Foi furando o ventre de uma vez só. Lançou um jato logo de cara e nem deu pra engolir. Automaticamente todas as coisas pararam diante de Marina quando aqueles olhos castanhos fixaram-se nos seus.
Não parecia ser nada e ela não deu importância. Todavia, foi só pegar no sono que a garganta ficou entalada e o sangue foi vazando pelos poros.
Talvez as duas bolebas castanhas estivessem então dentro do corpo de Marina fazendo internamente o caminho externo que já tinham de cor.
Mas ela queria engolir as bolebas junto com o resto ao invés de sentí-las furando-lhe os olhos e conhecendo um corpo tão desprevenido.
Foram três dias de incômodo e nenhuma solução.
Se estivessem nas órbitas, Marina não perdia tempo em dar um peteleco nas duas bolebas.
Ou talvez apanhasse-as com as pontas dos dedos, cheirasse, lambesse e devolvesse os seus olhos no lugar.
Marina queria troca de coisas que não fossem olhares.
Fluidos.
2 comentários:
saudade
Confesso que eu tenho meus dias Marina...
Gosto do jeito como você escreve, sempre me lembra alguém. Acho que eu mesma.
Um beijo!
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