segunda-feira, abril 16, 2012

geometria

Você assim obtuso prum lado, eu assim aguda pro outro. Suplementar, complementar, sei lá, oposto. Seu ângulo não se mistura com o meu. Eu mais pra reto, você mais pra raso. Um monte de volta. 360 motivos pra girar pra longe. Ou um só.

Geometricamente as suas costas e a curva da minha cintura fazem figuras bonitas no encontro. Fisicamente a gente é só calor.

Eu aguda prum lado, você obtuso pro outro, e lado a lado a gente não se vê. Ponho seus óculos e fico tonta. 180 motivos de não.

Pra que princípio, crença, kriptonita?

Se fosse só corpo, se fosse só ângulo e a gente retas paralelas se encontrando no infinito. Se fosse infinito. Se fosse frente a frente e pronto, boca e pronto, mão e pronto. Mundo é pouco se fosse tudo noite. Se a gente fosse tarde. Se não fosse tarde pra esquecer que eu não consigo não pensar no que eu não sabia de você e sei agora.

Então você obtuso prum lado, eu aguda pro outro.

6 comentários:

Scrap Pappers disse...

Adorei

Anônimo disse...

Da geometria, do mercado e do down with love.
"Um obtuso outro agudo."
"360 motivos para girar pra longe. Não, um só!"
"Paralelos que (só) se encontram no infinito."
"...tarde pra esquecer que eu não consigo não pensar no que eu "não sabia de você e sei agora.""
Esse amor "todos sabem"(?) é um "negócio de risco."
"Não importa quanta história tenha havido antes... não faz diferença a espera que foi minha tanto tempo..."
"Quem sabe o tempo não me leve um dia até você como te trouxe "tão depois pra mim do prazo de validade?""
...
Muitos vão ler e somente napreciar as rimas.
Alguns, só alguns vão compreender pois a empatia, ah a empatia... essa é um dom, presente de Deus para poucos dos seus amados.

Aline Dias disse...

quem é vc, anônimo?

Anônimo disse...

Morri de rir!
Se eu contar deixo de ser anônimo!
Não faz diferença... alguém que admira seus textos como quem admira artes em uma vernissage, só isso.

Aline Dias disse...

Poxa, anônimo, mexer com curiosidade de jornalista é sacanagem.

Anônimo disse...

Um poema de Marina Colasanti:
Eu sei, mas não devia.
http://m.youtube.com/#/watch?desktop_uri=%2Fwatch%3Fv%3D2RwCgla_7Rs&v=2RwCgla_7Rs&gl=BR