terça-feira, julho 06, 2010

Garganta

Acordou com aquela imagem grande de olhos enormes num rosto pontudo. Olhos ainda maiores que os seus. Queixo nem tão grande, mas as pontas todas ali. As pontas do rosto que pareciam definitivas, fatais.
E vazio.
Faltava um nariz aberto que desintegrasse toda a força das pontas. Talvez também algum criado mudo no qual se segurar.
Cobertores muitos. E muito vazio.
Pensou no grau daquela coisa toda. No grau da falta de preenchimento e pensou que não cabia em si.
O grau das coisas tornava tudo maior. Do tamanho do rosto do sonho. Do tamanho da vida cotidiana. Do tamanho da falta de vazio. Do tamanho até do vazio.
O rosto de novo na cabeça. Pontudo. Bonito.
Olhos.
O que fica é o não-estar.

3 comentários:

Fernanda Caetano disse...

Gostei do blog!!
passarei sempre por aqui!!

Anônimo disse...

Como um novato, eu estou sempre em busca de artigos que podem me ajudar. Obrigado Wow! Obrigado! Eu sempre quis escrever no meu site algo como isso. Posso tomar parte do seu post no meu blog?

Aline Dias disse...

Olha, pode, mas nem sei qual blog é o seu. deixa o link aí. =D