sexta-feira, setembro 22, 2006

Algo distorcido sobre paixão e ritmo

A paixão fica entalada. É uma coisa descostumosa. Ela incomoda. Eu gosto e não gosto dela e ela é intensa e eu quero vomitar a paixão. Gosto dela. Respirar é doído.
A paixão é quase sempre tão boa que dói. A gente tem medo dela não ser boa. Alguém que inspira paixão merece a paixão que a paixão é linda e pura. É mais que sorriso ou olhos ou sexo. É o arder e a cor das árvores. É o céu que muda e o tom das cores que fica intenso. Paixão é alucinante. Quero dissecá-la, quero mata-la, fazer picadinho dela. Comer cada pedacinho dela.quero um ciclo de paixão e restos e fome que eu já tenho.
As paixões se colam uma na outra e são únicas e umas e outras. São pessoas diferentes e situações diferentes. São paixões diferentes. São tempos e ventos e versos e choros e velas e pães e pernas que se misturam e desmisturam e cantam. Cada pedaço de sentimento canta e ele se mistura num fluxo de líquido borbulhante. A paixão é o tal côncavo silêncio que eu li da Viviane Mosé. Refluxos. Eco que não existe, mas deveria. Paixão é egocentrismo e eu sou egocêntrica. Paixão é narcisismo sim. a gente se apaixona pelo espelho ou pelo que completa. A gente se completa. Quer mais um pedaço, um ponto largo, quer um braço. Homem quer mãe, mulher quer filho. Quer e querendo fica. Não fica, pede. Não perde. Se perde e não ganha nada nunca. Essa busca incessante mantém a vida. É a essência da música. Eu quero música mais que paixão. Minha nova paixão que eu não entendo.
É hora de parar de racionalizar. Tempo de morangos sim. Eles com danete ficam bons. A Cecília continua desvairada à Flora Viguini. Paixão é seguir padrões de calçada em conjunto. Aquela dança infantil de “nós andamos iguais”. Tudo é muito infantil que a gente lê Freud sem entender. Tudo é sexo que a gente distorce o mundo pelo prazer. A culpa é toda da música que é minha e sua e dele e dela. Comer música e paixão eu quero. Quero cordas de violino com calda de piano. Quero instrumento de sopro pra desentalar: um choro de flauta. Talvez abrir mão da paixão. Sem música eu fico dura. Eu perco o doce. Eu edifico. Legal é desmoronar. Legal é reconstruir. Paixão é vício de fome que não cessa. Eu não cesso.
Vacilo.

3 comentários:

FLORA disse...

Meu Deus, tudo que eu queria dizer,mas não conseguiria alcançar com o toque belo que você tem com as palavras...Tão lindas que eu repito várias vezes pra ver se eu gravo...Tão lindas que são falsas,são verdadeiras e eu me perco...Obrigada pela homenagem...Você sabe meu sobrenome...
Obrigada amiga...
ps:new peludo...

bia de barros disse...

I love I am and he is and me and he and I hope we can be happy.
Amei o texto, a conversa, o ombro amigo... amo você, moça!!! Você extravasa o sentido pelas margens da página, e ele não se perde nunca... porque o impossível para vc é pouco. Pq vc é romântica. Afinal, o que seria desse mundo se tudo fosse razão?
;*

Anônimo disse...

Nusss... tO amandu isso akii!!!! Eo vO visitah sempri sempri!!!! xD~