segunda-feira, maio 31, 2010

Carta praquele cara que eu não escrevi

Ao contrário do que possa transparecer por meus olhos brilhantes, não sou capaz de perdão. Hoje estou com você entalado no esôfago. Pensei em talvez te vomitar para fora junto com toda aquela coca cola que tomei noite passada pra curar dor de cabeça.
Tentei muito lançar seus cabelos ao vaso enquanto enfiava o dedo na goela. E nada. Você ainda indigesto e eu pensando em voo.
Por que talvez ninguém mais tenha coragem de andar comigo dentro de um balão colorido, a não ser você.
A moça me pediu desculpas pelo seu comportamento, que você não devia ter sido seco assim comigo. Eu disse a ela que ninguém precisa pedir desculpas por algo que não tenha feito.
Mas eu não disse que não há perdão para suas mãos e para o seu nome.
Ela talvez não entenda que eu não suporto o fato de não ter te inventado com caneta num caderno de capa cor-de-rosa. Não concordo com isso de outra pessoa ter pensado neste ritmo tão vocálico para um nome.
Não acredito em você fora de um livro, de um conto, de qualquer coisa literária, inclusive eu, porque você não devia ter nascido, nem ser gente de carne e osso. Devia ser personagem. Meu personagem. Paixão de meninas solitárias com best seller na mão.
Nunca pele.

Um comentário:

Estéphanie Mognatto disse...

As vezes quero por pessoas em best seller tb...
=S