quinta-feira, janeiro 03, 2013

sempre?


As cicatrizes são do tamanho exato da ponta dos meus dedos. Medi enquanto ele dormia. Olhei, sim. Olhei muito sem entender porque aquele tamanho de pudor de toque quando havia nudez absoluta.
Não consegui abraçar por trinta segundos. Não entendi porque a garganta se transforma em liquidificador quando há proximidade.
Quase nada, insisto. Nada mesmo, insisto. Não vou, quase grito. As cicatrizes conferem ternura que não existe, mas incide. Explodo como se o verbo existisse. Como se nem fosse pessoa, mas força, fluido, fogo.
Cedo.

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