sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Ela

Os cabelos já não eram anelados por conta da escova definitiva. E as paixões já não eram as mesmas por conta da racionalização constante de qualquer sentimento. Decompunha paixões em suspiros e desejos idiotas. E decompunha ódio em êxtase e idiotice.
Pra ela qualquer sentimento e qualquer arrepio eram absurdamente idiotas e desnecessários. A vida devia ser levada a pulso firme e olhos duros. As relações interpessoais eram mera necessidade capitalista. E ela gostava do mundo virtual por conta dos contatos distantes e frios. Ela não gostava mais de gente.
Se mantinha linda com postura perfeita pra ser inacessível. E chorava todas as noites pra agüentar o tranco de ser uma máscara.

9 comentários:

Lis. disse...

É real.

Cissa disse...

acho que é contra isso que deveríamos lutar todos os dias.


gostei do blog! =*

bia de barros disse...

é mais real que o "Problema Fáustico". decerto, melhor explicado. cacete, entendi os dois de uma cajadada só!

;*

o "fáustico": [Tal é a termometria de um constante estado psicológico: a vida estrangulada pelo conhecimento] do mesmo modo, Ela não sofreria sem o conhecimento da causa. ;D

Juliana Marchioretto disse...

Bom. Acho que, mais cedo ou mais tarde, ela se liberta disso e vai viver de verdade... por mais riscos que isso represente..

beijo

david santos disse...

Olá!
A vida tem destas coisas: realidades.
Obrigado

Anônimo disse...

òtimo.... perfeito.


primoroso.

Gostei dos textos...


bjo grande

Thiago Palassi Quintela disse...

Congratulações!
Muito bom...

Anônimo disse...

é real. parece até enredo de vilã da novela das oito do gilberto braga. uhuuuuuuuuu!
viva aline!

Anônimo disse...

Primoroso, Aline!

Parabéns!

Já falei que sou seu fã?

Já, né!?