segunda-feira, março 05, 2007

Jaqueline

Depois de muitos e muitos exames ao longo dos muitos anos de espera, Jaqueline finalmente descobriu um cisto no intestino. Depois de tanto tempo tentando, ela finalmente conseguiu um princípio de câncer. A família hipocondríaca dela foi ao delírio. Em pouco tempo, a família próxima contactou todos os parentes distantes e vizinhos. E todos diziam que rezariam por ela, e a visitavam olhando-a como se ela fosse um cachorro premiado.
E Jaqueline vestia bem a carapuça da mulher com câncer. Tinha orgasmos cósmicos por conta daquilo, mas mantinha feições amenas de mulher lúcida.
A decepção veio quando o médico disse que podia tirar aquele cisto sem maiores danos, e que, se ele se desenvolvesse, seria no máximo um tumor benigno.
Em um mês Jaqueline estava saudável e despedaçada. A mãe dela continuava procurando doenças mil e incuráveis. Jaqueline, pálida daquele jeito, não podia ser saudável... Tão magra... Alguma coisa errada ela tinha.
E Jaqueline sofreu um acidente de carro, quebrou a bacia, fez a glória da família e nunca mais pode andar de salto alto.
_Uma pena! _ A mãe de Jaqueline dizia._ A garota sempre foi tão saudável...
E todos aqueles parentes e vizinhos_ e até ex-colegas de faculdade_ visitavam a pobre acidentada que tinha orgasmos cósmicos e silenciosos.

4 comentários:

bia de barros disse...

a verdadeira mulher se esconde.
a verdadeira mulher chora escondida.
a mulher de verdade, nem merecia melodia melhor do que seu texto, guria... ^^
;***

Cissa disse...

é o tipo de coisa que eu não consigo entender. apesar de ter por perto quem se pareça com a moça descrita.

Anônimo disse...

Que coisa, enfim, coisas que acontecem...

abrçs

Juliana Marchioretto disse...

Acho que conheço uma Jaqueline..

beijo