Eu escreveria sim um poema de auto-ajuda - se as rimas saíssem do meu corpo. Se não é assim, escrevo essa febre, essa vontade e esse ritmo estranho no acontecimento das coisas. Nenhum fio de lógica. Talvez haja flashes doidos de sinceridade e um tanto de previsão de futuros.
Da próxima vez, eu prometo que jogo fora o tarô e me concentro apenas em olhos. Leituras abstratíssimas.
Mas quando as coisas ficam presas assim no corpo, aparece uma garganta fechando, uma pele ardendo, pernas doloridas e nada de versos.
Nossa lógica não vê estrutura. Então como vamos fazer poemas sem forma? Narrativa tampouco. Nossa lógica não permite que as histórias aconteçam. Fico eu com a minha febre e você com sua saudade.
E não tem remédio se não tem poema. Se não tem linha coerente. Se só tem olhar.
Nem linhas nem lágrimas. Desse corpo aqui só desce febre e pus.
2 comentários:
Muito bom su blog. voltarei mais vezes. Apareça lá no meu www.garotapromiscua.wordpress.com
sds
Você escreve bem. Vi vc declamando num sarau da psi. Gostei.
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