terça-feira, agosto 19, 2008

Pedaços

O vermelho era exatamente o que faltava ao cabelo para o meu rosto ser o que eu queria que fosse.
Agora sou o que quis. Muito estranho pensar que projetei coisas como projeto sempre e agora todas deram certo. Tenho achado que a paixão se dá por culpa de filetes de carne. Tiras. Pedaços moídos e principalmente cheiro.
Eu me apaixono por pedaços. Tons de vozes, olhos, peles, pêlos e nádegas.
Ele tinha carnes fartas e duras, boas de apalpar, e eu gostava de cada filete da carne que eu tinha que sugar e morder.
Ele era forte e grande e eu sumia num abraço.
Ele era do meu tamanho e tinha mãos finas.
Ele era magro e garregava o peso de um dia não ter sido assim.
Ele era bonito.
São os filetes que determinam a intensidade da paixão. Se a gente morde se apega mais que se não morde. Se a gente cheira e fica cheirando é pior ainda.
Filetes de cheiro grudam e fazem falta.
Muitas vezes é melhor não sentir o cheiro pra não correr risco.
Filetes de carne.
Vermelho.
O plano era esse.

4 comentários:

Rafael Abreu: disse...

Estejamos com a carne na boca ou não, a mordida é, foi, ou sempre será boa.

Lari Bernardi disse...

*-*


babei... huahauahuaha

;*

À PÉ ATÉ ENCONTRAR disse...

Com licençaa!
Nuss!
Adorei esse texto!
E adorei seu blog!
Parabéns!!

Marcelo Grillo disse...

"Se a gente morde se apega mais que se não morde. Se a gente cheira e fica cheirando é pior ainda"... kkk. Não havia pensado nisso. Mas o plano, doravante, é exatamente esse... Gosto de te ler. Abraços.