segunda-feira, julho 14, 2008

Anna

Pegou as coisas, jogou na mala e foi embora. Uma bolsa de lado leve com caneta e papel e a mala grande que ela mal aguentava carregar.
Anna foi por que não podia ficar e nem sabia como é que as coisas continuariam naquele lugar de banheiros sujos e brigas constantes. A colega de quarto nem tinha acordado. Se bem que, pra ela, pouco importava o que quer que acontecesse com a outra.
O sono já não era companhia constante e talvez não voltasse a ser enquanto a conciência pesasse mais que a mala. Toda a melancolia ela anotava com letras trêmulas no caderno que não saia de perto dela.
Desceu na rua errada e não sabia mais como seguir, nem pra onde. Ia puxar o caderno pra anotar alguma coisa, mas sentiu um cano frio na altura da cintura.
- Passa a bolsa.
- Por favor, não, moço.
- Eu não tô brincando.

A mala ficou, o caderno foi. No fim das contas, Anna só sentou e chorou.

10 comentários:

Darshany L. disse...

tadinha

Unknown disse...

aí a gente vê uma das vantagens de se escrever em blogue: é muito mais difícil de um ladrão te roubar os textos.

Muito tempo que eu fiquei sem vir aqui. Achei o "Velha" (não ovelha. Trocadilho indigesto) deliciosamente inesperado, e "uma inconstância cansativa para manter tudo constante" é o tipo de coisa que não sei de ninguém mais que escreveria com tanta naturalidade quanto você.

"O Autor", disse...

Acho que encontrei o Blog de uma futura e talentosa Escritora.

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Fiquei com pena da Anna...

Vinicius Langa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Regy Angel disse...

coitada da anna...

Anônimo disse...

Alinistico!*

MH disse...

que odio.
Podia ter dado com a malona na cabeça do sacripanta
humpf!!

sacodefilo disse...

Não era o dia da Anna.
Mas vão se os anéis de ouro e ficam-se as bijouterias porque ladrão não besta...

Marcela Rangel disse...

Gosto tanto.