domingo, abril 11, 2010

Alice

Passou a páscoa e não nos vimos. Me vesti com as palavras mais bonitas e me perfumei com doçura. Fiquei até feminina demais. Passei maquiagem e esqueci que a minha onda sempre foi meio intelectual.
Caí na besteira de querer dizer logo que eu sou meiga, achando que você agüentaria. Mas eu devia ter ido na de sempre. Jogos sem beicinho. Sinceridade aparente. Tapas. Bando de frases rasgadas e muita briga. Xingamentos. Devia ter ofendido cada uma de suas gerações.
Nesse corpo aqui não mora princesa nenhuma. Mora um bicho agressivo que vive de garras à mostra. Mas depois daquele outro ter dito eu-te-amo, o bicho amoleceu e eu fiquei menina. Mole mole, receptiva até com a carência. Achando mesmo que os contos de fada estão aí pra ser vividos.
Foi bom você aparecer assim, de verde. Dizer que não me obedece nem nada. Mostrar que meiguice nenhuma vale e que o feminino é forte. Que o feminino existe mesmo quando a gente pula aqueles muros que os fortões têm medo, mas que ele não era aquela coisa morna que eu tinha pensado antes quando estava crendo em contos de fada.

3 comentários:

bia de barros disse...

lê teu email, poia.

bjos!

Lívia Corbellari disse...

"meiguice nenhuma vale e que o feminino é forte."
gostei desse trecho ;*

Sylvia Araujo disse...

Eu também sou meio bicho agressivo. Mas, como os bruto também amam, visto meus óculos e me derreto. de vez em quando. rs

Adorei!

Beijoca