Senti as asas mais pesadas ainda. Era de se esperar que eu não me acostumasse em dois dias, mas estava entrando em desespero sem poder sair de casa nem nada. A desculpa de intoxicação alimentar já não colava no trabalho.
Por Deus, quem consegue vomitar tanto?
Era melhor dizer qualquer coisa do que sustentar ao patrão que eu não queria sair de casa por ter adquirido involuntariamente um belíssimo par de asas de cera.
Andei de um lado para o outro com todas as dores, depois fucei minha bolsa e achei um último cigarro. Acendi e me arrependi profundamente. Na primeira tragada senti meus dentes esquentando e amolecendo.
Joguei logo fora o cigarro e fui ao espelho.
Então, eu tinha dentes de cera.
Fiquei nua diante do espelho checando cada parte minha. Eu sou clara com carnes firmes e fico muito bonita com asas.
Meus dentes também viraram cera e as unhas pareciam cera ao meu tato.
Acho que agora tenho ossos de cera.
Tenho muito medo.
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
Mariana XXVI - Segunda temporada
Acelerou os seus motores
Pisou fundo e foi pra longe
Nem queria ombro algum.
Queria nada que não fosse vento
E fuga.
Mariana nem sorria nada por dentro.
Ficava longe e aquilo por si só parecia bastar.
Então, foi um gole de cerveja com um velho amigo
Sem nenhuma ponta de dedo.
Era pra ser só uma fuga
Mas ele chegou com sorrisos
E ela usava uma bela saia.
Mariana se enroscou entre as belas pernas
Do velho amigo
Mariana beijou corpo inteiro
E se fez vento
Entre feridas abertas dela e dele
Entre tudos e nadas
Compromisso de nem sim nem não.
Estava ali quase afogada em suor
Querendo apenas sentir as suas ancas flácidas
Pressionadas por mãos fortes
De amigo estranho
De sempre.
Pisou fundo e foi pra longe
Nem queria ombro algum.
Queria nada que não fosse vento
E fuga.
Mariana nem sorria nada por dentro.
Ficava longe e aquilo por si só parecia bastar.
Então, foi um gole de cerveja com um velho amigo
Sem nenhuma ponta de dedo.
Era pra ser só uma fuga
Mas ele chegou com sorrisos
E ela usava uma bela saia.
Mariana se enroscou entre as belas pernas
Do velho amigo
Mariana beijou corpo inteiro
E se fez vento
Entre feridas abertas dela e dele
Entre tudos e nadas
Compromisso de nem sim nem não.
Estava ali quase afogada em suor
Querendo apenas sentir as suas ancas flácidas
Pressionadas por mãos fortes
De amigo estranho
De sempre.
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
Plim!
Eu juro que tinha pensado algo inteligentíssimo e altamente relevante para escrever. Mas aí fiquei pensando que confessional por confessional, os textos podem ter sim um tom de conversa.
Não importa. Isso aqui não é diário, então as confissões tem que ter requinte de metáfora.
Nem vou cantar vitórias. O que eu queria mesmo era uma crônica dessas de vista de janela. Aquela sensação de olhar a árvore bonitinha e sonhar com várias coisas ao mesmo tempo (sentindo cheiro de mato).
Não sei de mais nada. Acontece que com esta gripe eu ando mais ligada a cheiros do que já sou – e olha que cheiro sempre foi fundamental.
Também queria broa saindo do forno.
Queria tanto férias pra poder não pensar!
Juro que da próxima vez eu invento histórias pra não ter que ficar assim egocêntrica.
Ah!
Tem post novo no Batata Quente!
É a História de um amor de pré-adolescência que ressurge aos 20 anos.
passalá.
Não importa. Isso aqui não é diário, então as confissões tem que ter requinte de metáfora.
Nem vou cantar vitórias. O que eu queria mesmo era uma crônica dessas de vista de janela. Aquela sensação de olhar a árvore bonitinha e sonhar com várias coisas ao mesmo tempo (sentindo cheiro de mato).
Não sei de mais nada. Acontece que com esta gripe eu ando mais ligada a cheiros do que já sou – e olha que cheiro sempre foi fundamental.
Também queria broa saindo do forno.
Queria tanto férias pra poder não pensar!
Juro que da próxima vez eu invento histórias pra não ter que ficar assim egocêntrica.
Ah!
Tem post novo no Batata Quente!
É a História de um amor de pré-adolescência que ressurge aos 20 anos.
passalá.
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
Mariana XXV - Segunda temporada
Mariana parou de me ligar.
Fiquei me sentindo órfã sem as suas histórias,
Mas não procurei.
Depois de uns dias, ela apareceu na minha frente numa lanchonete e disse que muitas coisas tinham acumulado. A mais assustadora delas era a postura do ombro.
Mariana contou que para ele não havia nenhuma tempestade.
O ombro disse a ela que tudo era muito bonito entre os dois.
Que com ela tudo estava tranqüilo.
Então ela me demonstrou toda a vontade que tinha de morder travesseiros pra não gritar alto demais.
E de socar pessoas.
Por que pra ela nada era tranqüilo.
Mariana estava bem alojadinha na boca de um leão.
Dessa vez eu nem achava engraçada a cara de desespero dela.
Fiquei me sentindo órfã sem as suas histórias,
Mas não procurei.
Depois de uns dias, ela apareceu na minha frente numa lanchonete e disse que muitas coisas tinham acumulado. A mais assustadora delas era a postura do ombro.
Mariana contou que para ele não havia nenhuma tempestade.
O ombro disse a ela que tudo era muito bonito entre os dois.
Que com ela tudo estava tranqüilo.
Então ela me demonstrou toda a vontade que tinha de morder travesseiros pra não gritar alto demais.
E de socar pessoas.
Por que pra ela nada era tranqüilo.
Mariana estava bem alojadinha na boca de um leão.
Dessa vez eu nem achava engraçada a cara de desespero dela.
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
Bandejão é Mara!
the ramones - i wanna be sedated
É que eu comecei o ano de azul e dourado querendo apenas duas coisas. Tranqüilidade e dinheiro. Gente. Eu não pedi paixão, nem saúde, nem amor, nem festas, nem quis espantar mau-olhado.
Aí vem o contrário.
É por que o cara que vê os pedidos de ano novo, anota, faz relatoria e presta atenção nas cores das roupas resolveu ser daltônico justo no segundo em que olhou pra mim. Eu estava tão bonita de vestido azul! Sapatinho combinando, brinco grande, maquiagem trabalhada, cabelinho arrumadinho e cacheadinho...
Gente. Eu juro que fiz tudo certinho na virada de ano. Eu não tinha como pular ondinhas, mas eu abracei pessoas, sorri e desejei tudo de bom pra todo mundo.
Agora, dá pra alguém me explicar por que eu estou nessa pindaíba e não tenho um dia tranqüilo sequer?
à propósito, Mourito Cabrito fez um blog maior legal pro Bandejão (programa de rádio feito por estudantes da zoofes). Bacana todo mundo passar lá e ser alto-astral depois do meu papo maníaco depressivo. Tem musiquinha e fotos felizes. Moura = S2.
www.bandejao147.wordpress.com
É que eu comecei o ano de azul e dourado querendo apenas duas coisas. Tranqüilidade e dinheiro. Gente. Eu não pedi paixão, nem saúde, nem amor, nem festas, nem quis espantar mau-olhado.
Aí vem o contrário.
É por que o cara que vê os pedidos de ano novo, anota, faz relatoria e presta atenção nas cores das roupas resolveu ser daltônico justo no segundo em que olhou pra mim. Eu estava tão bonita de vestido azul! Sapatinho combinando, brinco grande, maquiagem trabalhada, cabelinho arrumadinho e cacheadinho...
Gente. Eu juro que fiz tudo certinho na virada de ano. Eu não tinha como pular ondinhas, mas eu abracei pessoas, sorri e desejei tudo de bom pra todo mundo.
Agora, dá pra alguém me explicar por que eu estou nessa pindaíba e não tenho um dia tranqüilo sequer?
à propósito, Mourito Cabrito fez um blog maior legal pro Bandejão (programa de rádio feito por estudantes da zoofes). Bacana todo mundo passar lá e ser alto-astral depois do meu papo maníaco depressivo. Tem musiquinha e fotos felizes. Moura = S2.
www.bandejao147.wordpress.com
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Depois
Andou desprendendo os fluidos do próprio corpo. Como se derretesse. Tinha um certo sorriso e um certo destempero. Andava como quem se perde. Desmancha.
Era tudo um acúmulo de coisas não ditas e de palavras ouvidas fora dos horários. Devia haver peles de outras pessoas grudadas em camadas suas.
Sentia-se feita de areia e tinha muito medo de não conseguir continuar.
Pararia.
Devia ficar quieta por um bom tempo.
Era tudo um acúmulo de coisas não ditas e de palavras ouvidas fora dos horários. Devia haver peles de outras pessoas grudadas em camadas suas.
Sentia-se feita de areia e tinha muito medo de não conseguir continuar.
Pararia.
Devia ficar quieta por um bom tempo.
quinta-feira, janeiro 29, 2009
(Í) caro.
Acordei com asas de cera e um sol assim tão quente que quase não levantei. Tinha medo de todas as coisas com asas.
Inclusive paixão.
Acordei caindo. Estava meio morta e meio viva. As asas não me deixam andar normalmente. Ficam pesando e regulando coisas.
Aliás, devem ter sido elas as responsáveis pela minha dor nas pernas.
Acordei meio sem conectivos e avessa. Não me sinto assim muito normal sendo tão Ícaro.
Vou ficar repetindo palavras e me escondendo do sol.
Inclusive paixão.
Acordei caindo. Estava meio morta e meio viva. As asas não me deixam andar normalmente. Ficam pesando e regulando coisas.
Aliás, devem ter sido elas as responsáveis pela minha dor nas pernas.
Acordei meio sem conectivos e avessa. Não me sinto assim muito normal sendo tão Ícaro.
Vou ficar repetindo palavras e me escondendo do sol.
segunda-feira, janeiro 26, 2009
Só de sacanagem (ou Pra você se achar sem se procurar muito)
Alguma coisa ficou grudada nos meus cantos. Na raiz dos cabelos e dos pelos (agora sem acento) e na boca e nos dedos.
Ficaram restos, pedaços, gostos.
Eu não quero sentir cheiro de nada. Nem gosto. Textura muito menos. Eu não quero pelos e não quero dedos pelos meus cabelos.
Eu não quero vento, eu não quero acento. Nem risadas sem horários e manchas vermelhas de barba no pescoço. Não quero pescoço roxo, nem marcas rasas de mãos, nem falhas.
Ficaram pedaços.
Ficaram pedaços.
Fiquei aos pedaços.
Desencontrada, descabelada e longe.
Fiquei faltando
Nem tudo é sobre você – é preciso manter a pose, o porte e principalmente a distância.
Ficaram restos, pedaços, gostos.
Eu não quero sentir cheiro de nada. Nem gosto. Textura muito menos. Eu não quero pelos e não quero dedos pelos meus cabelos.
Eu não quero vento, eu não quero acento. Nem risadas sem horários e manchas vermelhas de barba no pescoço. Não quero pescoço roxo, nem marcas rasas de mãos, nem falhas.
Ficaram pedaços.
Ficaram pedaços.
Fiquei aos pedaços.
Desencontrada, descabelada e longe.
Fiquei faltando
Nem tudo é sobre você – é preciso manter a pose, o porte e principalmente a distância.
quarta-feira, janeiro 21, 2009
Epístola muito cruel
janis joplin - Piece Of My Heart
Donatela,
Toda a vez é a mesma coisa. Eu funciono como um copo com gotinhas que enchem e transbordam. Você, mais do que ninguém, devia saber disso desde sempre. O copo tinha um bocado de açúcar no começo - pra tudo ser doce com bolos e batatas fritas.
Acontece que eu acabo ficando quieta e não falando das pequenas gotas. Aí o copo vai ficando cheio e já são gotas inumeráveis.
Com alguma sorte, ele fura e você vaza. As gotas não enchem nada. Acontece que meu copo é duro, grosso, seco e forte. Copo multicolorido não necessariamente significa não-transbordante.
Ele avisou que copos são mesmo muito inconvenientes quando transbordam.
Sorry, mas com duas gotas à mais eu não vou ter escolha.
Você que segure firme e aguente seus próprios pingos.
Love,
Flora
Donatela,
Toda a vez é a mesma coisa. Eu funciono como um copo com gotinhas que enchem e transbordam. Você, mais do que ninguém, devia saber disso desde sempre. O copo tinha um bocado de açúcar no começo - pra tudo ser doce com bolos e batatas fritas.
Acontece que eu acabo ficando quieta e não falando das pequenas gotas. Aí o copo vai ficando cheio e já são gotas inumeráveis.
Com alguma sorte, ele fura e você vaza. As gotas não enchem nada. Acontece que meu copo é duro, grosso, seco e forte. Copo multicolorido não necessariamente significa não-transbordante.
Ele avisou que copos são mesmo muito inconvenientes quando transbordam.
Sorry, mas com duas gotas à mais eu não vou ter escolha.
Você que segure firme e aguente seus próprios pingos.
Love,
Flora
domingo, janeiro 18, 2009
Mariana XXIV - Segunda temporada
Mariana se envolveu
Em alguns novelos
Em coisas tortas.
Mariana se perdeu.
Sentia dores constantes no peito
De achar que não devia
Gostar de quem gostava
(o rato da história que ela não quis me contar no outro dia - e ainda brigou quando viu que eu chamei de rato.
Mariana disse que se for pra eu inventar um nome, que o chame ombro)
Tentou dizer não
Fugiu como fazia sempre
Mas Mariana sem medo e pudor acaba se embolando – ainda que seja racional.
Mariana embolada no novelo desse ombro
Ficava constantemente
Rodando num tornado.
Em alguns novelos
Em coisas tortas.
Mariana se perdeu.
Sentia dores constantes no peito
De achar que não devia
Gostar de quem gostava
(o rato da história que ela não quis me contar no outro dia - e ainda brigou quando viu que eu chamei de rato.
Mariana disse que se for pra eu inventar um nome, que o chame ombro)
Tentou dizer não
Fugiu como fazia sempre
Mas Mariana sem medo e pudor acaba se embolando – ainda que seja racional.
Mariana embolada no novelo desse ombro
Ficava constantemente
Rodando num tornado.
sábado, janeiro 17, 2009
Acúmulo de coisas e nada pra dizer
Olá, queridíssimos leitores.
Não tenho nada pra falar e nenhuma criatividade.
Assim, lembrei hoje de uns memes que eu tinha ganhado e resolvi colocá-los aqui pra não quebrar a corrente.
Primeiro, recebi do fofíssimo blog Sonhos amadores este meme chamado prêmio dardos. Isso faz com que eu tenha que postar o selo aqui e indicá-lo para outros 15 blogs, incluindo o seu manual de instruções acoplado.
Os 15 blogs - que valem o seu sedento clique- serão:
1 - Caixa de Vinis, o blog do Dam, com suas dicas psicopatas.
2 - Garota do Casaco Verde, o blog da mais amada pessoa sem coração que já existiu na face da terra. Vale à pena.
3 - As aventuras de uma eterna criança, o blog mais doce da Bia mais doce.
4 - Caio Lamas, o blog mais desatualizado do amigo mais esquisito que eu tenho.
5 - Sincopado, o blog do Hup, que ainda tem Hope.
6 - Ipsis Litteris, o superblog(tem hífen ou não, agora?) do meu querido Grijó, que nunca responde memes.
7 - A garota do copo d'água, o blog da Pagani que está escrevendo cada vez melhor e se esquecendo de mim cada vez mais.
8 - Penny Lane Blog, o blog que mais me traz sorrisos.
9 - Saco de Filó, o blog do Marcelo, que não liga pra memes e sempre tem boas sacadas.
10 - Perovs, o blog alucinado e psicótico do Perova.
11 - Do cacos, o blog muito útil do Centro Acadêmico de Comunicação Social da Ufes.
12 - Com açúcar, com afeto, o blog da Marcelinha - o mais gostoso dos blogs.
13 - Livro de anotar, o delicioso blog da Mara.
14 - Avec Poivre, o blog da Luiza que não atualiza.
15 - Esfera dos intocáveis, o blog sempre cortante do Léo Viso
Manual de instruções
- Primeiro, é importante saber que: "Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web".
- Depois, siga, por favor, essas instruções:
1) Você deve exibir a imagem do selo em seu blog
2) Você deve linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação
3) Escolher outros 15 blogs a quem entregar o Prêmio Dardos
4) Avisar os escolhidos, claro!
------------------------------------------------------------------------------------------------
Eis que Senhor Raphael Perovano Bernardo também me deu um meme com manual de instruções.

Não tenho nada pra falar e nenhuma criatividade.
Assim, lembrei hoje de uns memes que eu tinha ganhado e resolvi colocá-los aqui pra não quebrar a corrente.
Primeiro, recebi do fofíssimo blog Sonhos amadores este meme chamado prêmio dardos. Isso faz com que eu tenha que postar o selo aqui e indicá-lo para outros 15 blogs, incluindo o seu manual de instruções acoplado.
Os 15 blogs - que valem o seu sedento clique- serão:1 - Caixa de Vinis, o blog do Dam, com suas dicas psicopatas.
2 - Garota do Casaco Verde, o blog da mais amada pessoa sem coração que já existiu na face da terra. Vale à pena.
3 - As aventuras de uma eterna criança, o blog mais doce da Bia mais doce.
4 - Caio Lamas, o blog mais desatualizado do amigo mais esquisito que eu tenho.
5 - Sincopado, o blog do Hup, que ainda tem Hope.
6 - Ipsis Litteris, o superblog(tem hífen ou não, agora?) do meu querido Grijó, que nunca responde memes.
7 - A garota do copo d'água, o blog da Pagani que está escrevendo cada vez melhor e se esquecendo de mim cada vez mais.
8 - Penny Lane Blog, o blog que mais me traz sorrisos.
9 - Saco de Filó, o blog do Marcelo, que não liga pra memes e sempre tem boas sacadas.
10 - Perovs, o blog alucinado e psicótico do Perova.
11 - Do cacos, o blog muito útil do Centro Acadêmico de Comunicação Social da Ufes.
12 - Com açúcar, com afeto, o blog da Marcelinha - o mais gostoso dos blogs.
13 - Livro de anotar, o delicioso blog da Mara.
14 - Avec Poivre, o blog da Luiza que não atualiza.
15 - Esfera dos intocáveis, o blog sempre cortante do Léo Viso
Manual de instruções
- Primeiro, é importante saber que: "Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web".
- Depois, siga, por favor, essas instruções:
1) Você deve exibir a imagem do selo em seu blog
2) Você deve linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação
3) Escolher outros 15 blogs a quem entregar o Prêmio Dardos
4) Avisar os escolhidos, claro!
------------------------------------------------------------------------------------------------
Eis que Senhor Raphael Perovano Bernardo também me deu um meme com manual de instruções.
Os recebedores do meme devem:
1 Linkar a pessoa que te indicou;
1 Linkar a pessoa que te indicou;
2 Escrever as regras do meme em seu blog;
3 Contar 6 coisas aleatórias sobre você;
4 Indicar mais 6 pessoas e colocar os links no final do post;
5 Deixar a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela;
6 Deixar os indicados saberem quando você publicar seu post.
Então, seguem as seis coisas aleatórias.
1 - Eu gosto de música de velho.
2 - Morro de vergonha de falar inglês em público.
3 - Usei óculos até os 14 anos.
4 - Quando eu botei aparelho, com 11 anos, fiquei me achando o máximo por que a minha boca ficava maior do que realmente é.
5 - Chorei vendo Star Wars III (quando o Anakin virou Darth Vader).
6 - Eu batia nos meus amiguinhos de colégio com a minha merendeira da turma da Mônica por que eles me chamavam de bruxinha.
Agora, 6 pessoas:
Penny, por Penny Lane Blog
Bru, por De amor e de Letras
Rafael Arcanjo e Arcanjo, por Jornalismo incompetente
Sylvia, por Blog desatualizado da Sylvia.
Amanda Mariano, por Verba Volent
Thats all, folks!
Então, seguem as seis coisas aleatórias.
1 - Eu gosto de música de velho.
2 - Morro de vergonha de falar inglês em público.
3 - Usei óculos até os 14 anos.
4 - Quando eu botei aparelho, com 11 anos, fiquei me achando o máximo por que a minha boca ficava maior do que realmente é.
5 - Chorei vendo Star Wars III (quando o Anakin virou Darth Vader).
6 - Eu batia nos meus amiguinhos de colégio com a minha merendeira da turma da Mônica por que eles me chamavam de bruxinha.
Agora, 6 pessoas:
Penny, por Penny Lane Blog
Bru, por De amor e de Letras
Rafael Arcanjo e Arcanjo, por Jornalismo incompetente
Sylvia, por Blog desatualizado da Sylvia.
Amanda Mariano, por Verba Volent
Thats all, folks!
terça-feira, janeiro 13, 2009
perfume
Me senti mitômana
Quando te inventei cachinhos
São coxas
E eu toda coxa
Deixando meus pedaços jogados
Na sala
Chupando uma bala
De menta.
Enquanto você me atenta
De longe
E venta
Esfria a boca
De bala de menta
Esquenta.
Quando te inventei cachinhos
São coxas
E eu toda coxa
Deixando meus pedaços jogados
Na sala
Chupando uma bala
De menta.
Enquanto você me atenta
De longe
E venta
Esfria a boca
De bala de menta
Esquenta.
segunda-feira, janeiro 12, 2009
Sim

Delírio é uma palavra tão bonita! Delírio-palavra dá vontade de dança e de repetir muitos eles num texto-muito-mais-língua-do-que-mãos.
Um texto de cantos escondidos de corpos delirantes!
Sorrisos então.
Espalhados, cantados, cansados.
Gargalhadas novas e velhas e vozes roucas – veludadas.
Vontade de tudo!
Delírio,
língua.
Nada de nada.
quinta-feira, janeiro 08, 2009
Poeminha quase erótico
Se eu achava que podia
Ser tão escorregadia
sozinha
É por que não conhecia
As molas dos cabelos
De quem parece sabonete,
Bolhas de sabão,
E borboletas
Ao mesmo tempo
- E ao vento
Escrevi versos sobre mãos
Senti longos pingos de suor
E não escorreguei
Nem das molas
Nem das mãos
Nem das gotas
E principalmente não das pernas.
Bambeei entre elas.
E por elas...
Bocas.
Bambeei em bocas.
Deslizei por braços
Amoleci em pedaços
E não escorreguei.
Fiquei parada
Em palmas de mãos espalmadas
Me equilibrei em pontas de pés
Depois rolei
Suei
Suguei
E fiquei.
Ser tão escorregadia
sozinha
É por que não conhecia
As molas dos cabelos
De quem parece sabonete,
Bolhas de sabão,
E borboletas
Ao mesmo tempo
- E ao vento
Escrevi versos sobre mãos
Senti longos pingos de suor
E não escorreguei
Nem das molas
Nem das mãos
Nem das gotas
E principalmente não das pernas.
Bambeei entre elas.
E por elas...
Bocas.
Bambeei em bocas.
Deslizei por braços
Amoleci em pedaços
E não escorreguei.
Fiquei parada
Em palmas de mãos espalmadas
Me equilibrei em pontas de pés
Depois rolei
Suei
Suguei
E fiquei.
sexta-feira, janeiro 02, 2009
Alone
Saí belíssima e fui andando com os sapatos grudando nos paralelepípedos. Nenhuma classe mesmo com vestido e cabelo impecáveis.
Não pode haver desilusão sem ilusão.
E mais nada além de paralelepípedos e sapatos que grudam e passam. Machucam tanto!
Havia baratas na rua e se elas passassem sobre meu pé eu gritaria fortissimamente. Faria um escândalo absurdo!
Ninguém iria socorrer.
Saí sozinha.
Não pode haver desilusão sem ilusão.
E mais nada além de paralelepípedos e sapatos que grudam e passam. Machucam tanto!
Havia baratas na rua e se elas passassem sobre meu pé eu gritaria fortissimamente. Faria um escândalo absurdo!
Ninguém iria socorrer.
Saí sozinha.
quarta-feira, dezembro 31, 2008
Muito confessional, depois pouco confessional
Vamos lá:
O que significa o reveillon pra você?
Eu diria que muitas coisas e antes de todas um ritual de passagem. Quase que como um aniversário coletivo. Enterra-se o passado e pede-se coisas muito boas para um futuro possivelmente glorioso!
Sei que sou cheíssima de superstições. Acho que o último dia do ano é importante como o primeiro. Terminar o ano bem parece que significa ter um ano excelente depois.
Eu quis terminar em paz. Vim para Iúna fazer uma surpresa para a minha mãe que não me esperava.
Nem quero muita farra como sempre tenho. Quero boas conversas, um pouco de dança e muita comida.
Amanhã quererei sol, biquini e água. Começar o ano com coisas das quais gosto e terminar com coisas que ainda quero...
Em Iúna, encontrei as pessoas de sempre que sempre fazem falta e as pessoas de nunca que eu muitas vezes esqueço.
Ando dando abraços e sorrisos, prometendo coisas incumpríveis e me apaixonando por pedaços de pessoas e coisas.
Ando devagar.
Eu, andando devagar?
Pois continuo sendo eu e afoita mesmo devagar.
Comecei o dia com o vinho do lado depois da meia noite e antes de um telefonema. Nenhum gole.
Estranho.
Muitos goles.
Ainda assim...
Diz a Fabíola que eu estou melhor do que era. Nem sei se sim nem se não. Sei que me preocupo como não me preocupava antes.
Vou deixar o branco de lado passar a virada de azul com dourado.
Quem sabe eu não me acalmo de vez?
Feliz 2009!
O que significa o reveillon pra você?
Eu diria que muitas coisas e antes de todas um ritual de passagem. Quase que como um aniversário coletivo. Enterra-se o passado e pede-se coisas muito boas para um futuro possivelmente glorioso!
Sei que sou cheíssima de superstições. Acho que o último dia do ano é importante como o primeiro. Terminar o ano bem parece que significa ter um ano excelente depois.
Eu quis terminar em paz. Vim para Iúna fazer uma surpresa para a minha mãe que não me esperava.
Nem quero muita farra como sempre tenho. Quero boas conversas, um pouco de dança e muita comida.
Amanhã quererei sol, biquini e água. Começar o ano com coisas das quais gosto e terminar com coisas que ainda quero...
Em Iúna, encontrei as pessoas de sempre que sempre fazem falta e as pessoas de nunca que eu muitas vezes esqueço.
Ando dando abraços e sorrisos, prometendo coisas incumpríveis e me apaixonando por pedaços de pessoas e coisas.
Ando devagar.
Eu, andando devagar?
Pois continuo sendo eu e afoita mesmo devagar.
Comecei o dia com o vinho do lado depois da meia noite e antes de um telefonema. Nenhum gole.
Estranho.
Muitos goles.
Ainda assim...
Diz a Fabíola que eu estou melhor do que era. Nem sei se sim nem se não. Sei que me preocupo como não me preocupava antes.
Vou deixar o branco de lado passar a virada de azul com dourado.
Quem sabe eu não me acalmo de vez?
Feliz 2009!
segunda-feira, dezembro 29, 2008
Fim de ano na praia
Toda vez é a mesma coisa. Uso a minha habitual tirania e estrago o verão das crianças dando gargalhadas de bruxa. Ano passado eu puxei a tomada do Plaistation, não se se vocês se lembram.
Esse ano peguei uma cadeira que estava sendo usada como caixa de banco. Inclusive, acho muito injusto as crianças usarem a cadeira mais confortável de todas para ser caixa de banco.
Acho que as nádegas das pessoas mais velhas e ranzinzas merecem conforto. Como acho que as minhas nádegas merecem conforto e um bom papel higiênico - aliás, papel higiênico não deve ser um item com o qual se economiza: comprem neve!.
Como ia dizendo, roubei a cadeira, estraguei o verão, virei bruxa malvada e tentaram me jogar vinagre pra estragar o meu verão.
Corriqueiro.
O bonito disso foi como eu salvei o verão depois.
Fui lá fazer intriga - sou a vilã da história sempre - por que meu tio tinha pegado a televisão das crianças jogarem videogame e botado no quarto dele. Aí as crianças estavam cabisbaixas e muito pouco revoltadas como eu queria. Minha tia passou e disse que tinha uma televisão no meu quarto.
Tinha mesmo. Mas eu nem assistia.
Eles perguntaram se podiam pegar e eu disse que sim, desde que conversassem com a Maura - minha colega de quarto- e só usassem a televisão num horário em que ela não estivesse assistindo coisas.
Ficaram absurdamente felizes. Foram jogar aquelas coisas que eu não sei jogar por que não são bomberman e contaram pra vizinhança inteira:
Aline salvou o verão.
Da próxima vez eu devo esconder as barbies. Talvez dê certo.
Esse ano peguei uma cadeira que estava sendo usada como caixa de banco. Inclusive, acho muito injusto as crianças usarem a cadeira mais confortável de todas para ser caixa de banco.
Acho que as nádegas das pessoas mais velhas e ranzinzas merecem conforto. Como acho que as minhas nádegas merecem conforto e um bom papel higiênico - aliás, papel higiênico não deve ser um item com o qual se economiza: comprem neve!.
Como ia dizendo, roubei a cadeira, estraguei o verão, virei bruxa malvada e tentaram me jogar vinagre pra estragar o meu verão.
Corriqueiro.
O bonito disso foi como eu salvei o verão depois.
Fui lá fazer intriga - sou a vilã da história sempre - por que meu tio tinha pegado a televisão das crianças jogarem videogame e botado no quarto dele. Aí as crianças estavam cabisbaixas e muito pouco revoltadas como eu queria. Minha tia passou e disse que tinha uma televisão no meu quarto.
Tinha mesmo. Mas eu nem assistia.
Eles perguntaram se podiam pegar e eu disse que sim, desde que conversassem com a Maura - minha colega de quarto- e só usassem a televisão num horário em que ela não estivesse assistindo coisas.
Ficaram absurdamente felizes. Foram jogar aquelas coisas que eu não sei jogar por que não são bomberman e contaram pra vizinhança inteira:
Aline salvou o verão.
Da próxima vez eu devo esconder as barbies. Talvez dê certo.
domingo, dezembro 21, 2008
Boca.
Tinha cabelos castanho-claros que viviam úmidos de oleosidade natural e raízes com muitas caspas. O cheiro não era dos mais agradáveis mas a tez branca era das mais belas que podiam ser vistas. Tinha feições delicadas e olheiras fundas. Tinha pouco tempo de se cuidar e quadris largos. No fim das contas era tão bonita quanto se permitia mesmo não gostando nem um pouco da própria beleza e das sardas que carregava nas bochechas.
Chegou ao café com pouca fome e muita pressa. Esperava o capuccino e o namorado que não tardaria a chegar. Tinha sono e raiva do mundo.
- Dani? – ela nem viu quando ele se sentou, já pedindo um pedaço de torta de chocolate que ela não comeria pela manhã.
- Bom dia, amor.
- Você precisa dormir...
- Que horas?
- Você precisa dormir.
- Achei que quisesse me ver ao invés de passar sermão.
- Caramba, Dani, eu nem posso mais me preocupar com você?! – e continuou falando coisas que ela não ouvia por não saber bem onde estava nem o que queria além de uma cama quente e músicas de uma rádio de baixa estimulação. Ele tentava agradá-la de todas as formas que não eram funcionais. Ela tinha que ir trabalhar e não dormir, novamente.
Ele não gostava de ela ser tão brilhante e tão esquecida de si. Não conseguia entender por que ela se entregava tanto a tantas coisas que não eram ele, nem tinham carne. Era como se Daniela o traísse com cada papel, cada caneta e cada projeto. Era como se as paixões dela nunca pudessem ser pessoas.
E ele não entendia que a boca dela estava em toda a parte. Que ela comia tudo o que fazia com uma voracidade que nunca teve na cama.
- O corpo é pouco, meu bem. É quase nada. – ela dizia e ele nunca ouviu.
Chegou ao café com pouca fome e muita pressa. Esperava o capuccino e o namorado que não tardaria a chegar. Tinha sono e raiva do mundo.
- Dani? – ela nem viu quando ele se sentou, já pedindo um pedaço de torta de chocolate que ela não comeria pela manhã.
- Bom dia, amor.
- Você precisa dormir...
- Que horas?
- Você precisa dormir.
- Achei que quisesse me ver ao invés de passar sermão.
- Caramba, Dani, eu nem posso mais me preocupar com você?! – e continuou falando coisas que ela não ouvia por não saber bem onde estava nem o que queria além de uma cama quente e músicas de uma rádio de baixa estimulação. Ele tentava agradá-la de todas as formas que não eram funcionais. Ela tinha que ir trabalhar e não dormir, novamente.
Ele não gostava de ela ser tão brilhante e tão esquecida de si. Não conseguia entender por que ela se entregava tanto a tantas coisas que não eram ele, nem tinham carne. Era como se Daniela o traísse com cada papel, cada caneta e cada projeto. Era como se as paixões dela nunca pudessem ser pessoas.
E ele não entendia que a boca dela estava em toda a parte. Que ela comia tudo o que fazia com uma voracidade que nunca teve na cama.
- O corpo é pouco, meu bem. É quase nada. – ela dizia e ele nunca ouviu.
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Mariana XXIII - segunda temporada
Mariana – a louca – pendurou um cartaz.
LOVE FOR SALE
Letras garrafais e eu desesperada
Preocupadíssima com Mariana fiquei.
Então ela disse pra eu cuidar dos meus casos
E foi arrumar casos pra si.
Sarna atrás de sarna que a bichinha gosta de se coçar.
- Um flirt, Aline, um flirt à toa não faz mal!
Mariana sapeca me deixa desesperada.
Enquanto ela é despudorada pulando de galho em galho
Eu nada.
Mariana pendurou um cartaz e nem precisou indicar o local.
Cachorros, bois, galos e ratos apareceram pra se casar
Com a dona Marianatinha
Que pôs fita no cabelo
e dinheiro na caixinha.
O boi ela logo não quis. Mugia.
Pro cachorro ela bem que abanou o rabo
Passou noites acordada e depois percebeu que ele ladrava
E mordia.
Então Marianatinha se encontrou as escondidas com o galo.
Depois não ficou com nenhum dos dois.
Voltou a pular de galho em galho.
LOVE FOR SALE
E o rato fica em outra história
[que Mariana não quis me contar.
LOVE FOR SALE
Letras garrafais e eu desesperada
Preocupadíssima com Mariana fiquei.
Então ela disse pra eu cuidar dos meus casos
E foi arrumar casos pra si.
Sarna atrás de sarna que a bichinha gosta de se coçar.
- Um flirt, Aline, um flirt à toa não faz mal!
Mariana sapeca me deixa desesperada.
Enquanto ela é despudorada pulando de galho em galho
Eu nada.
Mariana pendurou um cartaz e nem precisou indicar o local.
Cachorros, bois, galos e ratos apareceram pra se casar
Com a dona Marianatinha
Que pôs fita no cabelo
e dinheiro na caixinha.
O boi ela logo não quis. Mugia.
Pro cachorro ela bem que abanou o rabo
Passou noites acordada e depois percebeu que ele ladrava
E mordia.
Então Marianatinha se encontrou as escondidas com o galo.
Depois não ficou com nenhum dos dois.
Voltou a pular de galho em galho.
LOVE FOR SALE
E o rato fica em outra história
[que Mariana não quis me contar.
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Talk to the hand
À Flora
A conversa é pesadíssima. O termo, inclusive, lembra várias coisas a serem resolvidas e que não querem ser resolvidas.Tomava guaraná como quem toma conhaque e no som, ouvia Ella Fitzgerald. Lembrava bastante do violão de mais cedo e o quarto tinha um estranho cheiro de fumaça.
Pensava muito na pesadice das coisas. Na pesadice de tudo, inclusive do que não é dito e fica só no peito. Pensava muito em peitos e cheiros estranhos de fluidos de corpos.
Queria parar de tentar levar o mundo nas costas e então pensava em outras costas, queixos e principalmente pés.
Não gostava de pés, achava-os muito feios. Mesmo os seus eram horrorosos e tinham muito peso e calos e bolhas. Na cabeça, muitas moças e rapazes que lembravam diversos problemas distintos. A conversa devia vir depois de Ella e depois do sábado.
Sábados sempre foram gravíssimos por culpa das sextas-feiras.
Sua pele de sábado mesmo tinha uma plasticidade estranha e uma textura meio graxosa.
Pensava mais do que queria e tentava se distrair arrumando os próprios cabelos em tranças. Ficava com cara de outra pessoa quando fazia tranças infantis e pensava em ganhar presentes de natal.
Mais um gole de guaraná e presentes.
Tomaria gim no dia seguinte.
A conversa ela não sabia. Pesada demais pra quem ouve Ella cantando Jobim.
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