segunda-feira, abril 05, 2010

O dos pássaros

Daqui a pouco eu começo com aquele tom de auto-ajuda de sempre (de quem acha que pode dar conselho sobre tudo). Mas não some ainda não, que eu vou sentir falta do seu cheiro.
As coisas não precisam pesar e talvez eu até arranque seus pêlos com as mãos para guardar numa caixinha.
Não quero mais saber de nenhum beijo em nenhuma boca vazia. Hoje a salada-mista só vale com eu e você. O resto do mundo é café com leite.
De um jeito ou de outro, eu não vou te amar. Não tenho medo dessas coisas não. Mas depois daquele outro ano, nenhuma coisa faz tanto sentido e eu acho que não consigo ficar de novo sem respirar. Eu sei que você também já entendeu como funcionam essas coisas de dor. E você também pôs fim com medo de morrer sufocado. Também teve medo do calor e chorou.
Também acha que um dia o tempo volta.
Mas você, como eu, preferiu voar.
Não sei agir depois de tanta entrega – só sei sumir.

3 comentários:

Anônimo disse...

Voar é bom, voar também é entrega!

Francis Martin disse...

Teus posts são lindos, mas ao invés de alcança-los fico atordoado, vasculhando os cantos obscuros do meu cérebro procurando um sentido que me faça sentido. Sei que compreendo porque sinto que compreendo, mas não sei explicar. Por isso adoro!

ryan disse...

o encontro intenso de duas pessoas é algo que rende muito coisa.
não só pra essas duas pessoas envolvidas, mas também pra quem está de fora e gosta de escutar uma boa história.