Está, a parede, vazia. Não fico oca por falta de
enquadramento. Não paro quieta, e quando paro, não paro. Alguma coisa escondo de
mim e não sei ainda o quê, se do moço agradável que tem aparecido grave eu nem
falta sinto.
Devia ter algumas tintas e especialmente mãos precisas. Não.
Ela comprou massa de modelar e eu pensei que as mãos deviam aprender algum
caminho que não esse de teclado e tinta de caneta. Ele compôs um samba tão
bonito que nem podia um dia ser pra mim.
Teci um tratado sobre métrica e rima. Torci um bocado a função
de um sentimento. Ora, não devo eu entender nada, e nem tentar. Eu quis dançar
noites inteiras e pensar que as pernas não sentem saudade do meu sono. Então,
de novidade, não escrever mais meia linha, nada, nada, nada. Só o que fosse
automático, a parte paga. Direcionar todas as coisas como quem sabe propor
palavras cruzadas.
Quis também andar na praia, e não andei. Oca, não fico.
2 comentários:
Curti!
...dessa vez a empatia não me foi companheira... "Ora, não devo eu entender nada, e nem tentar." Porém eu teimei, insisti e tentei, em vão. Dessa vez a empatia não me foi companheira. Não importa, eu gostei!
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