sexta-feira, janeiro 11, 2008

Guia prático da mulher machadiana

à Marcela Oliveira E Rayane Almeida



É preciso dividi-los em blocos, no mínimo quatro blocos. Há que se ter a lembrança daquele romance de um mês. E ele não deve durar muito mais que isso. Não precisa ser avassalador. O romance de um mês é apenas empolgação descartável. É preciso tê-lo e é preciso que o pivô masculino do romance balance a moça por tempo indeterminado. Mas o romance só dura um mês.
O segundo bloco consiste no do romance-problema. Toda mulher precisa passar pelas mãos de um garoto-problema. No mínimo um. Não importa se ele tem problemas de saúde, problemas com drogas ou álcool. É preciso que a neurose dele seja difícil de agüentar, irregular e química. A experiência, no entanto, só se faz válida se o garoto-problema for paixão de longa data. Mas esse, quando acaba, acaba e pronto. Não parece descartável, mas é. O problema tem que estar na cara o tempo todo. Se for bandido, tem um charme à mais.
O terceiro bloco é definitivo. O mais comum dos blocos. Se a mulher não passa por esse bloco, não consegue chegar ao quarto e à utopia, que foge à blocos por que seria paixão pura e simples com sabor de fruta mordida e noz na batida no embalo da rede matando a sede na saliva. O terceiro bloco é o bloco dos sacanas. O cara que te faz de idiota, que tenta fazer mais do que pode. O cara por quem a mulher se apaixona e não liga no dia seguinte. São caçadores, divertidos e instigantes. Costumam provocar vertigens e ataques epiléticos. Causam ciúmes mórbidos e taras doidas. Não são nem um pouco confiáveis, com raríssimas exceções. Este bloco é fundamental. É preciso passar por ele várias vezes para aprender alguma coisa.
O quarto bloco já é sinal de amadurecimento ou sadismo. Podemos chamar de bloco dos bobos. São aqueles homens que servem de estepe. Aqueles que devem ser feitos de idiotas desde o começo, mas que ainda assim estarão sempre disponíveis. Eles podem vir de qualquer um dos blocos acima. Podem inclusive ser bons partidos. A beleza física é muito importante neste bloco. É preciso que o bobo seja um troféu. Ele deve ter valor junto às amigas. Todas devem ter um bobo. O melhor bobo vence a disputa constante de egos entre as calcinhas.
São esses os blocos e são obrigatórios. Trata-se de amadurecimento e sadismo. Depois dos blocos, a mulher já não precisa experimentar muita coisa. Esses blocos resumem o que há. É depois dos quatro blocos que a mulher pode correr mais riscos. Só depois de fazer um homem de idiota uma mulher entende o tamanho (mínimo) do poder que tem. De resto, é preciso entender que tudo não passa de jogos e narrativas. São técnicas e sorrisos. Dissimulação. Olhos de ressaca. Instinto, queridas, salvação.
E há mais uma coisa. É preciso cozinhá-los em banho-maria. Mais de um ao mesmo tempo, de preferência. Quando existem diversas possibilidades o risco de queimaduras é menor. Ainda assim, uma panela cheia que derrama pode causar fortes dores e grandes hematomas.
É preciso tomar cuidado.

4 comentários:

Darshany L. disse...

AH!
Eu acho que passei pelo quarto bloco antes dos outros.
E acho também que estou estacionada no terceiro, e creio que ainda não passei pelo segundo.

Sou toda errada.

Camila Bellon disse...

eu já passei por todos, mas gosto mesmo é do último.
Quanto maior o numero de bobos simultâneos, melhor.
Queria ter pensado em escrever isso antes de você, o texto ficou perfeito. A invejo por isso.

Anônimo disse...

lindo
adorei vc se inspirar em mim!!!
adoro te ensinar coisas novas
kkkkkkkkkkkkk
irmã....preciso tanto do terceiro
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Ai que ja sou sua fã!
Lembre-se: cozinha tudo em banho maria... sempre da certo.

O texto ta perfeito!
Tia linda é meu orgulho!