terça-feira, julho 17, 2012

Tubo de ensaio


Fui ficando sem perspectiva. Ele tão bonito que nem parecia meu. Tão meu que nem parecia bonito. Não tentei entender as cores, que são óbvias. Quis mesmo entrar naqueles olhos grandes, enormes.
Encostei a testa e olhei dentro. Encostei a testa e olhei forte. Encostei a mão e disse que seria pra sempre nós dois. Junto. Junto. Junto.
Não concebo sem ele a vida. Quero a vida sóbria. Ele ali me transferindo a dimensão. Escorbuto é quando não tem laranja. Ele é cor de rosa. Não vou passar mal.
A testa dele disse “Não faz assim”.
Cantou. Tão alto, tão forte. Não vá pensando que eu sou seu.
Foi embora. Bonito como se nem existisse. 

7 comentários:

Anônimo disse...

Você só é menos medíocre como escritora, do que como pessoa. E aquele seu livrinho? A quem você queria seduzir? Porque ele não passa de uma tentativa tola de sedução, mas não seduz quem gosta de narrativa e quem ama literatura de verdade, e aliás, essa, você nunca vai conseguir praticar.

Aline Dias disse...

Fico feliz que você tenha lido meu livro, anônimo.
Mas se não gostou, doe para uma biblioteca, ou para alguém que goste menos de literatura que você. Um livro, qualquer que seja, mesmo um ruim, como o meu, é sempre um bom presente.
abraço.

Nomeado disse...

Deve ser dor de amor. Anônimo, poeta e com mãos frias. Dessas de quem desdenha quer comprar. Coisa bonita feito goiabada cascão, que não se vê hoje em dia.

Anônimo disse...

Não posso deixar de me manifestar querida plumitiva, "aquele" anônimo não é "esse", que admira e se deleita com as linhas e entre linhas.
Eu, um anônimo, um.leitor@...

Aline Dias disse...

Anônimo de sempre, eu nunca pensei que pudesse ser vc. A forma de escrever é bem diferente. =*

Anônimo disse...

; )
um.leitor

Anônimo disse...

Eu, um leitor, julguei de extrema desnecessidade e indelicadeza as colocações do primeiro anônimo, aliás, anônimA!
Não sou advogado e não fui chamado a defender a autora mas, me entristeceu que o julgamento do texto e do livro tenha sido acrescido de um pré julgamento da vida pessoal da autora. Não havia necessidade disso.
Marina Colasanti autora de, entre outras, 'Eu sei, mas não devia', Cora Coralina, Cecilia Meireles e Clarice Lispector, só pra citar algumas escritoras também devem ter sido alvos de críticas acres e destrutivas porém, não se abalaram e...
Um livro publicado aos vinte e poucos anos e uma exposição de destaque no principal veículo de comunicação impresso do estado, num caderno deleite de intelectuais, não é para ninguém 'mediocre'.
Isso não é uma defesa mas a opinião e um comentário de 'um.leitor'.