É que de uma hora para a outra o charme deixou de ser importante. Tinha coisas que Mariana guardava apenas para ela.
Por mais que tudo fosse óbvio.
O óbvio insistia que ela falasse. Ele pedia que ela dissesse algo, que não fosse assim tão Mariana e explodisse.
E ela não queria boca-de-leão.
O que parecia óbvio não era.
Era ela quem não sabia ler.
Mariana não gostava de saber que não sabia ler.
Nem flirt!
Nem flirt!
De Nelson Rodrigues à Shakespeare, Mariana sabia que havia mais coisas entre o céu e a terra que podia sonhar a filosofia dela.
Atemporal não significa sabe-tudo.
E Mariana queria, por um instante, ter paz.
Suas narrativas e poemas de vida sentimental tinham que estacar.
E ela seria Mariana sem rima, por alguns instantes
Mariana não morreria, não.
Mariana é imortal e controla o tempo.
Lolita sem idade!
Mariana não quer ir embora daqui.
Mariana sentia-se perdida e isso não era ruim.
Eu não tinha o que falar, Nelson Rodrigues, Presença de Anita, Nabokov...
Eu sou péssima conselheira e Mariana entra numas de avestruz.
Mariana-vazia não se sente triste.
Só vazia.
Sem tempo.
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
terça-feira, janeiro 30, 2007
Manhã de Verão
E amanheceu sem céu azul. O cinza claro, quase branco, dava um toque de outono àquele verão. E eu me sentia perdida no meio do mundo. Era como se o mundo girasse e tudo passasse e eu estivesse à parte. E eu não mexia em nada. Não mexia com ninguém. A minha cadeira balançava pouco e eu não sambava, que eu nunca soube dançar.
Eu parei.
Olhei pros lados e tudo me parecia cinza e terra. Era como se o meu quarto fosse substituído por uma daquelas árvores alaranjadas de filmes. Os tons eram todos doces e fechados e eu tinha cara de filme antigo. Tinha cara de drama ou romance. E mesmo que eu estivesse num mundo à parte e já num tronco ao invés de cadeira, eu continuava sozinha.
E eles apareceram pra mim, todos eles. Os pequenos e os grandes e as pequenas e as grandes. Eram todos médios, na verdade. E eu tinha uma pena na mão. E eu tinha papel e apoio. E eu escrevia a cena que eles dançavam pra mim. E tudo tinha uma música instrumental que as folhas e o vento - e violinos invisíveis – tocavam pra enfeitar. E eu não queria que eles me vissem. Na minha frente, eu os norteava e eles não interagiam comigo.
Estavam todos ali, todos desde a minha primeira história que eu nem sei quando surgiu. Todas as meninas, as velhas, os fantasmas, as fadas, os cafajestes e os bons-moços. E eu tinha uma bela gama de mocinhas românticas. E todas tinham traços meus. E eu tentava mudar, o cabelo não era meu, e a voz não era minha. E no fim, as mocinhas eram todas espelhos por que meus joelhos eram os delas. Elas tinham as minhas marcas. Elas sorriam com os meus dentes. E umas sorriam pra que eu não chorasse. E elas se aproximavam de mim. Elas olhavam pra mim e eu queria sumir do meu mundo à parte. Os outros dançavam sozinhos já. Eu já os tinha escrito e eles tinham vida própria. Mas elas – inúmeras – não se incomodavam em me ver acuada. E não falavam comigo. Eu não as podia guiar. Aqueles braços eram todos meus. Uma delas sentou e escreveu um poema. E eu sabia que aquele poema também era meu. Eu não podia sequer levantar. Quis a minha cadeira e o fim da ilusão. Elas sorriam. Eu tentava jogar nos meus papéis palavras livres. E quando alguma se soltava, surgiam outras. E todas tinham o meu brilho nos olhos. E todas eram diferentes e iguais. E umas voltavam depois. Umas tinham várias caras.
Eu, entorpecida delas, não agüentava mais nada. Rasguei o papel e elas, sem cerimônia, entraram em mim pra que eu não saísse mais da ilusão.
Eu parei.
Olhei pros lados e tudo me parecia cinza e terra. Era como se o meu quarto fosse substituído por uma daquelas árvores alaranjadas de filmes. Os tons eram todos doces e fechados e eu tinha cara de filme antigo. Tinha cara de drama ou romance. E mesmo que eu estivesse num mundo à parte e já num tronco ao invés de cadeira, eu continuava sozinha.
E eles apareceram pra mim, todos eles. Os pequenos e os grandes e as pequenas e as grandes. Eram todos médios, na verdade. E eu tinha uma pena na mão. E eu tinha papel e apoio. E eu escrevia a cena que eles dançavam pra mim. E tudo tinha uma música instrumental que as folhas e o vento - e violinos invisíveis – tocavam pra enfeitar. E eu não queria que eles me vissem. Na minha frente, eu os norteava e eles não interagiam comigo.
Estavam todos ali, todos desde a minha primeira história que eu nem sei quando surgiu. Todas as meninas, as velhas, os fantasmas, as fadas, os cafajestes e os bons-moços. E eu tinha uma bela gama de mocinhas românticas. E todas tinham traços meus. E eu tentava mudar, o cabelo não era meu, e a voz não era minha. E no fim, as mocinhas eram todas espelhos por que meus joelhos eram os delas. Elas tinham as minhas marcas. Elas sorriam com os meus dentes. E umas sorriam pra que eu não chorasse. E elas se aproximavam de mim. Elas olhavam pra mim e eu queria sumir do meu mundo à parte. Os outros dançavam sozinhos já. Eu já os tinha escrito e eles tinham vida própria. Mas elas – inúmeras – não se incomodavam em me ver acuada. E não falavam comigo. Eu não as podia guiar. Aqueles braços eram todos meus. Uma delas sentou e escreveu um poema. E eu sabia que aquele poema também era meu. Eu não podia sequer levantar. Quis a minha cadeira e o fim da ilusão. Elas sorriam. Eu tentava jogar nos meus papéis palavras livres. E quando alguma se soltava, surgiam outras. E todas tinham o meu brilho nos olhos. E todas eram diferentes e iguais. E umas voltavam depois. Umas tinham várias caras.
Eu, entorpecida delas, não agüentava mais nada. Rasguei o papel e elas, sem cerimônia, entraram em mim pra que eu não saísse mais da ilusão.
segunda-feira, janeiro 29, 2007
terça-feira, janeiro 23, 2007
Mariana VI
Mariana é uma pessoa das mais estranhas que já conheci.
A última dela é uma dessas últimas confusas e bestas que nos levam do céu ao inferno em um segundo.
Mariana é feita de céus e infernos.
E Mariana tem um instinto primata que a faz pular de galho em galho.
A última dela é coisa do óbvio.
Depois dela ter parado de bater na própria cara
e começado a achar o cara que ela não gosta um chato, piegas e desnecessariamente irônico
(apesar de bonito, ela fez questão de frisar)
Mariana resolveu mostrar gotas de sentimento,
O óbvio, no entanto, não dava indícios de que percebia.
Mariana não queria enxergar o óbvio!
Bom, o caso é que enxergou.
Enxergou e mordeu o óbvio.
Mariana e o óbvio, ela disse, entraram numa de flirt
E eu lembrei de Nelson Rodrigues quando, parafraseando-o eu disse:
- Você quer dizer pra mim que foi um flirt. Quer-me convencer?
- Foi.
E meu momento Lúcia/ o dela Alaíde parou nesse trecho de Vestido de Noiva.
E o óbvio talvez não saiba das intenções de Mariana,
Mas ela se engana quando diz sacana que não ama.
Mariana acha que é flirt.
Ela tem que entender que às vezes os macacos gostam dos galhos.
Mariana escolheu, por hora, um galho óbvio.
Ah! A confusão: Mariana morre de ciúmes, tem achado que as pessoas enxergam o óbvio como ela.
E nessas, ela vai dum céu de um flirt, um flirt à-toa!(palavras Rodrigueanas dela)
A um inferno de ciúmes melados.
A última dela é uma dessas últimas confusas e bestas que nos levam do céu ao inferno em um segundo.
Mariana é feita de céus e infernos.
E Mariana tem um instinto primata que a faz pular de galho em galho.
A última dela é coisa do óbvio.
Depois dela ter parado de bater na própria cara
e começado a achar o cara que ela não gosta um chato, piegas e desnecessariamente irônico
(apesar de bonito, ela fez questão de frisar)
Mariana resolveu mostrar gotas de sentimento,
O óbvio, no entanto, não dava indícios de que percebia.
Mariana não queria enxergar o óbvio!
Bom, o caso é que enxergou.
Enxergou e mordeu o óbvio.
Mariana e o óbvio, ela disse, entraram numa de flirt
E eu lembrei de Nelson Rodrigues quando, parafraseando-o eu disse:
- Você quer dizer pra mim que foi um flirt. Quer-me convencer?
- Foi.
E meu momento Lúcia/ o dela Alaíde parou nesse trecho de Vestido de Noiva.
E o óbvio talvez não saiba das intenções de Mariana,
Mas ela se engana quando diz sacana que não ama.
Mariana acha que é flirt.
Ela tem que entender que às vezes os macacos gostam dos galhos.
Mariana escolheu, por hora, um galho óbvio.
Ah! A confusão: Mariana morre de ciúmes, tem achado que as pessoas enxergam o óbvio como ela.
E nessas, ela vai dum céu de um flirt, um flirt à-toa!(palavras Rodrigueanas dela)
A um inferno de ciúmes melados.
domingo, janeiro 21, 2007
Queda de braço.
Eu estava bonita dum jeito descostumeiro. Não parecia que era eu naquele corpo que era meu. Vermelho e salto alto não fazem meu estilo, costumo ser rosa pink e havaianas. Eu sou menina! Naquele dia eu queria ser mulher e que ele visse que eu era mulher, mas não sabia o que queria. Eu sei que a brincadeira tomou um rumo estranho. Eu me perdi. Aliás, eu estava segura como não sou. Bem, eu sou menina! A impressão que eu tive, de tudo, é que eu cresci. Eu não mexia no cabelo, eu não coçava o braço, eu não comia as unhas. Eu simplesmente ria e olhava pra ele. E ele me comia com os olhos sem saber se podia comer. E ele dizia que estava sem graça. E ele dizia que não sabia. E ele demonstrava que não era o bicho papão. E a cada instante eu me fazia mais forte. Quando parecia que eu ia ganhar, eu percebi que não era batalha.
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Mariana V
Mariana me ligou por esses dias
Ligou lá da Bahia.
Ela tem costume de ir pra lá todo verão.
Ela me disse que lá esquece qualquer poeira de cidade.
Que lá conhece gente que eu nem imagino existir.
Ela disse que esquece o tempo, o óbvio e aquele cara de quem ela não gosta.
E fica sendo Mariana flutuante,com vida nova.
Mariana com vida à parte, longe de qualquer leão.
Na Bahia Mariana concentra pra depois escorrer.
Ela disse que não aguentava.
Precisave me contar algo que nunca ninguém soube.
Nesse pedaço de mundo à parte,
A Mariana, longe de tudo, olha de longe um outro cara.
O mesmo cara desde menina.
Ele passa por ela com seu olhar reto,sua postura perfeita e os músculos rijos.
Mariana lambe com os olhos a pele de bronze.
Mariana se faz vento e escorre entre ele, entre as pernas dele.
Mariana venta.
E ele faz do corpo dela um temporal.
E ela ferve.
E ele passa.
E ela só olha, que a Lolita se perdeu em poeira de cidade.
Ligou lá da Bahia.
Ela tem costume de ir pra lá todo verão.
Ela me disse que lá esquece qualquer poeira de cidade.
Que lá conhece gente que eu nem imagino existir.
Ela disse que esquece o tempo, o óbvio e aquele cara de quem ela não gosta.
E fica sendo Mariana flutuante,com vida nova.
Mariana com vida à parte, longe de qualquer leão.
Na Bahia Mariana concentra pra depois escorrer.
Ela disse que não aguentava.
Precisave me contar algo que nunca ninguém soube.
Nesse pedaço de mundo à parte,
A Mariana, longe de tudo, olha de longe um outro cara.
O mesmo cara desde menina.
Ele passa por ela com seu olhar reto,sua postura perfeita e os músculos rijos.
Mariana lambe com os olhos a pele de bronze.
Mariana se faz vento e escorre entre ele, entre as pernas dele.
Mariana venta.
E ele faz do corpo dela um temporal.
E ela ferve.
E ele passa.
E ela só olha, que a Lolita se perdeu em poeira de cidade.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Novela
Ele era bonito, tinha o charme daqueles vilões de novela. Tinha aquele sorriso cínico e eu desmanchava. Claro que não descia do salto. Aquele charme todo era pouco. O charme era todo meu. Ele tinha que abanar o rabo e eu tinha que ser rainha.
Aí eu fazia jogo. Fingia que não ligava. Fingia que o charme não existia. Fumava um cigarro e lia um bom livro na sombreira da árvore pela qual ele certamente passaria.
E ele passava.
Ele dava aquele olhar de relance e eu sabia que ele não prestava.
Mas eu gostava. E não cabia mais em mim aquele flerte. Só que era flerte e daquilo só passaria quando ele não fosse o vilão da novela, ou eu deixasse de ser a mocinha.
Aí eu fazia jogo. Fingia que não ligava. Fingia que o charme não existia. Fumava um cigarro e lia um bom livro na sombreira da árvore pela qual ele certamente passaria.
E ele passava.
Ele dava aquele olhar de relance e eu sabia que ele não prestava.
Mas eu gostava. E não cabia mais em mim aquele flerte. Só que era flerte e daquilo só passaria quando ele não fosse o vilão da novela, ou eu deixasse de ser a mocinha.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Trecho do espetáculo "Tarde"

Diana E tanta coisa que eu queria ter dito, mas não disse...
Maria Eu sempre dizia. Dizia tudo. Nem que fosse pra dizer baixinho sem nem a pessoa ouvir. Dizer eu sempre dizia.
Diana Mas, Maria, se o outro não ouve você diz pra que?
Maria Pra desanuviar, ué? Pra dizer. Coisa demais que a gente não diz vira corcunda.
Diana Ah! Mas tem coisa que a gente não pode dizer.
Maria Tem que dizer. Se não diz, escreve uma carta. Não pode é ficar corcunda.
Diana É meio egoísta.
Maria Eu lá vou carregar o mundo nas costas? Isso sim seria egoísmo!
Tarde_ 3º lugar no Juri popular do V Festival de Esquetes do Espírito Santo.
terça-feira, dezembro 19, 2006
Mariana IV
Lembra da Mariana?
Hoje ela deu um tapa na própria cara.
O cúmulo da falta de pudor, eu diria.
Vê?
Naquelas tentativas de não se queimar ela se bate!
A Mariana não bate mesmo muito bem.
Deixou de ser questão de charme.
A Mariana anda admirando aquele óbvio,
E por não poder, se bate.
É pra se conter.
Mas ela não se contenta.
Dessa vez ela nem está jogando.
Mariana sabe que não tem tempo
O óbvio não é atemporal.
Hoje ela deu um tapa na própria cara.
O cúmulo da falta de pudor, eu diria.
Vê?
Naquelas tentativas de não se queimar ela se bate!
A Mariana não bate mesmo muito bem.
Deixou de ser questão de charme.
A Mariana anda admirando aquele óbvio,
E por não poder, se bate.
É pra se conter.
Mas ela não se contenta.
Dessa vez ela nem está jogando.
Mariana sabe que não tem tempo
O óbvio não é atemporal.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
O caso do duende
Antes de qualquer coisa, eu não acredito em duendes, fadas, gnomos ou qualquer coisa pequena e verde com formas humanas e poderes supostamente mágicos. Ocorre que eu tinha que passar uma idéia num cartaz. A colega sugeriu falar do pote de ouro no fim do arco-íris. Segui. A idéia “O pote existe. Corra!” me pareceu bem convincente. Usar um mito como metáfora para trabalho, capacidade, força ou algo parecido era uma boa idéia.
Há que se quebrar a história, mas é por uma boa causa. Pra que você entenda como tudo aconteceu logo comigo, você deve ter a ciência de que Murphy, aquele desgraçado autor de uma lei horrorosa, me odeia.
Continuando: o cartaz foi feito. Tinha um arco-íris e um duende feliz de gorro verde sentado nele. Uma gracinha. Mágico. Tudo seria perfeito, se ele não tivesse que ser entregue a um professor aterrorizante com cara de maluco. Saí de casa com 50 minutos de antecedência e fui ao posto de gasolina esperar a amiga que me buscaria. Ela não apareceu. Faltando 15 minutos para a aula, entrei num ônibus que provavelmente chegaria ao meu destino em meia hora, e fui. Por sorte tinha um lugar. Pensei que o cartaz estava seguro. Eu ia sentada!
Aí vem o clímax da história. Tandandandan, rufaram os tambores imaginários de um além cruel. O vento aumentou proporcionalmente à velocidade do ônibus. E, por alguma lei física muito bizarra: meu cartaz lindo com um duende sentado num arco-íris voou na ponte.
Seria cômico, se não fosse trágico. O importante nessa palhaçada toda não é a cara do professor, mas a minha angústia e dúvida em dizer ou não a verdade. Creio que tive minha nota. Fique feliz por essa pobre mortal. Enfim, essas histórias malucas podem perfeitamente acontecer. Aconteceu comigo. Sorria!
Há que se quebrar a história, mas é por uma boa causa. Pra que você entenda como tudo aconteceu logo comigo, você deve ter a ciência de que Murphy, aquele desgraçado autor de uma lei horrorosa, me odeia.
Continuando: o cartaz foi feito. Tinha um arco-íris e um duende feliz de gorro verde sentado nele. Uma gracinha. Mágico. Tudo seria perfeito, se ele não tivesse que ser entregue a um professor aterrorizante com cara de maluco. Saí de casa com 50 minutos de antecedência e fui ao posto de gasolina esperar a amiga que me buscaria. Ela não apareceu. Faltando 15 minutos para a aula, entrei num ônibus que provavelmente chegaria ao meu destino em meia hora, e fui. Por sorte tinha um lugar. Pensei que o cartaz estava seguro. Eu ia sentada!
Aí vem o clímax da história. Tandandandan, rufaram os tambores imaginários de um além cruel. O vento aumentou proporcionalmente à velocidade do ônibus. E, por alguma lei física muito bizarra: meu cartaz lindo com um duende sentado num arco-íris voou na ponte.
Seria cômico, se não fosse trágico. O importante nessa palhaçada toda não é a cara do professor, mas a minha angústia e dúvida em dizer ou não a verdade. Creio que tive minha nota. Fique feliz por essa pobre mortal. Enfim, essas histórias malucas podem perfeitamente acontecer. Aconteceu comigo. Sorria!
sábado, dezembro 16, 2006
O fim dos atos-falhos
Com sorte alguma pedra entraria no sapato e ela sentiria tanta dor que estancaria.
Ela precisava de um motivo para não seguir em frente. Aquele filho-da-puta não entendia que ela simplesmente não podia mais? Respirou o mais fundo que pode antes dos tapas na cara temperados com lágrimas dela. As faces dele se coloriram dum vermelho lógico e ela pode recuar. Foi para a sua casa e ele que ficasse só.
Ela precisava de um motivo para não seguir em frente. Aquele filho-da-puta não entendia que ela simplesmente não podia mais? Respirou o mais fundo que pode antes dos tapas na cara temperados com lágrimas dela. As faces dele se coloriram dum vermelho lógico e ela pode recuar. Foi para a sua casa e ele que ficasse só.
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Mariana III
É, a Mariana anda me enchendo o saco.
Agora ela inventou de enxergar o óbvio.
E fica naquela de "não pode ser"...
Acontece que eu tô sem paciência
e quero esganá-la sem rima alguma.
Agora ela inventou de enxergar o óbvio.
E fica naquela de "não pode ser"...
Acontece que eu tô sem paciência
e quero esganá-la sem rima alguma.
domingo, dezembro 10, 2006
Fonte que não vale
-Não ouvi barulho algum.
-Como não?
-Não ouvi, oras. Estava prestando atenção em outra coisa.
-Foi um tiro!
-E daí? Eu tava trepando ao som de jazz. Eu não tenho obrigação de prestar atenção em porra de tiro nenhum.
-Foi do seu lado.
-Eu tava trepando.
-No quarto ao lado!
-Não me interesso nos fetiches do casal ao lado. Eu tava gozando.
-Tudo bem. Não lembra de nada estranho.
-Não. Tudo correu às mil maravilhas. Champanhe maravilhosa, morangos, sexo e boa música. O cheiro dele me deixava arrepiada sem precisar forçar.
-É só com isso que você se importa?
-Com o que mais?
-Como não?
-Não ouvi, oras. Estava prestando atenção em outra coisa.
-Foi um tiro!
-E daí? Eu tava trepando ao som de jazz. Eu não tenho obrigação de prestar atenção em porra de tiro nenhum.
-Foi do seu lado.
-Eu tava trepando.
-No quarto ao lado!
-Não me interesso nos fetiches do casal ao lado. Eu tava gozando.
-Tudo bem. Não lembra de nada estranho.
-Não. Tudo correu às mil maravilhas. Champanhe maravilhosa, morangos, sexo e boa música. O cheiro dele me deixava arrepiada sem precisar forçar.
-É só com isso que você se importa?
-Com o que mais?
domingo, dezembro 03, 2006
Mariana II
E ela continua naquelas...
Fugindo da boca do leão,
e, claro, atemporal.
A Mariana agora está confusa.
Ela não acredita que possa pensar em tanta gente.
Mariana muda rápido.
Ela não acredita no próprio charme.
Esqueceu-se que Lolita destruia corações.
Acho que se acostumou à Presença de Anita.
Mariana acha a Mel Lisboa sem graça.
Mariana não quer não ter graça.
Mariana hoje nem quer flertar.
Ela quer ficar quietinha curtindo seu medo de escuro.
O coração vale mais que a razão, eu dizia.
A Mariana pensa em coração como músculo involuntário que bombeia o sangue.
Ela quer ser racional.
E perde o sentimental.
Romântica.
Fugindo da boca do leão,
e, claro, atemporal.
A Mariana agora está confusa.
Ela não acredita que possa pensar em tanta gente.
Mariana muda rápido.
Ela não acredita no próprio charme.
Esqueceu-se que Lolita destruia corações.
Acho que se acostumou à Presença de Anita.
Mariana acha a Mel Lisboa sem graça.
Mariana não quer não ter graça.
Mariana hoje nem quer flertar.
Ela quer ficar quietinha curtindo seu medo de escuro.
O coração vale mais que a razão, eu dizia.
A Mariana pensa em coração como músculo involuntário que bombeia o sangue.
Ela quer ser racional.
E perde o sentimental.
Romântica.
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Ácido congelado
Eu estava procurando um texto velho pra postar.
Não achei nada que dissesse do meu humor.
Sei que as minhas paixões andam entaladas.
eu não sei mais fazer teatro.
Peguei nojo de todas aquelas mentiras
que já me dava asco há tempos.
Respiro de leve que fundo machuca.
Eu não queria que fosse assim.
Não era pra você ser assim
você tinha que ser verdade.
E cada vez eu dou mais valor a palavras que me ferem sem querer.
Prefiro verdades, sempre.
Mentira faz vomitar.
Não gosto mais de você(eu também posso mentir).
Não achei nada que dissesse do meu humor.
Sei que as minhas paixões andam entaladas.
eu não sei mais fazer teatro.
Peguei nojo de todas aquelas mentiras
que já me dava asco há tempos.
Respiro de leve que fundo machuca.
Eu não queria que fosse assim.
Não era pra você ser assim
você tinha que ser verdade.
E cada vez eu dou mais valor a palavras que me ferem sem querer.
Prefiro verdades, sempre.
Mentira faz vomitar.
Não gosto mais de você(eu também posso mentir).
terça-feira, novembro 28, 2006
Nessa brincadeira de se chapar com cultura eu me perco de mim
ou me encontro
eu ainda náo descobri de onde vem todas as vozes e tudo que me faz ficar ofegante
A pontuação eu perdi
Era pro concretismo sair natural e saiu
eu não sei o motivo dos espaços em branco e eu detesto teclados desconfigurados
é por isso que eu escrevo à mão
estou suja de tinta
alguma coisa em mim diz que eu um dia fui mais que terra
acho que talvez a combinação de elementos exploda agora
eu acho que sou um átomo ambulante.
detesto internet
é mentira
acho que gosto de não querer e não fazer
o meu automatismo vai além do jazz
eu sou samba, amor.
sou pandeiro e rebolado
eu sei que estar só não basta e eu vou além das montanhas com cinco patinhos e areia no biquini.
acho que o sol me ofuscou as vistas.
tive que fechar os olhos o máxinmo possível
e eu não via nada por excesso de luz
muito pra mim é pouco
quero abrir os olhos
e de repente faço-me porra louca e saio gritante com bolsas e fitas vermelas pelo salão de uma festa que não acaba
eu disse não à pontuação
odeio tremas
adoro compassos
num passo
passe muito bem
e leia mais que eu
ou me encontro
eu ainda náo descobri de onde vem todas as vozes e tudo que me faz ficar ofegante
A pontuação eu perdi
Era pro concretismo sair natural e saiu
eu não sei o motivo dos espaços em branco e eu detesto teclados desconfigurados
é por isso que eu escrevo à mão
estou suja de tinta
alguma coisa em mim diz que eu um dia fui mais que terra
acho que talvez a combinação de elementos exploda agora
eu acho que sou um átomo ambulante.
detesto internet
é mentira
acho que gosto de não querer e não fazer
o meu automatismo vai além do jazz
eu sou samba, amor.
sou pandeiro e rebolado
eu sei que estar só não basta e eu vou além das montanhas com cinco patinhos e areia no biquini.
acho que o sol me ofuscou as vistas.
tive que fechar os olhos o máxinmo possível
e eu não via nada por excesso de luz
muito pra mim é pouco
quero abrir os olhos
e de repente faço-me porra louca e saio gritante com bolsas e fitas vermelas pelo salão de uma festa que não acaba
eu disse não à pontuação
odeio tremas
adoro compassos
num passo
passe muito bem
e leia mais que eu
quarta-feira, novembro 22, 2006
Mariana
Eu hoje estou com vontade de falar da Mariana. A Mariana anda com vontade de se esconder. Está feliz. Brinca de flertar.
Acontece que ela tem medo do fogo.
E nessa narrativa meio poema.
A qualquer momento ela vai queimar.
A Mariana respira e conta até dez, mas a imagem daquele moço de quem ela não gosta ficou grudada. A Mariana anda tendo muito medo de escuro.
E atira no escuro.
A Mariana tem saudades e raiva.
E se desespera, quando encontra a fera. Vê-se na boca do leão.
Aí ela foge.
Sai correndo feito louca.
Mariana morre de medo.
Mas quer perigo.
Mariana brinca.
E joga nada limpo.
Ela gosta de sorriso e flerte.
E se segura, só por costume.
E se segura mordendo a boca.
A Mariana é bem Lolita, mas atemporal.
Acontece que ela tem medo do fogo.
E nessa narrativa meio poema.
A qualquer momento ela vai queimar.
A Mariana respira e conta até dez, mas a imagem daquele moço de quem ela não gosta ficou grudada. A Mariana anda tendo muito medo de escuro.
E atira no escuro.
A Mariana tem saudades e raiva.
E se desespera, quando encontra a fera. Vê-se na boca do leão.
Aí ela foge.
Sai correndo feito louca.
Mariana morre de medo.
Mas quer perigo.
Mariana brinca.
E joga nada limpo.
Ela gosta de sorriso e flerte.
E se segura, só por costume.
E se segura mordendo a boca.
A Mariana é bem Lolita, mas atemporal.
domingo, novembro 12, 2006
Projeto de Cultura
O todo sem a parte não é todo. Não tem como ser. A sociedade toda funciona em ramos que se interligam e são inseparáveis, feito pintura barroca. Tudo se relaciona e se interliga. A sociedade toda é composta por partes que se fundem. Cada parte é um todo abrangente e a gente esquece que cada parte toda faz parte de um todo.
Um ser humano sofre influências de todo ramo ao mesmo tempo. É um paradoxo ambulante. A arte, a religião, a economia, a política e a matemática básica se chocam inconsciente e conscientemente em diversas cabeças que por vezes nem sabem da grandeza do que acontece. Tentar separar política e arte é um erro e um equívoco. Elas estão ligadas. Isso vai além do engajamento da música de Chico Buarque ou do teatro de Brecht. Arte e política são apenas formas de enxergar o mundo. É tudo cultura. A política deve, além de abusar da arte pra se tornar palatável, incentivar toda arte. E a arte deve beber também política para não ficar vazia.
A cultura faz parte do dia-a-dia: filmes, falas, festas, feijão com arroz, fetiches e faixas de recado, propaganda, alarme e afins. É preciso que se procure cultura e que se divulgue cultura. É preciso que haja comunicação em termos culturais. Um curso de comunicação social que faz parte do Centro de Artes precisa gritar a cultura. A comunicação é esse direito ao grito.
A comunicação molda a cultura e a divulga. Grita o que é bom e o que é ruim e expõe ambos em nome da tal imparcialidade, ou da publicidade. Por que não também na UFES? É quase lógica a necessidade, a vontade e o dever que o curso tem de divulgar a cultura.
Aí vem a hora em que a gente tem que falar do como. O como vem da interação entre estudantes, arte, cultura e desejos. É fazer a cultura uma champanhe borbulhante que todo mundo quer tomar. Precisa tomar. O como é menor que a arte. As festas são menores que os risos, as histórias e a intimidade que a festa cria ou rompe. O como é pano de fundo pra algo grande e inexplicável.
É bonita a idéia de uma semana de Comunicação e Arte. Algo que englobe a produção artística de quem tem vontade de expor. Cinema, música, teatro, dança, saraus, pinturas, fotos, desenhos, varal de poesia. Tudo ao mesmo tempo para que se respire arte e a cultura entre em erupção e queime mais que vulcão. Será o retrato mais fiel e inteiro da catarse.
O cinema vem através da criação de um acervo audiovisual do curso. Que ficará à disposição de quem quiser no Centro Acadêmico. Com isso, o ele se faz mais palpável e fácil. Tem que ser acessível e a gente quer essa acessibilidade, essa democratização.
A arte vem também como intervenção. Arte de stêncil em parede e Teatro do Oprimido. A arte é um jeito de falar, bem eficaz e gostoso de ouvir. É comunicação. E nessa lei de reciprocidade a gente suga o que pode dela para passar mensagens. Não há separação e é viável a exploração.
Por fim e por si, se pauta a união. Pra gritar a arte a gente se junta com quem a põe em primeiro plano. Os cursos de Artes, Letras e todos os outros podem e vão nos enriquecer.
O Centro Acadêmico de Comunicação entende a cultura como parte do todo em que a gente se insere. É uma questão política, algo inerente. Arte, meu bem, fixa na pele feito tatuagem, que a gente quer e precisa por pra fora, feito espirro.
Chapa 1- Roda Viva
108 votos que não serão esquecidos
Um ser humano sofre influências de todo ramo ao mesmo tempo. É um paradoxo ambulante. A arte, a religião, a economia, a política e a matemática básica se chocam inconsciente e conscientemente em diversas cabeças que por vezes nem sabem da grandeza do que acontece. Tentar separar política e arte é um erro e um equívoco. Elas estão ligadas. Isso vai além do engajamento da música de Chico Buarque ou do teatro de Brecht. Arte e política são apenas formas de enxergar o mundo. É tudo cultura. A política deve, além de abusar da arte pra se tornar palatável, incentivar toda arte. E a arte deve beber também política para não ficar vazia.
A cultura faz parte do dia-a-dia: filmes, falas, festas, feijão com arroz, fetiches e faixas de recado, propaganda, alarme e afins. É preciso que se procure cultura e que se divulgue cultura. É preciso que haja comunicação em termos culturais. Um curso de comunicação social que faz parte do Centro de Artes precisa gritar a cultura. A comunicação é esse direito ao grito.
A comunicação molda a cultura e a divulga. Grita o que é bom e o que é ruim e expõe ambos em nome da tal imparcialidade, ou da publicidade. Por que não também na UFES? É quase lógica a necessidade, a vontade e o dever que o curso tem de divulgar a cultura.
Aí vem a hora em que a gente tem que falar do como. O como vem da interação entre estudantes, arte, cultura e desejos. É fazer a cultura uma champanhe borbulhante que todo mundo quer tomar. Precisa tomar. O como é menor que a arte. As festas são menores que os risos, as histórias e a intimidade que a festa cria ou rompe. O como é pano de fundo pra algo grande e inexplicável.
É bonita a idéia de uma semana de Comunicação e Arte. Algo que englobe a produção artística de quem tem vontade de expor. Cinema, música, teatro, dança, saraus, pinturas, fotos, desenhos, varal de poesia. Tudo ao mesmo tempo para que se respire arte e a cultura entre em erupção e queime mais que vulcão. Será o retrato mais fiel e inteiro da catarse.
O cinema vem através da criação de um acervo audiovisual do curso. Que ficará à disposição de quem quiser no Centro Acadêmico. Com isso, o ele se faz mais palpável e fácil. Tem que ser acessível e a gente quer essa acessibilidade, essa democratização.
A arte vem também como intervenção. Arte de stêncil em parede e Teatro do Oprimido. A arte é um jeito de falar, bem eficaz e gostoso de ouvir. É comunicação. E nessa lei de reciprocidade a gente suga o que pode dela para passar mensagens. Não há separação e é viável a exploração.
Por fim e por si, se pauta a união. Pra gritar a arte a gente se junta com quem a põe em primeiro plano. Os cursos de Artes, Letras e todos os outros podem e vão nos enriquecer.
O Centro Acadêmico de Comunicação entende a cultura como parte do todo em que a gente se insere. É uma questão política, algo inerente. Arte, meu bem, fixa na pele feito tatuagem, que a gente quer e precisa por pra fora, feito espirro.
Chapa 1- Roda Viva
108 votos que não serão esquecidos
sábado, novembro 11, 2006
Engrenagem
É proibido tomar café
Por um impasse
É proibido que o sono passe
Proibido café e passe
Proibido dormir por praxe
Mecânica roda viva
Café move moinho que move
Pessoa automática caféônibuschão
Proibido ladrão
Arte é contramão
Máquina diversa se fixa
e roda a café pão e água
proibido parar
proibido esperar
rodar
rodar
rodar
roda
Por um impasse
É proibido que o sono passe
Proibido café e passe
Proibido dormir por praxe
Mecânica roda viva
Café move moinho que move
Pessoa automática caféônibuschão
Proibido ladrão
Arte é contramão
Máquina diversa se fixa
e roda a café pão e água
proibido parar
proibido esperar
rodar
rodar
rodar
roda
sábado, novembro 04, 2006
Janaína
Janaína gostava bastante de vínculos. Se prendia sempre à eles. Vitor, no entanto, gostava de meninos. Janaína gostava de Vitor. Vitor gostava de astronomia. Janaína queria Vitor um tanto que doía.
É certo que ela não ia conseguir. Janaína era muito grande e desengonçada. Era feia. Era meiga que só ela. Era um amor. Tinha dentes grandes e unhas mal-feitas. Vitor preferia outra coisa. Antes estrelas que Janaína. Vitor nem via Janaína.
Ela o seguia e idolatrava. Era Vitor nos céus e vontade de cama. Era vontade inenarrável de cravar os dentes no pescoço dele. Ele nem olhava. Ela só faltava abanar o rabo murcho.
Quando eu digo que ela era feia, não exagero. Ela era pior do que você está imaginando. Essa, no entanto, não é uma história a lá Cinderella em que Janaína vai aprender a andar de salto e usar aparelho pra ficar gostosona. Feia não é estado. Feia está inerente à Janaína. Janaína feia chega a ser redundante. São quase sinônimos.
Acontece que os feios amam e gozam. Vitor nem ligava. O gozo estava em outro sexo. Desvincular, circular, sanguíneo. Vitor era furacão e queria comer o mundo todo. Sexualmente. Até comeria Janaína, mas ela estava abaixo das estrelas, e ele sonhava demais pra conseguir pegar o palpável.
É certo que ela não ia conseguir. Janaína era muito grande e desengonçada. Era feia. Era meiga que só ela. Era um amor. Tinha dentes grandes e unhas mal-feitas. Vitor preferia outra coisa. Antes estrelas que Janaína. Vitor nem via Janaína.
Ela o seguia e idolatrava. Era Vitor nos céus e vontade de cama. Era vontade inenarrável de cravar os dentes no pescoço dele. Ele nem olhava. Ela só faltava abanar o rabo murcho.
Quando eu digo que ela era feia, não exagero. Ela era pior do que você está imaginando. Essa, no entanto, não é uma história a lá Cinderella em que Janaína vai aprender a andar de salto e usar aparelho pra ficar gostosona. Feia não é estado. Feia está inerente à Janaína. Janaína feia chega a ser redundante. São quase sinônimos.
Acontece que os feios amam e gozam. Vitor nem ligava. O gozo estava em outro sexo. Desvincular, circular, sanguíneo. Vitor era furacão e queria comer o mundo todo. Sexualmente. Até comeria Janaína, mas ela estava abaixo das estrelas, e ele sonhava demais pra conseguir pegar o palpável.
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