Quando eu tinha seis anosGanhei um porquinho-da-índia.Que dor de coração me davaPorque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!Levava ele prá salaPra os lugares mais bonitos mais limpinhosEle não gostava:Queria era estar debaixo do fogão.Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...- O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.Manuel Bandeira
Eu te amo de boca aberta e de boca fechada. De língua. Mordendo. Sobrancelhas absurdas. Eu, então, nem se fala. Absurdíssima, sentida, sentinte. Ouvindo sem ouvir todas as coisas, gostando até de suor. Mantendo.
Eu te amo cabeça nos peitos, pernas enrolantes, boca mordendo nariz. A língua morde as coisas que são suas. Os braços me sustentam de manhã, enquanto dormem.
Eu te amo pelos arrancados, um monte de agrado. Eu te amo sentada. Em pé. Acordada. Dormindo. Absolutamente desconfortável.