domingo, janeiro 21, 2007

Queda de braço.

Eu estava bonita dum jeito descostumeiro. Não parecia que era eu naquele corpo que era meu. Vermelho e salto alto não fazem meu estilo, costumo ser rosa pink e havaianas. Eu sou menina! Naquele dia eu queria ser mulher e que ele visse que eu era mulher, mas não sabia o que queria. Eu sei que a brincadeira tomou um rumo estranho. Eu me perdi. Aliás, eu estava segura como não sou. Bem, eu sou menina! A impressão que eu tive, de tudo, é que eu cresci. Eu não mexia no cabelo, eu não coçava o braço, eu não comia as unhas. Eu simplesmente ria e olhava pra ele. E ele me comia com os olhos sem saber se podia comer. E ele dizia que estava sem graça. E ele dizia que não sabia. E ele demonstrava que não era o bicho papão. E a cada instante eu me fazia mais forte. Quando parecia que eu ia ganhar, eu percebi que não era batalha.

5 comentários:

Marcela Rangel disse...

Adoro suas palavras bem colocadas que não precisam de grandes frases. Elas parecem querer a todo instante desafiar o leitor. Perguntam se o que ele parece ler é verdadeiro.

Parabéns querida!

Beijinhosss

:**

Anônimo disse...

keep me searching for a heart of gold!
vc vai cantar quando ele te deixar, poque eles sempre acabam nos deixando!

Marcellinha disse...

Nossa... esse texto é tipo eu! Pena que qdo resolve me fazer mulher, acabo me achando ridícula e me fazendo própria piada!
Bjs

Simone Azevedo disse...

Aline, estar apaixoanda é estar em constante "Queda de braço".
Não com ele, mas com vc e com os outros.E sobretudo com seus valores e seus princípios.
Há ,momentos que parecem verdadeiras "Quedas de braço" quando lutamos contra o que sentimos ou até memso quando lutamos pra entender o que sentimos.
Eu imagino que esse texto foi inspirado em uma rasoável experiência em "Queda de braço".Além das que eu citei acima, as outras que só nós sabemos no fundo da alma.

FLORA disse...

Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Minha força não é bruta
Não sou freira nem sou puta
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Ratátátá

Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Fama de porra-louca, tudo bem
Minha mãe é Maria-Ninguém
Não sou atriz-modelo-dançarina
Meu buraco é mais em cima
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem

Ratátátá

[Pagu
basicamente...