Eu tenho raiva de você com outra moça. Também comigo, tenho
raiva seca. Hoje, molhada, a raiva e a falta e a lembrança.
Quis que fôssemos fáceis como um anagrama. Que meu nome,
desordenado, coubesse dentro do seu, mas não cabe. Nem sobrenome, nem fonema, nada
parecido. Oposto. De novo. Oposto. Volto.
Já disse mil vezes que não quero, e inclusive que torço
muito para que você case logo e pare de existir no mundo em que eu vivo.
Não quero nenhum esbarramento, nem este emburramento, nem
seus dentes.
Tudo, menos os dentes.
Aceito, em troca, até esse seu nariz ridículo que você diz
que existe.
Um comentário:
Excelente, se superou. Soco no estômago.
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