domingo, maio 09, 2010

A sobra das sobrancelhas

Hoje eu tinha um bocado de coisa a ser escrita. Um bocado de história a ser contada.
Acontece que hoje as frases estão todas forçadas e nenhuma rima sai com ritmo de quadril. Então não vou contar nada, não vou escrever ficção.
As coisas não vão prestar se não forem moldadas no corpo e se não tiverem fluidez natural, se não forem escritas com fluidos de corpo.
Fica então aqui uma música brega no som e toda aquela confusão na cabeça. Pensemos juntos: melhor confusão que convulsão.
É preciso ter otimismo e um tanto assim de beleza.
Gostaria muito de arrancar fora boa parte dos pêlos das sobrancelhas, todos os pêlos do sovaco e das pernas.
Gostaria muito de manter as unhas feitas.
Nenhuma das histórias não contadas falam de corpo bem estruturado ou organização pessoal.
Todas as histórias são de bares e hálito azedo de manhã.
A casa foi destruída pela manhã e a manhã nem viu se tinha gente em casa.

3 comentários:

L.A disse...

adorei o texto, parabens :)

Juan Moravagine Carneiro disse...

Como sempre você consegue ser suave em suas palavras, mas nem por isso menos intensa!

ryan disse...

o lado "feio" da vida é muito bonito