Ele não é muito de elogios.
- Cabelo bonito. Olhos bonitos. Pele boa. Bonita, você.
Estranhei. Não sei porque fico. Caímos no chão.
Algum imã existe, não sei.
- Você quer tudo o que você demonstra?
Eu disse sim. Com a boca na dele, eu disse tanta coisa que eu nem sei direito o que ficou.
Eu disse que ia embora, mas a gente perdeu o controle. Ele me puxou sei lá pra onde, guardou meu brinco no bolso como se fosse um pedaço de mim. Disse que gosta.
Temos medo de nos apaixonarmos um pelo outro.
Não somos nem parecidos. Nada em comum.
Ele tem gosto de folha na boca e eu uso terno. Ternos os braços que ele tem, a textura da pele, as pintas, o crucifixo.
- Bom te ver, eu disse no fim. Por que você gosta de mim?
Ele disse que era a loucura de tudo e eu entendi que era eu mesma, não reflexo, nada. Eu gosto de volta. Irracional.
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