domingo, maio 17, 2009

Sobre livros e novas paixões

Eu ando apaixonada por cachorros e bichas, duques e xerifes. Por que eles sabem que amar é abanar o rabo, lamber e dar a pata.
É nova pra mim essa coisa de não esperar absolutamente nada. Acho que nisso consiste uma liberdade muito mais sólida e nova, mesmo que baseada no descrédito de toda e qualquer pessoa.
Não se trata de pessimismo. É cálculo de probabilidade, tabela de co-senos e carta de expediente com ponto, protocolo e manifestações de apreço ao senhor diretor.
Tudo velho mesmo, eu não reinvento nada. Eu não construo nada.
Vou na corrente como Henry Miller depois de uma luz no meio do livro.
E não criar expectativas garante um bom humor desmedido, por que nada se frustra se você não espera nada.
Apenas surgem no meio da noite vontades novas de gargalhadas velhas e eu vou me entregando à maré. Abano o rabo pra coisas bonitas e continuo sonhando com o inalcançável que eu sei que não precisa chegar.
Paixão é coisa de cheiro e encantamento. Assunto.
Não é quase nada, mas movimenta tudo - como a gravidade faz com os peitos ao longo do tempo.

4 comentários:

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

A não-expectativa em relação a alguma coisa reduz a zero o risco da dor. Mas também tolhe o sonho.

Beijos e borboleteios

Anônimo disse...

Engraçado eu tenho completo desprezo por esse tipo de amor, que abana o rabo e da a pata de uma forma figurada.
Não criar uma expectativa ja é uma expectativa.

Yasminne disse...

É. Amor não pode ser assim, um suprimindo o outro. Precisa ter um respeito mútuo, não?
Quanto a não-expectativa... não pode se transformar em desleixo, falta de interesse no outro.
Mas é horrível projetar um nível pro outro alcançar, é como colocar uma máscara. A gente tem que amar a pessoa real, não o sonho que ela representa!
Até que eu te entendo...

Um beeijo, flor!

Estéphanie Mognatto disse...

Também ando não esperando nada!

como sempre, escrita otima.

Bju