Sem violão, nunca tranquila. Casa é violão, eu sou de corda,
o resto a gente regula naquela ponta do braço que, além de tudo, era a coisa
mais de brincar criança.
Vai estourar, Aline, meu pai brigava.
_As cordas estouram o tempo todo, pai. É só repor. _ Respondo
hoje, mal criada e grande, mas tão pequena que qualquer violão ainda me causa
numa batida a sensação de pertencimento.
Dedilho, bato com palheta, enfio ela na boca dele como se
fosse ainda uma boca de gente.
Vejo sempre boca e olhos em qualquer violão. E lago.
Eu tinha medo de cair lá dentro, queria ver o eco, fazer
tambor, bater na parede. Também brincar de pique esconde enfiando braço, ombro,
tudo, naquele oco de som.
Era só ser menor.
Daí mudei de ideia. Se não dá pra caber, quero ser. Tocada.
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