Diz que eu sou besta mesmo.
Mas é que se ontem foi dita uma coisa, hoje outra, amanhã uma terceira, eu fico inchada. Arrepio que você nem sabe o quanto.
Ai meu deus - virei solo puro de guitarra. Escorregando, escorregando.
Não me aguento gente não, sabe?
quarta-feira, novembro 03, 2010
daquele troço preso
E se você estiver certo e eu tenho mesmo um monstro no estômago?
Como viver sem conviver na praça de convites? - já tinha perguntado o poeta.
Mas se eu não estou com fome e como vozes alternadamente como se nada fosse de fato importante, eu fico com azia. meu estômago vai inflando e a azia vai crescendo e o pescoço fica insuportavelmente dolorido.
Então esse monte de advérbios de modo e superlativos. Eu tristíssima, calmíssima, perdidamente estouradíssima.
Coisas bregas por metro quadrado. Revoluções por minuto.
Não te faço a pergunta de sempre. Já sei a resposta do mês.
Agora, you don't believe in love.
Tento de novo semana que vem assim que conseguir digerir mais da metade.
Favor anotar na agenda pra tentar dessa vez algo de formal fora do corpo.
(mas tem também uma coisa. Quando eu fico chorosa e entalada assim, nunca sei se é paixão ou parte do ciclo menstrual.)
sábado, outubro 30, 2010
quântica
Olha, passei da fase de fingir. Não vou dizer que faço questão da presença quando é irrisória. Não vou passar mão na cabeça nem fingir que a paixão de semana passada é pra sempre.
Paixão é vento, gente. Venta. Vai embora e pronto. Vale à pena, claro.
Tudo muito bonito essa semana toda. Meu deus meu ego é um problema sério. Nem é coisa de gente isso de querer ser centro de universo.
Porque se fossem vários universos faria sentido ser centro local.
Mas quem? Quem? Quem tem tanta gravidade?
sexta-feira, outubro 29, 2010
alfa - macho
É a Gal, eu acho. Gritando que você precisa ver que bonito.
Quando eu vejo coisas bonitas eu fico querendo te mostrar - que você mesmo é muito bonito. Só queria te pedir que não me invadisse. De uma vez por todas - agressiva mesmo - qualquer coisa que eu sinta é problema apenas meu.
Não posso mais brincar de ser confessional que te incomoda.
Você é muito pesado.
mas tão leve que se eu soubesse fazia mesmo uma tatuagem. tem nada não. a única coisa que já quis tatuar foi você.
e pronto. Tinha que ter alguma coisa latina ou grega dizendo você em todas as letras.
Mas é que a lírica é tanta meu deus que não dá.
Um desses designers teria que recriar os tipos todos e um alfabeto novo.
Quando eu ficar rica contrato um linguista, coisa assim. Um cara desses bem inteligentes que te pegue a pele e faça letra.
Alguém aí que te congele.
mas aí a imagem fica tão doída.
Em mim você tão quente. Tão quente!
segunda-feira, outubro 25, 2010
co-ra-ção de eterno flêrte.
Avulsa e desatenta. Fugindo do mundo. desafinada, menino, precisa ver. A voz está falhando e meu corpo agora parece que tem cheiro. Pouca coisa mudou depois da última vez.
Tenho sentido vontade de escrever carta de papel por causa da Nayara, mas desaprendi sem teclado e acredito que tinta é coisa muito forte. Que terror, meu deus, caneta!
Não sei mais. Desaprendi o acúmulo das coisas e das pessoas na gente. Acho que nunca soube assim tanto acúmulo de uma só pessoa e tenho medo.
Sabe, ternura?
Semana passada e mês passado a ternura incomodou.
Aquele outro dia a ternura em forma de peso de corpo doeu nos ossos mais do que o colchão que me atrapalha a dormir.
Precisa ver, menino, preciso ver-te.
quinta-feira, outubro 21, 2010
sexta-feira, outubro 15, 2010
entre os peitos
Entre meus peitos seria encaixe perfeito você. Então os dedos fariam o trabalho do carinho lógico. Da ternura irracional. Depois o resto do corpo todo em minhas mãos como reconhecimento, como fruta, como pão. Amasso as costas, mordo as orelhas, apalpo cada canto e seguro firme nas mãos pra não cair de cara. Pra não ficar sem nada. Seguro as mãos pra dizer que a posse nem existe quando existe. Que na verdade mãos e pele e tanto cheiro é tudo acordo.
Você não faz idéia de quanto eu chovi. Ah você não sabe que eu ainda estou chovendo. Chovendo. Encharcando o mundo todo e eu mesma de você e de umidade física. Sentimentalíssima. Essa alegria nova, verde, doce. Esse seu gosto azedo de manhã. Essa sua cara de sono bonita. Essa cabeça desacordada e perto. Esses braços que não soltam nunca.
E pele. Pele. Pele.
Depois é tanto braço, mão, boca, arranco e eu exposta, entregue, vestida, nua, pesada, leve, marcada. Marcada. Marcada. Marcada. E os ritmos. E a sua cara.
E chuva.
Foi pra isso que eu te farejei no mato até achar.
Você não faz idéia de quanto eu chovi. Ah você não sabe que eu ainda estou chovendo. Chovendo. Encharcando o mundo todo e eu mesma de você e de umidade física. Sentimentalíssima. Essa alegria nova, verde, doce. Esse seu gosto azedo de manhã. Essa sua cara de sono bonita. Essa cabeça desacordada e perto. Esses braços que não soltam nunca.
E pele. Pele. Pele.
Depois é tanto braço, mão, boca, arranco e eu exposta, entregue, vestida, nua, pesada, leve, marcada. Marcada. Marcada. Marcada. E os ritmos. E a sua cara.
E chuva.
Foi pra isso que eu te farejei no mato até achar.
terça-feira, outubro 12, 2010
é preciso manter a calma
Não vai adiantar tentar moldar minha vida na sua. Nem se eu passar manteiga na forma e me untar bem. Há cantos certos de se grudar, independente de quem maneje a fórmula. Há letras certas de se errar.
E não posso aguentar sins e nãos de outrem. A busca é doce. Esse negócio de molde e de mãos eu não sei quando aguento, se aguento. Esses hormônios eu não sei se ajudam ou se deveriam não existir.
Essa mãe natureza às vezes é muito cruel.
Minha nossa senhora da TPM, rogai por nós.
E não posso aguentar sins e nãos de outrem. A busca é doce. Esse negócio de molde e de mãos eu não sei quando aguento, se aguento. Esses hormônios eu não sei se ajudam ou se deveriam não existir.
Essa mãe natureza às vezes é muito cruel.
Minha nossa senhora da TPM, rogai por nós.
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