Meu estômago está numa reviravolta só. Nem embrulha, nem
desembrulha, mas roda, treme, enche. Parece que ele entende que eu sou
exatamente a mesma, mas um pouco mais honesta. Está, o estômago, se acostumando
agora. Eu também.
Devo avisar que não sou exatamente fácil, embora pareça. Mato
minhas próprias baratas, abro minhas próprias garrafas e as tampas de todos os
potes. Não preciso de você por conta disso, e, na verdade, não preciso de nada
além de um dia ou outro acordar junto.
Não consigo ficar muito tempo abraçada, não consigo dizer
coisas bonitas de primeira, não consigo concordar com tudo o que você diz. E nem
vou. Nunca. Também não espero que você concorde comigo, e vou estranhar muito
se isso acontecer.
Não vou conseguir gostar de todas as coisas que você gosta,
nem você de todas as que eu gosto, mas talvez te faça companhia só por cafuné.
Não vou me enfiar em barca furada, não vou correr risco de
vida, não vou fingir absolutamente nada.
Pode ser que eu me preocupe, pode ser que eu exagere, pode
ser que eu fique brava com atraso sem aviso (isso, por certo). Pode ser que eu
te largue pra lá, mas pode ser que eu fique.
Não consigo ficar mole logo. Vou fazer comentários rasgados,
vou ser irônica, mas também vou ser doce e não sou capaz de mentiras. Funciono no
modo: não quer saber, não pergunte, mas, por favor, me ouça se eu quiser falar.
Não acredito em nada sem conversa e só vou ficar mole se
conseguir ver verdade em você. Não tenho nada pra pedir. Vou ouvir tudo em
troca de história. E pronto.
Evite os olhos brilhantes se não gostar do texto.
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