terça-feira, outubro 20, 2009

As Marcelas e o meu coração

Marcela não entende nada de paixão. Aliás, nenhuma Marcela entende essas coisas. Minha vida tem duas Marcelas principais: A minha irmã, que é só Marcela, e a Marcelinha, que é Marcela Rangel, a classe em pessoa – nome e título.
Pois aconteceu que eu inventei neste fim de semana de, só para variar, viver uma história de amor. A Marcela minha irmã riu da minha cara e avisou que independente de qualquer história, era bom eu tirar os sapatos do chão do quarto por que a faxineira não tinha qualquer obrigação de saber onde eles ficam guardados.
Quase que eu chego atrasada ao encontro com a minha paixão de fim de semana que a Marcela já sabia que iria embora na segunda. Aposto com todas as fichas, como se eu tivesse uma quadra de ases na mão: se eu tivesse ficado doente, Marcela não me fazia arrumar os sapatos.
Mas todos somos duríssimos com as paixões dos outros e com as nossas próprias, inclusive eu, que nunca digo eu te amo para ninguém e saio fugindo de quaisquer possíveis amores. Não há tempo de se apaixonar nem de sofrer quando a gente têm tanto trabalho.
Sapatos arrumados, atraso computado, jantares e beijos sem nenhum mísero gole de vinho. Fiquei besta e brega encantadíssima com minha primeira e ainda única paixão de fim de semana. Então fui toda boba contar para Marcela Rangel, a classe em pessoa, a história bonita que eu tinha vivido.
E ela riu na minha cara. Disse que eu sou brega e que eu fico acreditando em tudo que qualquer gordinho fala para mim.
Mas ela não estava lá. Nem ela nem a outra Marcela. Se elas estivessem, nem sapatos arrumados nem risada. Talvez ambas tivessem chorado comigo na despedida e sentido um aperto no peito o dia inteiro.
Por que a minha paixão foi para longe de mim dois dias depois do início e nós decidimos, por sugestão minha, combinar uma música para lembrar um do outro. E eu não gostei da música escolhida, mas tenho perfeita noção de que neste momento, qualquer pessoa que me leia me acha mais brega que o Wando.
Mas a culpa não é minha. Também não há culpados a procurar. Talvez eu tenha me transformado repentinamente na última romântica deste litoral.
Marcelas não tem que entender nada.

2 comentários:

Unknown disse...

se isso é ser brega, eu sou um caso sem solução! rs


sonhosamadores.blogspot.com

Unknown disse...

Nem Marcelas, nem Marias, minha querida! Não há quem entenda quando o amor é com a gente. E nem se precisa mesmo entender. Como diria nossa linda Lispector:


"Eu não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender..."



Se isso se chama breguice... rs... Melhor ainda!