Quando toda a raiva subiu, Ana não quis comer nada. Enfiou umas roupas na mala e saiu gritando, chorando, bamba e sem se conter. Por onde passava sempre aparecia um lenço e uma voz ou outra perguntando se ela estava passando mal.
Mas era o fim de tantas coisas que Ana só queria seguir com seu choro pra longe e aguentar o tranco de tudo. Se lavava com sal, saliva e lágrimas, mas não ficava ainda limpa.
Precisava parar um pouco, mas o mundo não parava de girar, o pulmão não deixava de puxar ar, as mãos não deixavam de tremer e os carros não deixavam de passar. Se nada parava, Ana tampouco.
Seguia tentando ser firme e aguentar toda aquela dor explodindo no peito.
Então ficou desacordada no meio da rua por um desmaio e tudo o que acontecia em volta passou em branco.
3 comentários:
Maldita ressaca da maré alta.
Dias bons que vão e vem, e vão e são como o tempo...
>.<
Excelencia em estado puro!!!
E quantas vezes agi como Ana, mais ou menos contida.
Saudade daqui.
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