quarta-feira, janeiro 20, 2010

cola

Quando aparece pesa grande e inventa uma bola na garganta. Fica fazendo volta, jogando redes, envolvendo meu corpo sem dedos e com dedos e com máscaras.
As marcas ficam e depois vem culpa.
Dor.
Quando inventou de existir botou logo fogo só para incomodar depois não dar em nada.
Mas é que quando você não existe irrita tanto.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Outro fim

Um esqueiro vermelho, um cigarro sendo aceso e uma raiva gritante nos olhos dela. Ele na frente. Palavras soltas sem nexo para qualquer pessoa de fora. Alguma coisa de choro e a maquiagem dela borrando.
Seria fim.
Ele disse que deviam ser amigos, que ela era maravilhosa. Que talvez não fosse o momento certo de as coisas funcionarem. Ela quis xingá-lo de todos os nomes depreciativos que lhe vieram à cabeça, mas manteve-se muda.
Depois falou de dor e de pedaços arrancados dela mesma a cada fim. Disse que amor é coisa que marca e que teria graves problemas com as reverberações deste ainda atual que seria fim em cinco minutos.
Ele disse que ela era das mulheres mais bonitas do mundo.
Ela disse que isso não adiantava coisa alguma.
Ele negou.
Ela perguntou de que servia ser bonita.
Ele ia responder quando uma castanha caiu em cima da cabeça dele vinda especialmente da árvore que ficava acima da mesa.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Janeiro

Incômodo constante.
Da próxima vez eu pedalo e pronto, sei lá. Faço qualquer coisa que não envolva angústia.
Talvez a Marcela tenha razão e eu seja mesmo uma descompensada.
Vou tentar guardar as coisas no peito até fritar tudo.