quinta-feira, maio 27, 2010

Ofício 001

Importante dizer que parte deste texto (a de baixo) foi idéia do @marcosdjavan

Sofrendo certa dificuldade de comunicação interna, protocolei um ofício.

Ofício 001
Venho por meio deste declarar para os devidos fins que tenho sentido fortes lances de atração física descabida e despropositada. A senhora Elizabeth Bennet, inventada pela ilustre Jane Austen, disse-me em certa ocasião que sonetos servem para matar grandes amores.
Tendo em vista que nunca dominei a técnica preciosa da confecção de sonetos, escrevo prosa besta para matar tensões. Já tendo sido declarado que os choques existem e que um toque lança a pele toda em explosões sinestésicas e disparam o peito, não preciso declarar mais nada.
À meu favor, o fato de que os braços nunca estiveram uma linha fora do lugar e que a boca manteve-se seca e fechada.
Solicito então a este corpo que é meu, mas é incontrolável, que despeje de si esses lampejos e volte o mais breve possível a ter auto-controle.

A resposta veio rápido, apesar da burocracia.



Diz o senhor Manoel Bandeira no poema A arte de amar:
“Se queres sentir a felicidade de amar,
Esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo,
porque os corpos se entendem, mas as almas não.”


Ciente do exposto pelo poeta, indefiro.

3 comentários:

Rosa disse...

Ai, se toda burocracia fosse assim! =D

Juan Moravagine Carneiro disse...

Texto interessante...

Ariel disse...

Concordo com a Rosa:
Se toda burô fosse assim, a gente tava bem. hahahaha!

Beijos Line.