terça-feira, dezembro 14, 2010

Pra não dar dor de cabeça

Eu menti. Precisei de nada. Foi uma pergunta. Foi um sim que era não e pronto. Menti. E depois ninguém torrou o saco. Ninguém quis confirmar.
Mentir foi libertador.
Ele não quis crer, parece. Perguntou de novo algumas vezes, quis detalhes. Mas mentira pré-programada é quase verdade.
Então não menti. Disse mesmo o que sentia e aquele sim que era não era sim de peito.
- Tem alguém?
- Sim.
- Onde?
- Outra cidade. Você não conhece.
Descrevi os detalhes. Disse profissão e tudo. As faces de alguém eu vi. E pronto. parou. parou a maré.
Meu deus, como quis letras minúsculas e nenhum começo de frase. Inventei inclusive várias rimas. Você não sabe.
É muito boa essa sensação de não ter encantamento. Lidar com o humano, bonito, verdadeiro. Essa coisa que brota na cabeça da gente.