domingo, novembro 23, 2008
Meu tempo é quando
Quando ela fala dele os olhinhos brilham. Talvez se eu não fosse tão suspeita ou ao menos não fosse a autora dos crimes pudesse lhe dizer para tomar cuidado. Preciso contar pra ela que ele é nada do que ele pensa(e do que ela pensa). É porcaria das mais violentas e das que menos se pode querer.
Então ela me perguntaria por que raios eu caí e eu não saberia o que dizer se não paixão. E seria uma mentira absurda.
Também não poderia lhe dizer que estou blindada nem que essas coisas e pessoas não me afetam.
Mas ela tem menos raiva do que eu e menos vontades absurdas. Ela tem menos pancadas na cara e um sorriso muito menos amarelo. Devia antes de tudo encontrar um príncipe e depois ralar a cara no chão.
Mas com ele ela se tornaria muitíssimo próxima de mim, com as minhas cicatrizes e as minhas crises - embora sem a minha verdade.
Meu medo é que ela se derreta como eu me derreto constantemente e não se recomponha como eu sempre faço.
Ela é mais sentimental que eu.
Não digo nada. Sacudo os cabelos, passo meu batonzinho vermelho-fútil e saio pra me bagunçar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Todas as pegadoras usam aquele batom vermelho-fútil. Mas só algumas pra não descer do salto de jeito nenhum.
"Devia antes de tudo encontrar um príncipe e depois ralar a cara no chão."
Esse é o momento, eu acho, em que ela faz das palavras mais violentas.
O resto são o ódio e o diabólico amaciados.
justamente o que a gente menos pode querer que a gente deseja com mais força.
Deseja pra ralar a cara no chão depois.
Parabéns pelo blog.
Lester.
adoro o existencialismo nos olhinhos de gato da cecília meireles *-*
eles falam sempre daquele jeito ao final do texto: sem dizer nada.
*;
"Encontar um príncipe e depois ralar a cara no chão". foi ótimo...rsrs
Geralmente nóspedimos que aqueles que amamos para não cometer o mesmo erro que cometemos. Mas o erro é fundamental para o cresimento do ser-humano.
http://hdebarbamalfeita.blogspot.com/
Postar um comentário