terça-feira, março 13, 2012

o prato

Transpirante, ofegante e trêmula, acordei angustiada. Mesmo sendo você a minha primeira visão todos os dias ao olhar pra frete naquela sua foto bonita, tinha me esquecido de como era seu corpo. Deixei cair no chão um prato azul que, da minha mão ao chão, se fez em mil pedaços. Seu corpo na cabeça.
Eu não era só sentimento, enfim. Eu fora gente perto de você. Eu tinha pele. Não sei que força tem esse esquecimento. Seis meses apagando sexo. Acabou. Lembrei que o amor não veio romântico como havia sido posto. Você era um corpo inteiro no meu pulsante e admirado com a perfeição das medidas.
Não deve haver outro assim complementar. Eu só lembrava do choro e do peito latente e da ternura e dos abraços. Acordei nua e só com sua foto colada na parede.
O prato caiu e eu me espatifei em lembranças muito físicas. Então fiquei densa, dura, contida. Não há volta, por enquanto.
Melhor varrer bem o chão.

4 comentários:

Renato Modesto disse...

Aline Dias,

Parabéns atrasado pelo seu Livro "Vermelho", muito me alegra saber que toda esta energia em você, segue num só rumo.
Tenho certeza que brevemente você estará com seus livros até em outros países; afinal tudo o que se projeta acontece. Lembre-se "Contos de Fadas" existem, ou, podem existir.

um grande beijo e sucesso em tudo.

Obs.: Você não é muito nova para ser escritora?

rsrsrs.........rsrsrsrsrs..........Saudades!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Se não lembrou, outra dica, espetáculo de Teatro de Cuba na UFES. Entro depois para ler sua resposta.
Você poderia publicar aquela história (roteiro) que montou lembra.

Aline Dias disse...

Olha, Renato, eu não sei responder. Espero que esteja bem. Obrigada pelo comentário.

Anônimo disse...

É, melhor varrer pra não se ferir com os cacos, né?

Aline Dias disse...

e tem que passar pano bem passado, pq volta e meia a gente esquece o chinelo e sobrou alguma coisa.