domingo, julho 29, 2012
conversa de pele batida
sexta-feira, julho 27, 2012
A roda da fortuna e o rei de paus
quarta-feira, julho 25, 2012
porque também, além de tudo, a cabeça-dura é quase que genética
terça-feira, julho 17, 2012
Tubo de ensaio
terça-feira, julho 03, 2012
Bússola
terça-feira, junho 19, 2012
Comecinho de amor
segunda-feira, junho 11, 2012
fábula do sabãozinho apaixonado
Quando o sabãozinho apaixonado se deu conta de seu estado, esperou a coisa dissolver. Depois de decidido, foi à sabãozinha ainda meio perdido, mas com o amor crescido não se segurou. Ele acreditava em amor sendo estado físico. Disse, então, de sopetão:
- Eu te omo.
E quando disse, ela nada entendeu. Mas é que o sabãozinho queria mesmo tornar-se sabão em pó, e que a sabãozinha também o fosse. Nesse estado, os dois podiam dissolver na mesma água, misturar-se de verdade, fazer espuma. Em pó eles lavariam muita roupa suja juntos e o sabãozinho torcia para que limpassem principalmente lençóis de casais. Queria ele lavar o amor físico dos homens e concluir assim a função de uma paixão que não tem fim. A sabãozinha, já meio gasta, ao entender o fino propósito de tudo, sorriu em barra. Torciam juntos a roupa dos outros e tiravam as manchas do mundo enquanto faziam a mesma prece.
sexta-feira, junho 08, 2012
Tango?
Aprendi que a alma é grande grande como eu sou pequena. E também que a estatura não vale a curvatura de nada. Mas se ele voltar, que coisa linda!
E o outro, quem é? Se nenhum é número, qual vem em primeiro, não sei. Só queria um volume mais baixo, às vezes, mas outras uma série grande de explosões.
Não vou acordar ninguém de noite, que eu mesma nem sei abrir os braços.
Olhe bem, não sei esse negócio de quadrilha, mas a gente pode brincar ainda de roda.
quinta-feira, maio 31, 2012
floresta
Eu que não abrevio beijo, que não gosto de nada pela metade, tomo café forte, sou ligada na tomada, falo alto pra cacete, xingo e, de vez em quando, sambo, não sei como é o caminho. Ouvi umas coisas que não queria, e outras que cabiam como uma chuva. Mas se eu disser que era isso mesmo que eu esperava, sendo negativa...
E entrando aquele samba e a cerveja e os quadris. Como é que ele diz? Mas se os quadris não mandam nada, onde fico? Eu tenho uma nuca forte, uns calos grossos, um sangue que ferve. A pele é lisa, o sorriso é largo. Desato se não me quer carne, você. Embora até ontem eu mesma não quisesse nem um naco. Não abrevio nada de nada. Mas o sangue, esse não ferveu.
Olhe, o medo é maior de alma. Venha com tato, por favor, entre rasgando. Assim sendo, não despedaço logo e ganho doses extras de anticorpo. Esse caminho, assim, de pedras, eu não sei equilibrar.
terça-feira, maio 29, 2012
jardim
domingo, maio 27, 2012
venha sim
quinta-feira, maio 24, 2012
Era uma vez
segunda-feira, maio 21, 2012
dos signos
sábado, maio 12, 2012
Quando a gente era feliz com nada
sexta-feira, maio 11, 2012
Para um querido amigo
quarta-feira, maio 02, 2012
antes do carnaval
domingo, abril 29, 2012
quando ama a passarinha
Deixou semiaberta a cartola,
Fez firula lá, mesura cá,
inclinou mão,
puxou moço
Coelho, não.
Porém, ele com pêlos eriçados,
Ficava gosto de fofura.
Cuidou ela então da curvatura
Própria das mãos próprias
Focou as juras no tato
E a língua no palato
Do outro.
E como se não faltasse nada
Ficou ereta, discreta, direta.
Jogou fora a cartola.
Guardou na garganta o dentro e o fora.
Depois, de bicicleta,
seguiu linha reta,
que embora bom, era hora.
sábado, abril 28, 2012
a moça de esquerda
quarta-feira, abril 25, 2012
excesso
segunda-feira, abril 16, 2012
geometria
Você assim obtuso prum lado, eu assim aguda pro outro. Suplementar, complementar, sei lá, oposto. Seu ângulo não se mistura com o meu. Eu mais pra reto, você mais pra raso. Um monte de volta. 360 motivos pra girar pra longe. Ou um só.
Geometricamente as suas costas e a curva da minha cintura fazem figuras bonitas no encontro. Fisicamente a gente é só calor.
Eu aguda prum lado, você obtuso pro outro, e lado a lado a gente não se vê. Ponho seus óculos e fico tonta. 180 motivos de não.
Pra que princípio, crença, kriptonita?
Se fosse só corpo, se fosse só ângulo e a gente retas paralelas se encontrando no infinito. Se fosse infinito. Se fosse frente a frente e pronto, boca e pronto, mão e pronto. Mundo é pouco se fosse tudo noite. Se a gente fosse tarde. Se não fosse tarde pra esquecer que eu não consigo não pensar no que eu não sabia de você e sei agora.
Então você obtuso prum lado, eu aguda pro outro.