A flor não era seca de forma alguma. Na verdade, poucos conseguiam entender exatamente o que ela era ou o que fazia. Sei apenas que ela era doce como poucas garotas e distribuía sua doçura como chuva. Por isso mesmo despertava antipatias como a minha. A flor encostava e tocava, era uma gracinha de chuva que eu não gostava.Era linda a flor, apaixonante. E numa dessas, ao vê-la chorando entendi a doçura e a mulher que havia na garota. Por que a flor distribuía açúcar e pimenta em sua chuva, e a pimenta dela ardia que dava raiva, por que ela não era flor que se cheirasse assim por nada.
A flor chorava que dava pena. Mas eu entendia o grito da flor. Entendia que ela era menina e ainda não sabia usar o veneno que tinha no néctar. Aí esguichava meio sem norte e meio sem noção.
Mas a flor vai desabrochar e ganhar forma. A flor vai dominar o veneno pra ser eterna. Vai se despetalar e se recompor muitas vezes.
A flor vai continuar chovendo e eu vou regá-la, que eu agora gosto dela e da sua fúria de flor.
4 comentários:
Eu amo a Flor.
É uma pena que muitos não a vejam como ela realmente é.
A flor faz tudo, hein?
Boa personificação, futura jornalista. Eu também o sou.
Um beijo.
http://pordentrodomundodabola.blogspot.com
eu não gosto muito de flores. :P
... a não ser que tenham poucos espinhos.
Deu até pra sentir o perfume da flor por aqui.
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